Estudando
os Grandes Temas da Fé Cristã
Autor:
João Soares da Fonseca
ÍNDICE
Estudo 1 – Assim é a Bíblia (I)
Estudo 2 – Assim é a Bíblia (II) - As s sete maravilhas da Palavra de Deus
Estudo 3 – Assim é Deus (I) – O Pai Nosso-I
Estudo 4 – Assim é Deus (II) – O Pai Nosso-II
Estudo 5 - Assim descobrimos a Vontade de Deus
Estudo 6 - Assim é o homem (I)
Estudo 7 – Assim é o homem (II)
Estudo 8 – Assim é o pecado (I)
Estudo 9 – Assim é o pecado (II) - Consequências do Pecado
Estudo 10 - Assim é Jesus (I )
Estudo 11 - Assim é Jesus (II) – Jesus, no singular
Estudo 12 - Assim é a salvação (I) - Tão grande salvação
Estudo 13 - Assim é a salvação (II) – Perde-se a salvação?
Estudo 14 - Assim é o Espírito Santo (I)
Estudo 15 - Assim é o Espírito Santo (II) – O “fruto do Espírito”
Estudo 16 - Assim é o Espírito Santo (III) - O dom e os dons
Estudo 17 – Assim é o Espírito Santo (IV) - Sete razões por que não falo línguas estranhas
Estudo 18 – Assim é a santificação (I)
Estudo 19 - Assim é a santificação (II) – Recursos para o crescimento
Estudo 20 – Assim é a igreja (I)
Estudo 21 – Assim é a igreja (II) - A igreja ideal segundo Jesus
Estudo 22 – Assim é a Igreja Batista
Estudo 23 – Assim é o testemunho cristão (I)
Estudo 24 – Assim é o testemunho cristão (II) - Como apresentar Jesus aos outros
Estudo 25 – Assim é o testemunho cristão (III) – A Ponte da Fé
Estudo 26 – Assim é a oração
Estudo 27 - Assim são as ordenanças (I) - O Batismo
Estudo 28 – Assim são as ordenanças (II) – A Ceia do Senhor
Estudo 29 – Assim se sustenta a obra de Deus (I) - Sete razões equivocadas para contribuir
Estudo 30 – Assim se sustenta a obra de Deus (II) - O dízimo pertence ao Senhor
Estudo 31 – Assim será o fim
Estudo 32 -- Assim é o discipulado
ÍNDICE
Estudo 1 – Assim é a Bíblia (I)
Estudo 2 – Assim é a Bíblia (II) - As s sete maravilhas da Palavra de Deus
Estudo 3 – Assim é Deus (I) – O Pai Nosso-I
Estudo 4 – Assim é Deus (II) – O Pai Nosso-II
Estudo 5 - Assim descobrimos a Vontade de Deus
Estudo 6 - Assim é o homem (I)
Estudo 7 – Assim é o homem (II)
Estudo 8 – Assim é o pecado (I)
Estudo 9 – Assim é o pecado (II) - Consequências do Pecado
Estudo 10 - Assim é Jesus (I )
Estudo 11 - Assim é Jesus (II) – Jesus, no singular
Estudo 12 - Assim é a salvação (I) - Tão grande salvação
Estudo 13 - Assim é a salvação (II) – Perde-se a salvação?
Estudo 14 - Assim é o Espírito Santo (I)
Estudo 15 - Assim é o Espírito Santo (II) – O “fruto do Espírito”
Estudo 16 - Assim é o Espírito Santo (III) - O dom e os dons
Estudo 17 – Assim é o Espírito Santo (IV) - Sete razões por que não falo línguas estranhas
Estudo 18 – Assim é a santificação (I)
Estudo 19 - Assim é a santificação (II) – Recursos para o crescimento
Estudo 20 – Assim é a igreja (I)
Estudo 21 – Assim é a igreja (II) - A igreja ideal segundo Jesus
Estudo 22 – Assim é a Igreja Batista
Estudo 23 – Assim é o testemunho cristão (I)
Estudo 24 – Assim é o testemunho cristão (II) - Como apresentar Jesus aos outros
Estudo 25 – Assim é o testemunho cristão (III) – A Ponte da Fé
Estudo 26 – Assim é a oração
Estudo 27 - Assim são as ordenanças (I) - O Batismo
Estudo 28 – Assim são as ordenanças (II) – A Ceia do Senhor
Estudo 29 – Assim se sustenta a obra de Deus (I) - Sete razões equivocadas para contribuir
Estudo 30 – Assim se sustenta a obra de Deus (II) - O dízimo pertence ao Senhor
Estudo 31 – Assim será o fim
Estudo 32 -- Assim é o discipulado
Estudo
1 – João Soares da Fonseca
ASSIM É A BÍBLIA - Atos 8.26-40
Comecemos por identificar os personagens desta narrativa, mostrando quem é quem na história:
ASSIM É A BÍBLIA - Atos 8.26-40
Comecemos por identificar os personagens desta narrativa, mostrando quem é quem na história:
- Um anjo
- Filipe (um dos primeiros diáconos, At 6.5) que morava em Cesareia (Atos 21.8)
- Eunuco, ministro das finanças da Etiópia
É
interessante notar que, no episódio, todos estão viajando:
- O anjo veio do céu,
- Filipe saiu de Jerusalém e foi para a estrada de Gaza,
- O eunuco vinha de Jerusalém e voltava para a Etiópia.
A
vida é uma viagem; estamos todos caminhando no sentido da
eternidade. Por isso, precisamos de um mapa que nos leve até lá
com segurança. A Bíblia é esse mapa.
1. O primeiro personagem, um anjo
Um anjo falou a Filipe (v. 26). Por que o anjo não foi diretamente ao eunuco e lhe dirigiu a palavra sem precisar de intermediários? Não teria sido mais fá cil? Humanamente falando, talvez sim. Mas Deus prefere outra estratégia. Talvez se um anjo aparecesse ali, houvesse um acidente com os cavalos levando o maior susto diante da vi são de um anjo surgindo de repente. Mas a razão correta é que a evangelização é privilégio e dever de homens e mulheres crentes, não de anjos, não de demônios, não de mortos, não de incrédulos.
2. O segundo personagem, Filipe
2.1. Era obediente
Filipe obedeceu, e foi para Gaza, talvez mesmo sem entender direito. Não fazia sentido sair do burburinho da cidade, onde havia maior concentração de pessoas, para ir a uma estrada deserta. Às vezes, Deus nos dá ordens que humanamente falando não fazem muito sentido. Nosso papel, porém, é obedecer. No obedecer é que está a bênção.
2.2. Estava preparado
Filipe obedeceu, e ajuntou-se ao carro. Se correu, é porque estava em boa forma. Deus usa pessoas obedientes, que estejam preparadas para a Obra santa.
2.3. Era bibliocêntrico
Filipe fazia da Palavra a âncora de sua mensagem. Veja como ele iniciou a abordagem. Ele usou a Palavra. A leitura da Bíblia sempre enriquece. Por isso é que o Diabo se esforça por manter o povo nas trevas do analfabetismo ou da indiferença.
2.4. Foi usado
Deus usou Filipe para levar o eunuco a Cristo. Será que Ele não pode também usar você?
3. O terceiro personagem, o eunuco
3.1. Procurou adorar a Deus do modo correto
Diz o texto que ele era eunuco e administrador das finanças da rainha da Etiópia. Da Etiópia a Jerusalém são 3.000 quilômetros. E não havia estradas asfaltadas, nem trem-bala, nem voo direto. O homem fez a viagem numa carruagem. Não viajou a negócios, mas foi a Jerusalém "para adorar". Jesus disse que "o Pai procura" adoradores que "o adorem em espírito e em verdade" (João 4.23-24). Isso explica por que Deus deslocou Filipe para ir conversar com o eunuco. O homem tem sede de Deus; o eunuco é uma prova disso. Ele tinha posição social muito boa (era ministro da economia da Etiópia), certamente uma boa condição financeira, mas em seu coração havia "um vazio do tamanho de Deus" (Blaise Pascal). É pena que nem todos busquem saciar a sua sede na fonte certa. Mas este homem estava no caminho certo.
3.2. Procurou adquirir a Palavra de Deus
Onde o eunuco conseguiu uma cópia do Livro de Isaías? Talvez no Templo. Não conseguiu entrar no Templo por ser eunuco (Deuteronômio 23.1), mas conseguiu adquirir um pergaminho com o texto bíblico.
3.3. Procurou conhecer a Palavra de Deus
Era confortável ler durante a viagem? Bastava ao eunuco carregar uma Bíblia no carro como se fosse para espantar ladrão e demônio? Bastava ler mesmo sem entender? O uso mágico da Bíblia não é recomendado pelo Deus da Bíblia. De nada vale uma Bíblia aberta na sala, se o coração está fechado para a mensagem dela.
1. O primeiro personagem, um anjo
Um anjo falou a Filipe (v. 26). Por que o anjo não foi diretamente ao eunuco e lhe dirigiu a palavra sem precisar de intermediários? Não teria sido mais fá cil? Humanamente falando, talvez sim. Mas Deus prefere outra estratégia. Talvez se um anjo aparecesse ali, houvesse um acidente com os cavalos levando o maior susto diante da vi são de um anjo surgindo de repente. Mas a razão correta é que a evangelização é privilégio e dever de homens e mulheres crentes, não de anjos, não de demônios, não de mortos, não de incrédulos.
2. O segundo personagem, Filipe
2.1. Era obediente
Filipe obedeceu, e foi para Gaza, talvez mesmo sem entender direito. Não fazia sentido sair do burburinho da cidade, onde havia maior concentração de pessoas, para ir a uma estrada deserta. Às vezes, Deus nos dá ordens que humanamente falando não fazem muito sentido. Nosso papel, porém, é obedecer. No obedecer é que está a bênção.
2.2. Estava preparado
Filipe obedeceu, e ajuntou-se ao carro. Se correu, é porque estava em boa forma. Deus usa pessoas obedientes, que estejam preparadas para a Obra santa.
2.3. Era bibliocêntrico
Filipe fazia da Palavra a âncora de sua mensagem. Veja como ele iniciou a abordagem. Ele usou a Palavra. A leitura da Bíblia sempre enriquece. Por isso é que o Diabo se esforça por manter o povo nas trevas do analfabetismo ou da indiferença.
2.4. Foi usado
Deus usou Filipe para levar o eunuco a Cristo. Será que Ele não pode também usar você?
3. O terceiro personagem, o eunuco
3.1. Procurou adorar a Deus do modo correto
Diz o texto que ele era eunuco e administrador das finanças da rainha da Etiópia. Da Etiópia a Jerusalém são 3.000 quilômetros. E não havia estradas asfaltadas, nem trem-bala, nem voo direto. O homem fez a viagem numa carruagem. Não viajou a negócios, mas foi a Jerusalém "para adorar". Jesus disse que "o Pai procura" adoradores que "o adorem em espírito e em verdade" (João 4.23-24). Isso explica por que Deus deslocou Filipe para ir conversar com o eunuco. O homem tem sede de Deus; o eunuco é uma prova disso. Ele tinha posição social muito boa (era ministro da economia da Etiópia), certamente uma boa condição financeira, mas em seu coração havia "um vazio do tamanho de Deus" (Blaise Pascal). É pena que nem todos busquem saciar a sua sede na fonte certa. Mas este homem estava no caminho certo.
3.2. Procurou adquirir a Palavra de Deus
Onde o eunuco conseguiu uma cópia do Livro de Isaías? Talvez no Templo. Não conseguiu entrar no Templo por ser eunuco (Deuteronômio 23.1), mas conseguiu adquirir um pergaminho com o texto bíblico.
3.3. Procurou conhecer a Palavra de Deus
Era confortável ler durante a viagem? Bastava ao eunuco carregar uma Bíblia no carro como se fosse para espantar ladrão e demônio? Bastava ler mesmo sem entender? O uso mágico da Bíblia não é recomendado pelo Deus da Bíblia. De nada vale uma Bíblia aberta na sala, se o coração está fechado para a mensagem dela.
3.4. Procurou
obedecer à Palavra de Deus
Quem
mencionou o batismo? Houve pressão de Filipe para que o eunuco
se batizasse? Não. Foi o eunuco mesmo quem perguntou: “Que
impede que eu seja batizado?”
(v. 36).
Pergunta para você: Que impede que VOCÊ seja batizado?
3.4. Como foi que o recém-batizado prosseguiu viagem?
Diz o verso 39: “Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe. O eunuco não mais o viu e, alegre, seguiu o seu caminho”. O caminho pode continuar o mesmo, as curvas as mesmas, as pedras as mesmas, os morros e precipícios continuam ali, mas o caminhante agora é outra pessoa, "nova criatura", e tem outra motivação: servir a Cristo. E isso o enche de alegria para continuar a jornada. A palavra grega para "alegre" ou "jubiloso" (Revista e Corrigida) é usada também para cumprimentar as pessoas. Podemos imaginá-lo agora cumprimentando as pessoas com um sorriso nunca antes visto em seu rosto.
Conclusão — Você está andando e levando a preciosa semente da Palavra de Deus? De todas as sementes que há no mundo, eis a mais valiosa.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Timóteo 3.16,17).
*******
Estudo 2 – João Soares da Fonseca
AS SETE MARAVILHAS DA PALAVRA DE DEUS - Salmo 119.18
Aprendemos na escola sobre as sete maravilhas do mundo antigo. Quais foram?
1.
Pirâmides de Gizé (no Egito, única maravilha ainda existente)
2. Jardins Suspensos da Babilônia
3. Estátua de Zeus em Olímpia (feita por Fídias em ouro e marfim, tinha 12 metros de altura, era decorada com pedras preciosas)
4. Templo de Ártemis em Éfeso (construído em 550 A.C., incendiado por Eróstrato em 356 A.C.)
5. Mausoléu de Halicarnasso (construído em 353 A.C. pela rainha Artemísia, em homenagem a Mausolo, seu irmão e marido)
6. Colosso de Rodes;
7. Farol de Alexandria.
2. Jardins Suspensos da Babilônia
3. Estátua de Zeus em Olímpia (feita por Fídias em ouro e marfim, tinha 12 metros de altura, era decorada com pedras preciosas)
4. Templo de Ártemis em Éfeso (construído em 550 A.C., incendiado por Eróstrato em 356 A.C.)
5. Mausoléu de Halicarnasso (construído em 353 A.C. pela rainha Artemísia, em homenagem a Mausolo, seu irmão e marido)
6. Colosso de Rodes;
7. Farol de Alexandria.
A
Bíblia é o registro da revelação de Deus aos homens. Se desejamos
conhecer a Deus, temos que ir a ela. Se queremos descobrir o plano de
salvação que Ele engendrou em favor dos homens, temos que recorrer
a ela. Há um capítulo na Bíblia, cantando as virtudes da Palavra
de Deus. É o Salmo 119. O salmista orou a Deus: “Abre
tu os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei”
(Salmo 119.18). E quais são as Sete Maravilhas da Palavra de
Deus?
1. A maravilha da sua formação
Quantos livros compõem a Bíblia? 66 livros.
Quantos no Velho Testamento? (39 livros)
E no Novo? (27 livros).
A Bíblia foi escrita por cerca de 40 autores diferentes, que viveram vidas diferentes, em contextos culturais diversos, falando línguas diferentes. Você sabe em que línguas a Bíblia foi escrita? O Antigo Testamento em hebraico e partes em aramaico; o Novo, em grego.
Os autores também eram de formação intelectual variada. Uns eram legisladores, outros líderes militares, outros pescadores, outros doutores e filósofos. Nela há autores de muita erudição intelectual, como Moisés (criado no palácio do Egito) e Isaías. Como também há autores de rude linguajar, como Amós. Mas eram todos escrevendo debaixo da orientação do Espírito de Deus: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pedro 1.21).
A propósito, você acha que as traduções são uma bênção ou maldição? Esta seria, aliás, uma outra maravilha à parte. Podemos ler a Bíblia em nosso próprio idioma. Alguém fez isso por nós. Do contrário, teríamos que aprender hebraico e aramaico para lermos o Antigo Testa mento e grego, para ler o Novo.
2. A maravilha da sua idade
A Bíblia foi escrita num período de mais ou menos 25 séculos. O primeiro autor, Moi sés, escreveu cerca de 2.500 anos antes de Cristo. Ele é o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia. Você sabe mencioná-los de cor? Gênesis, Êxodo...
O tempo destrói todas as coisas. O tempo faz caducar as publicações, os livros, as revistas. Menos a Bíblia. Ela se parece com o vinho: quanto mais o tempo passa, melhor ela fica. “Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a Palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Isaías 40.8).
3. A maravilha da sua unidade
Mesmo tendo sido escrita por 40 autores diferentes, vivendo em épocas e culturas diferentes, falando até línguas diferentes, a Bíblia exibe uma espantosa unidade. Um autor não contraria o outro. Um livro não desdiz o outro. Tanto que uma regra de interpretação da Bíblia é que “a Bíblia se interpreta com a própria Bíblia”. Outra regra: “Quando dois textos divergem entre si, há um terceiro que os reconcilia”.
A maravilha da unidade da Bíblia não é por acaso. Dois fatores cooperam em favor dessa unidade, conforme ensinou o apóstolo Paulo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Timóteo 3.16,17).
3.1. A sua procedência
A Bíblia “é divinamente inspirada”. Não se trata de criação humana. Ela é produto do cérebro de Deus.
3.2. O seu propósito
A unidade da Bíblia se deve ao fato de que ela é um livro cristocêntrico. Ela aponta para Jesus. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4.12).
4. A maravilha da sua atualidade
Li de um inglês que disse certa vez: “Encerrem-me numa masmorra, deem-me apenas uma Bíblia e uma vela; e eu vou lhes dizer o que está acontecendo lá fora”. É incrível como a mensagem da Bíblia não envelhece. Ela é portadora de uma mensagem universal, válida para todos os tempos. Para se ter uma ideia da contemporaneidade da Bíblia, basta ler Juízes 19 e 2Samuel 13, duas histórias que bem poderiam ser manchete de qual quer jornal amanhã de manhã.
5. A maravilha da sua preservação
Nenhum outro livro sofreu tanta perseguição como a Bíblia.
• Ela foi perseguida por homens poderosos da história, como, por exemplo, os imperadores romanos.
• Ela foi perseguida por filósofos pagãos de todos os tempos.
• Ela foi perseguida por regimes ditatoriais.
• Ela foi perseguida por papas, que tentavam impedir o acesso do povo a ela.
• Ela é perseguida pelos intelectuais do nosso tempo.
• Ela é perseguida pelos pagãos modernos (o Estado de Israel proíbe a livre divulgação do Novo Testamento).
Mesmo assim, a Bíblia chegou até nós. E continuará crescendo. É o livro mais impresso no mundo.
6. A maravilha da sua influência cultural
A linguagem da Bíblia influenciou as diversas manifestações culturais e artísticas da humanidade.
6.1. A Bíblia influenciou a música
Basta mencionar O Messias, de Handel, com trechos inteiros da Bíblia sendo musicados.
6.2. A Bíblia influenciou a pintura
Quem for a Roma e outras capitais europeias verá as obras dos grandes mestres, impressionados que foram pela Bíblia.
6.3. A Bíblia influenciou a literatura
William Shakespeare fez uso de muitas frases da Bíblia em sua língua. Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão. Foi aí que se padronizou e se uniformizou o idioma alemão.
6.4. A Bíblia influenciou a escultura
Nem é preciso ir longe; basta lembrar a obra do Aleijadinho e seus profetas, em Minas Gerais.
6.5. A Bíblia influenciou a educação
É voz corrente que na Idade Média as universidades eram centros de excelência intelectual, graças aos estudos que se faziam das Escrituras.
6.6. A Bíblia influenciou também a justiça que se aplica entre os homens
Tem-se dito que o direito romano reflete em muito o direito mosaico.
6.7. A Bíblia também é influência na medicina
6.8. A marca da Bíblia também está na economia
Na nota de 1 dólar está escrito: “Em Deus confiamos”. E no "real": "Deus seja louvado".
7. A maravilha da sua eficácia na transformação de vidas
A meu ver, porém, a maior maravilha da Palavra de Deus é justamente o fato de que ela é instrumento usado pelo Espírito na transformação de vidas. Gente que antes vivia sem Deus agora vive para a glória dele. Gente que era um problema para a sociedade agora é solução.
Lembremos, porém, que o objeto Bíblia não tem poderes mágicos. Alguns acham que é suficiente que a Bíblia esteja aberta em casa sobre um móvel. Pensam que por ter capa preta, que ela possua recursos sobrenaturais em suas folhas. Não é assim. Precisamos estudá-la, meditar nela, e, o que é mais importante, praticá-la.
Conclusão — Alguns lembretes de natureza prática:
1. Não idolatre a Bíblia; adore o Deus que ela revela,o Deus vivo e verdadeiro, que “amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
2. Não guarde a preciosidade da Bíblia só para você. Passe adiante a mensagem desse livro que Deus idealizou, inspirou e preserva até hoje.
3. Lembre-se: nenhuma maravilha é maravilhosa, se os nossos olhos estiverem fechados.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
1. A maravilha da sua formação
Quantos livros compõem a Bíblia? 66 livros.
Quantos no Velho Testamento? (39 livros)
E no Novo? (27 livros).
A Bíblia foi escrita por cerca de 40 autores diferentes, que viveram vidas diferentes, em contextos culturais diversos, falando línguas diferentes. Você sabe em que línguas a Bíblia foi escrita? O Antigo Testamento em hebraico e partes em aramaico; o Novo, em grego.
Os autores também eram de formação intelectual variada. Uns eram legisladores, outros líderes militares, outros pescadores, outros doutores e filósofos. Nela há autores de muita erudição intelectual, como Moisés (criado no palácio do Egito) e Isaías. Como também há autores de rude linguajar, como Amós. Mas eram todos escrevendo debaixo da orientação do Espírito de Deus: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pedro 1.21).
A propósito, você acha que as traduções são uma bênção ou maldição? Esta seria, aliás, uma outra maravilha à parte. Podemos ler a Bíblia em nosso próprio idioma. Alguém fez isso por nós. Do contrário, teríamos que aprender hebraico e aramaico para lermos o Antigo Testa mento e grego, para ler o Novo.
2. A maravilha da sua idade
A Bíblia foi escrita num período de mais ou menos 25 séculos. O primeiro autor, Moi sés, escreveu cerca de 2.500 anos antes de Cristo. Ele é o autor dos cinco primeiros livros da Bíblia. Você sabe mencioná-los de cor? Gênesis, Êxodo...
O tempo destrói todas as coisas. O tempo faz caducar as publicações, os livros, as revistas. Menos a Bíblia. Ela se parece com o vinho: quanto mais o tempo passa, melhor ela fica. “Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a Palavra de nosso Deus subsiste eternamente” (Isaías 40.8).
3. A maravilha da sua unidade
Mesmo tendo sido escrita por 40 autores diferentes, vivendo em épocas e culturas diferentes, falando até línguas diferentes, a Bíblia exibe uma espantosa unidade. Um autor não contraria o outro. Um livro não desdiz o outro. Tanto que uma regra de interpretação da Bíblia é que “a Bíblia se interpreta com a própria Bíblia”. Outra regra: “Quando dois textos divergem entre si, há um terceiro que os reconcilia”.
A maravilha da unidade da Bíblia não é por acaso. Dois fatores cooperam em favor dessa unidade, conforme ensinou o apóstolo Paulo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Timóteo 3.16,17).
3.1. A sua procedência
A Bíblia “é divinamente inspirada”. Não se trata de criação humana. Ela é produto do cérebro de Deus.
3.2. O seu propósito
A unidade da Bíblia se deve ao fato de que ela é um livro cristocêntrico. Ela aponta para Jesus. “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4.12).
4. A maravilha da sua atualidade
Li de um inglês que disse certa vez: “Encerrem-me numa masmorra, deem-me apenas uma Bíblia e uma vela; e eu vou lhes dizer o que está acontecendo lá fora”. É incrível como a mensagem da Bíblia não envelhece. Ela é portadora de uma mensagem universal, válida para todos os tempos. Para se ter uma ideia da contemporaneidade da Bíblia, basta ler Juízes 19 e 2Samuel 13, duas histórias que bem poderiam ser manchete de qual quer jornal amanhã de manhã.
5. A maravilha da sua preservação
Nenhum outro livro sofreu tanta perseguição como a Bíblia.
• Ela foi perseguida por homens poderosos da história, como, por exemplo, os imperadores romanos.
• Ela foi perseguida por filósofos pagãos de todos os tempos.
• Ela foi perseguida por regimes ditatoriais.
• Ela foi perseguida por papas, que tentavam impedir o acesso do povo a ela.
• Ela é perseguida pelos intelectuais do nosso tempo.
• Ela é perseguida pelos pagãos modernos (o Estado de Israel proíbe a livre divulgação do Novo Testamento).
Mesmo assim, a Bíblia chegou até nós. E continuará crescendo. É o livro mais impresso no mundo.
6. A maravilha da sua influência cultural
A linguagem da Bíblia influenciou as diversas manifestações culturais e artísticas da humanidade.
6.1. A Bíblia influenciou a música
Basta mencionar O Messias, de Handel, com trechos inteiros da Bíblia sendo musicados.
6.2. A Bíblia influenciou a pintura
Quem for a Roma e outras capitais europeias verá as obras dos grandes mestres, impressionados que foram pela Bíblia.
6.3. A Bíblia influenciou a literatura
William Shakespeare fez uso de muitas frases da Bíblia em sua língua. Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão. Foi aí que se padronizou e se uniformizou o idioma alemão.
6.4. A Bíblia influenciou a escultura
Nem é preciso ir longe; basta lembrar a obra do Aleijadinho e seus profetas, em Minas Gerais.
6.5. A Bíblia influenciou a educação
É voz corrente que na Idade Média as universidades eram centros de excelência intelectual, graças aos estudos que se faziam das Escrituras.
6.6. A Bíblia influenciou também a justiça que se aplica entre os homens
Tem-se dito que o direito romano reflete em muito o direito mosaico.
6.7. A Bíblia também é influência na medicina
6.8. A marca da Bíblia também está na economia
Na nota de 1 dólar está escrito: “Em Deus confiamos”. E no "real": "Deus seja louvado".
7. A maravilha da sua eficácia na transformação de vidas
A meu ver, porém, a maior maravilha da Palavra de Deus é justamente o fato de que ela é instrumento usado pelo Espírito na transformação de vidas. Gente que antes vivia sem Deus agora vive para a glória dele. Gente que era um problema para a sociedade agora é solução.
Lembremos, porém, que o objeto Bíblia não tem poderes mágicos. Alguns acham que é suficiente que a Bíblia esteja aberta em casa sobre um móvel. Pensam que por ter capa preta, que ela possua recursos sobrenaturais em suas folhas. Não é assim. Precisamos estudá-la, meditar nela, e, o que é mais importante, praticá-la.
Conclusão — Alguns lembretes de natureza prática:
1. Não idolatre a Bíblia; adore o Deus que ela revela,o Deus vivo e verdadeiro, que “amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
2. Não guarde a preciosidade da Bíblia só para você. Passe adiante a mensagem desse livro que Deus idealizou, inspirou e preserva até hoje.
3. Lembre-se: nenhuma maravilha é maravilhosa, se os nossos olhos estiverem fechados.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Porque
a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada
alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e intenções do coração” (Hebreus 4.12).
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Estudo 3 - João Soares da Fonseca
ASSIM É DEUS (I) – O Pai Nosso – Mateus 6.9-13
Nos filmes dublados ou legendados em português, o ator, em sua língua original, diz “to pray”, e a tradução co loca “rezar”. Será que orar é a mesma coisa que rezar? Qual a diferença entre reza e oração? Numa palavra, reza é repetição, é rotina, é ritual. Orar é dialogar, é relacionar-se dinamicamente com a pessoa de Deus.
Será que o Pai Nosso é oração para se repetir?
A oração do Pai Nosso é uma prova de que o que oramos revela o que cremos.
A oração do Pai Nosso expõe 7 verdades sobre Deus:
1. Deus é Supremo
“Pai nosso que estás no céu...”. Jesus começa ensinando que devemos chamar Deus de “Pai nosso”. Mas será que todos podem chamar Deus de Pai? Será que Deus é pai de todos? O que disse Jesus sobre isso? Ele disse: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” ((João 1.12). “Os que creem” (os crentes) são os filhos de Deus.
“... que estás no céu...” - Embora tenha nos criado à sua imagem e semelhança (Gênesis 1.26), Deus é transcendente. Ele está além de nós, além do alcance de nossa visão, muito além da nossa compreensão. É um Deus “que está no céu”. O Deus da revelação cristã não é produto da mente medrosa dos homens. Ele não é uma fabricação intelectual de um cérebro carente. É o Deus onipotente, onisciente e onipresente, que escolheu revelar-se a si mesmo aos homens. Se Ele não se revelasse, nada saberíamos de Sua pessoa.
Quando Deus chamou Moisés, do meio da sarça ardente, disse a ele: “...desci para livrar Israel da mão dos egípcios” (Êxodo 3.8).
Quando Moisés subiu o Monte Sinai para encontrar-se e conversar com Deus, o Senhor fixou os limites que o povo não podia ultrapassar: “Marcarás em redor limites ao povo, dizendo: Guardai-vos de subir ao monte, nem toqueis o seu limite; todo aquele que tocar o monte será morto” (Êxodo 19.12).
Quando Salomão orou, inaugurando o Templo, ele disse: “Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei” (1Reis 8.27).
Quando Isaías foi ao templo, ele disse ter visto o Senhor “assentado sobre um alto e sublime trono” Isaías 6.1). “Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? -- diz o SENHOR; porventura, não encho eu os céus e a terra? -- diz o SENHOR” (Jeremias 23.24).
Paulo pregando em Atenas: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais” (Atos 17.24-25).
2. Deus é Santo
“Santificado seja o teu nome”. Os deuses do paganismo eram famosos pela licenciosidade em que viviam. As mitologias egípcia, grega, romana, só para citar as mais conhecidas, eram de uma depravação só. Eles viviam em tramas tecidas de adultérios, traições, mentiras, invejas, iras... Era um nunca acabar de deus engolindo deus, cada um mais desonesto e devasso que o outro. Ao dizer “Santificado seja o teu nome”, Jesus quer dizer que o Nome do Senhor, ou seja, o próprio Senhor, é santo e seja tratado como santo, reverenciado, temido. É um Deus que não pisa na lama. Se você precisar de uma razão para ser santo, Deus lhe dará. Ele disse: “Sede santos, porque eu sou santo” (Levítico 19.2).
Certa vez, numa classe de novos crentes como esta, um jovem fez a seguinte pergunta: “Se Deus manda a gente ser santo, por que é que não temos santos também nas paredes nem os adoramos?” A resposta é outra pergunta: O que é um “santo” na Bíblia? É um ídolo na pare de? Um ícone iluminado? Uma estátua de gesso, de barro, de feno? Alguém aureolado? Não. O santo é aquele que se separou do mundo para viver de acordo com a vontade de Deus. “Santos” na Bíblia não são os ídolos, mas os crentes.
Paulo escreveu:
“Ou
não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos
enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem
efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados,
nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais
fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes
santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus
Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1Coríntios 6.9-11).
3.
Deus é Soberano
“Venha o Teu Reino...” Ver também o verso 13. O que é o Reino de Deus? É algo territorial? Espacial? Onde fica o Reino? Jesus disse na presença de Pilatos: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (João 18.36). Outro texto esclarecedor é o de Paulo: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14.17).
O conceito de Reino de Deus é estratégico na mensagem de Jesus, que falou dele em três diferentes aspectos:
3.1. Aspecto passado
O reino já veio. “Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus” (Mateus 8.11). “Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes, no reino de Deus, Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, mas vós, lançados fora” (Lucas 13.28).
3.2. Aspecto presente
O reino está dentro de nós. “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17.20-21).
3.3. Aspecto futuro
O reino ainda virá: “venha o teu reino” (Mateus 6.10).
Conclusão — Você está anunciando o Reino de Deus? Com palavras? Ou com os seus atos? Com seriedade?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Venha o Teu Reino...” Ver também o verso 13. O que é o Reino de Deus? É algo territorial? Espacial? Onde fica o Reino? Jesus disse na presença de Pilatos: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (João 18.36). Outro texto esclarecedor é o de Paulo: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14.17).
O conceito de Reino de Deus é estratégico na mensagem de Jesus, que falou dele em três diferentes aspectos:
3.1. Aspecto passado
O reino já veio. “Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus” (Mateus 8.11). “Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes, no reino de Deus, Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, mas vós, lançados fora” (Lucas 13.28).
3.2. Aspecto presente
O reino está dentro de nós. “Interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17.20-21).
3.3. Aspecto futuro
O reino ainda virá: “venha o teu reino” (Mateus 6.10).
Conclusão — Você está anunciando o Reino de Deus? Com palavras? Ou com os seus atos? Com seriedade?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Interrogado
pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, Jesus lhes
respondeu: Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem
dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está
dentro de vós” (Lucas 17.20-21).
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Estudo 4 – João Soares da Fonseca
ASSIM É DEUS (II) – O PAI NOSSO (II) - Mateus 6.9-13
Na oração do Pai Nosso, descobrimos muito da essência de Deus. Vimos, no estudo anterior, analisando o Pai Nosso, que
(1)
Deus é Supremo: “Pai nosso que estás no céu”;
(2)
que Deus é Santo: “Santificado seja o teu nome” e
(3)
que ele é Soberano: “Venha o Teu Rei no”.
Hoje
veremos a continuação dessa oração que Jesus ensinou e o que
podemos aprender sobre Deus a partir dela:
4. Deus é Senhor
“Seja feita a tua vontade, assim na terra...” (v. 10). O que é pecado? Matar? Mentir? Enganar? É grande a tentação de se produzir uma lista de "pode" e "não pode". Pecado é tudo aquilo que contraria a vontade de Deus. Por isso...
4.1. Para não viver em pecado, o crente deve procurar conhecer a vontade de Deus.
A pergunta que logo se impõe é: como é possível conhecer a vontade de Deus?
A resposta é: a convivência. Quanto mais convivo com a minha esposa, mais eu seio de que ela gosta e o de que não gosta.
Ao caminhar com Deus, fico sabendo quem Ele é. Ao ler a sua Palavra, fico sabendo como é que Ele quer que eu aja.
4.2. Para não viver em pecado, o crente deve obedecer à vontade de Deus, de novo, como fez Jesus (Mateus 26.39).
O incrédulo é aquele que rejeita a vontade de Deus. Pecado é rebel dia. Jesus não pecou jamais; ele jamais se rebelou contra a vontade do Pai (João 6.38; João 5.30).
4.3. Para não viver em pecado, o crente deve orar conforme a vontade de Deus.
É no âmbito da oração que a vontade de Deus mais se evidencia. O exemplo de Jesus, de novo, é claro. Ele foi obediente quando, no Jardim do Getsêmane, prensado pela dureza de sua missão, orou: “Pai, se possível, passe de mim este cálice. TODAVIA, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26.36).
João escreveu: “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1João 5.14). Ao obedecer à vontade de Deus, o crente está mostrando que depositou a sua fé no poder de Deus, que conta com a sabedoria de Deus e que descansa na pontualidade de Deus.
5. Deus é Sustentador
“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (v. 11).
5.1. Deus supre as nossas necessidades físicas, não apenas as espirituais
O corpo também é criação de Deus, não somente a alma.
“O pão nosso...” – que pão é esse? Alguns pensam ser uma referência ao pão da ceia do Senhor. Mas pelo contexto, é pouco provável. O pão é, em quase todas as culturas, símbolo do sustento da vida. Portanto, não se trata apenas de pão da padaria, mas todo o conjunto de pro visões com que Deus nos sustenta. Se você duvida que Deus faz isso, leia o Pentateuco, onde Deus supriu o povo de Israel de maná caído do céu durante 40 anos (Êxodo 16.35; Josué 5.12; “trigo do céu”, Salmo 78.24). A propósito, perguntaram certa vez a um rabino: por que Deus mandava maná diário? Não teria sido menos trabalhoso para o povo receber num dia o suprimento de toda a semana?
4. Deus é Senhor
“Seja feita a tua vontade, assim na terra...” (v. 10). O que é pecado? Matar? Mentir? Enganar? É grande a tentação de se produzir uma lista de "pode" e "não pode". Pecado é tudo aquilo que contraria a vontade de Deus. Por isso...
4.1. Para não viver em pecado, o crente deve procurar conhecer a vontade de Deus.
A pergunta que logo se impõe é: como é possível conhecer a vontade de Deus?
A resposta é: a convivência. Quanto mais convivo com a minha esposa, mais eu seio de que ela gosta e o de que não gosta.
Ao caminhar com Deus, fico sabendo quem Ele é. Ao ler a sua Palavra, fico sabendo como é que Ele quer que eu aja.
4.2. Para não viver em pecado, o crente deve obedecer à vontade de Deus, de novo, como fez Jesus (Mateus 26.39).
O incrédulo é aquele que rejeita a vontade de Deus. Pecado é rebel dia. Jesus não pecou jamais; ele jamais se rebelou contra a vontade do Pai (João 6.38; João 5.30).
4.3. Para não viver em pecado, o crente deve orar conforme a vontade de Deus.
É no âmbito da oração que a vontade de Deus mais se evidencia. O exemplo de Jesus, de novo, é claro. Ele foi obediente quando, no Jardim do Getsêmane, prensado pela dureza de sua missão, orou: “Pai, se possível, passe de mim este cálice. TODAVIA, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26.36).
João escreveu: “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1João 5.14). Ao obedecer à vontade de Deus, o crente está mostrando que depositou a sua fé no poder de Deus, que conta com a sabedoria de Deus e que descansa na pontualidade de Deus.
5. Deus é Sustentador
“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (v. 11).
5.1. Deus supre as nossas necessidades físicas, não apenas as espirituais
O corpo também é criação de Deus, não somente a alma.
“O pão nosso...” – que pão é esse? Alguns pensam ser uma referência ao pão da ceia do Senhor. Mas pelo contexto, é pouco provável. O pão é, em quase todas as culturas, símbolo do sustento da vida. Portanto, não se trata apenas de pão da padaria, mas todo o conjunto de pro visões com que Deus nos sustenta. Se você duvida que Deus faz isso, leia o Pentateuco, onde Deus supriu o povo de Israel de maná caído do céu durante 40 anos (Êxodo 16.35; Josué 5.12; “trigo do céu”, Salmo 78.24). A propósito, perguntaram certa vez a um rabino: por que Deus mandava maná diário? Não teria sido menos trabalhoso para o povo receber num dia o suprimento de toda a semana?
O rabino pensou e disse: Se Deus mandasse o maná apenas uma vez por semana, o povo só iria olhar para cima, uma vez por semana.
O pão não é luxo. Jesus não pediria luxo para si, mas o pão. E “...de cada dia”. O problema é que às vezes nós queremos pedir o pão de cada mês, de cada ano, de cada década. Às vezes eu me flagro preocupado com o pão que vou comer na aposentadoria. Tomar providências para termos uma aposentadoria garantida é recomendável; mas perder o sono por causa disso é incredulidade.
5.2. Deus supre as nossas necessidades morais
Ele nos supre de perdão, de aceitação, de reconciliação.
5.3. Deus supre as nossas necessidades espirituais
Jesus ensinou que os crentes deveriam orar, pedindo forças para não caírem na tentação.
6. Deus é Perdoador
“Perdoa-nos as nossas dívidas...” (v. 12). Na cultura hebraica, “dívida” era a palavra usa da para falar de culpa, de pecado cometido. O cristianismo não nega a culpa, reconhece-a.
Mas aponta a saída, que é a confissão: “Perdoa-nos...” é a melhor oração contra a culpa.
O crente não precisa viver esmagado pela culpa. Quando somos perdoados por Deus, devemos aprender também a perdoar.
7. Deus é Protetor
“Não nos deixes cair em tentação mas...” (v. 13). Jesus admite a existência da tentação.
Mais cedo ou mais tarde, você será tentado a não ser mais crente, a não vir mais à igreja, a deixar a família, a sumir do mundo. Lembre-se: você só será tentado porque você já é um crente. Se não fosse, não seria tentado. Tentados, devemos correr para Deus.
Conclusão — Você já é filho de Deus? Você está procurando fazer a vontade de Deus em sua vida?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Ensina-me
a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus" (Salmo 143.10).
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Estudo 5 - João Soares da Fonseca
ASSIM DESCOBRIMOS A VONTADE DE DEUS PARA AS NOSSAS VIDAS
“Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração” (Salmo 40.8)
Adolf Hitler escreveu em seu livro Mein Kampf (Minha Luta): “Creio que estou agindo em conformidade com a vontade do Criador Todo-poderoso. Defendendo-me dos judeus, es tou lutando pela obra de Deus”.
Será que existem indicadores seguros a revelar-nos a vontade de Deus? Como reconhecer a vontade de Deus? No Antigo Testamento, havia sacerdotes, profetas, visões, sonhos, Urim e Tumim (Êxodo 28.30), sortes (Josué 7.14; Jonas 1.7). Mas e hoje? Que recursos Deus põe hoje à nossa disposição para conhecermos a sua vontade?
1. A sabedoria da Palavra de Deus
Jesus disse: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mateus 22.29). “Não adulterarás” (Êxodo 20.14); “Não mintais uns aos outros” (Colossenses 3.9) “Não vos prendais a um jugo desigual...” (2Coríntios 6.14). São exemplos claros do que é e do que não é a vontade de Deus.
A Bíblia não dá orientações particulares do tipo “Sim, minha filha, case-se com este jovem pobre” nem “Meu filho, essa moça morena não é pra você”. A Bíblia nos dá um conhecimento geral da vontade de Deus. Ela nos faz conhecer o caráter de Deus. É mais fácil agradar a alguém que conhecemos. Não “use” a Bíblia como se fosse um livro mágico, por exemplo, ab rir e ler em qualquer lugar.
2. O privilégio da Oração
Jesus passava noites inteiras orando. Paulo ordena: “Orai sem cessar” (1Tessalonicenses 5.17). Não procure a ajuda de quem quer que seja para um problema seu, a não ser que você já tenha ora do. Ou seja, ore primeiro. À porta do gabinete pastoral de uma igreja no Rio de Janeiro um cartaz dizia: “Você já orou acerca do problema sobre o qual veio conversar?”
Não tome decisão enquanto não tiver certeza de que o Senhor está aprovando aquilo. Gosto de ilustrar isso com o que os engenheiros rodoviários fazem no Brasil. Eles colocam uma placa nas rodovias: “Na dúvida, não ultrapasse”. Na encruzilhada de um problema, busque a placa de Deus. Se há dúvida, pare. Não acelere mais.
3. A força da Meditação
Deus nos fez seres racionais. Ele nos dotou do poder da percepção dos fenômenos à nossa volta, da capacidade da análise, do julgamento, da ponderação. Dizem que Platão permanecia imóvel vários dias, imerso em seus pensamentos. Seria bom que reservássemos algum tempo para ruminar as nossas indecisões. Quando foi que você se trancou num quarto, sozinho, sem som, sem telefone, e ficou uma hora sozinho, pensando? George Bernard Shaw, Prêmio Nobel de Literatura, escreveu com ironia uma viva verdade: “A maior parte das pessoas não pensa nunca durante a vida. Eu me tornei uma celebridade internacional, pensando três vezes por semana”. Brincando ou não, Shaw expõe uma necessidade: precisamos, crentes ou não, literalmente parar para pensar.
O crente leva grande vantagem sobre o não crente: “Nós temos a mente de Cristo” (1Coríntios 2.16). Deveríamos praticar aquilo a que alguém chamou “santa ruminação dos pensamentos de Deus” (Salmo 119.103; Filipenses 4.8; Isaías 55.8,9). O pastor José Bittencourt, de Belo Horizonte, disse-me certa vez que, quando perde o sono, fica “raciocinando em Deus”.
4. Ouvindo a Consciência
Duas coisas impressionavam o filósofo alemão Immanuel Kant: o céu estrelado à noite por cima do homem e a consciência dentro do homem. T. B. Maston diz: “Deus colocou dentro do homem um sentido do que é certo ou errado. A consciência não é a voz de Deus, embora possa ser o ouvido da alma. O ouvido precisa ser treinado”.
Mas, cuidado, a consciência não é uma orientação infalível; ela pode, como avisava Paulo a Timóteo, “se cauterizar” (1Timóteo 4.2), isto é, acostumar-se ao mal. Ou simplesmente não ser sensível. Leslie Weatherhead lembra que “por anos e anos a escravidão não era condenada pela consciência dos homens”.
Paulo se despediu de uma igreja, dizendo ter a consciência tranquila de ter agido corretamente entre eles (Atos 24.15,16). Todo mundo já ouviu falar em consciência culpada. Mas para não ser culpada, a consciência precisa ser escutada.
5. Busca de Sábios Conselhos
“Se conselho fosse bom não seria dado, seria vendido”. O autor desta frase é Satanás. Seja humilde e busque conselhos.
5.1. A bênção dos bons conselhos
A Bíblia aconselha ouvir conselhos (Provérbios 12.15; 19.20). “Na multidão de conselheiros, há segurança” (Provérbios 11.14). Os grandes homens de Deus sempre foram sensíveis aos conselhos dos outros. Moisés foi humilde ao ponto de ouvir o bom conselho de seu sogro Jetro (Êxodo 18.18).
5.2. Fuja dos maus conselheiros
A tragédia de 2Samuel 13 talvez fosse evitada, se Jonadabe tivesse dado um bom conselho a Amnon. Se Roboão tivesse ouvido o conselho dos anciãos, talvez a história fosse outra (1Reis 12). Pais, professores, cônjuge, amigos, líderes experimentados, podem discernir para nós os prós e os contras. Browning tem uma figura interessante que descreve bem o que um conselho é: “Outros podem emprestar-nos sua mente”.
5.3. Mas não se torne um viciado em conselheiros
Não se torne um dependente da palavra dos outros. Permaneça “de pé nos próprios pés... Corte o cordão umbilical... Não espere resposta completa lindamente envolvida num embrulhinho” (T. B. Maston).
6. A análise das Circunstâncias
“Muitas vezes Deus nos revela sua vontade por meio de portas que se abrem ou portas que se fecham. Não entre em porta que você não tenha a certeza de que foi Deus quem abriu. Não desista de bater em uma porta fechada, a não ser que tenha a certeza de que foi Deus quem a fechou” (Maturidade Cristã, p. 44). Esteja pronto para receber um “não” de Deus. Ruth Bell disse certa vez: “Se Deus fosse atender a todas as minhas orações, eu hoje não seria feliz: teria me casado com um outro homem”. Ruth se casou com o evangelista Billy Graham.
7. A avaliação das Consequências
No ano 2000, foi lançado o filme O Gladiador. O personagem principal é Maximus, um general do exército romano no Norte da Europa. Na primeira batalha, ele faz um discurso aos seus soldados, animando-os para o combate. Ele diz: “Soldados, o que fazemos nesta vida ecoa por toda a eternidade”.
Avaliar as consequências é um exercício válido e recomendável, porque viver não é um ato isolado neste mundo. Nossas ações acarretam consequências, que podem ser construtivas ou catastróficas. Quem se assenta atrás de um volante precisa saber que a partir desse momento, a vida de muita gente está em jogo, e não só a sua. “Portanto, vede diligentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, usando bem cada oportunidade, porquanto os dias são maus” (Efésios 5. 15,16). Pensando nos resultados que essa opção possa trazer, tente responder às seguintes perguntas:
a) Quais foram as consequências quando alguém no passado tomou uma decisão parecida com a que estou desejando tomar também?
b) Que impacto essa minha decisão causará em meus pais, ou em meus filhos? Serei uma referência de vitória ou de vergonha?
c) A igreja a que pertenço – ou a Causa do Senhor, em geral – vai se promover ou se prejudicar com a minha decisão?
d) Minha decisão poderá ser um modelo a ser seguido por outras pessoas?
e) O nome de Deus será enaltecido ou envergonhado com essa minha decisão?
f) Posso me ajoelhar e orar a Deus para que Ele aprove a decisão que irei tomar?
8. O Uso de Boa Literatura
Houve um tempo em que os crentes eram tão atrasados, que achavam que a leitura era vaidade. Paulo escreveu a Timóteo: “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos” (2Timóteo 4.13).
8.1. Familiarize-se com a Bíblia
Ela é rica em situações complexas, problemas aparente mente insolúveis, barreiras intransponíveis. É de se perguntar por que a Bíblia é um livro tão volumoso? Não teria sido mais fácil Deus dar os 10 mandamentos, meia página de texto, e pronto? E no Novo Testamento, não bastaria João 3.16? Mas Deus permitiu que os fracassos de outros servos de Deus fossem registrados para que nós pudéssemos saber como evitá-los.
8.2. Adote um bom devocionário
Que é um devocionário? É um livro contendo meditações bíblicas diárias. Apenas devemos ter o cuidado de não deixar que o devocionário substitua a leitura da Bíblia. Exemplos de bons devocionários:
- Nosso Andar Diário (publicado pela Radio Bible Class)
- Manancial (publicado pela UFMBB)
- Livros avulsos de meditações (como Mananciais do Deserto, Tudo Para Ele, etc.)
Além
de devocionários, leia um bom jornal evangélico (Exemplo: O Jornal
Batista)
8.3. Leia biografias de servos de Deus
Nas biografias ficamos sabendo como os outros, antes de nós, superaram problemas que nós também enfrentamos. As dúvidas que nos as saltam hoje certamente já fizeram outros servos de Deus perder o sono.
9. O Pedido de um Sinal Específico
Abusa-se muito deste recurso, quando deveria ser usado apenas em situação extrema. O exemplo mais citado é o de Gideão (Juízes 6.36-40). Oliver Barclay refuta a experiência de Gideão da seguinte maneira:
1. As Escrituras não elogiam o gesto de Gideão;
2. Não havia um guia como a Bíblia para orientar Gideão. Foi por isso que ele pediu algo assim insólito, que lhe pudesse esclarecer completamente. Hoje temos esse guia, que é a Bíblia.
3. A experiência de Gideão só faz realçar a sua carnalidade, a sua falta de fé nas promessas de Deus. A fé que necessita de sinais é fé infantil. Por isso Jesus diz a Tomé: “Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20.29).
Será que ao pedir um sinal específico, não estamos revelando a nossa incredulidade? Não basta a Palavra de Deus?
Será que ao pedir um sinal específico, não estamos revelando a nossa desobediência? Foi o caso do Saul, que de desobediência em desobediência acabou indo consultar os mortos. Ele queria um “sinal específico”. E acabou se suicidando depois. Apesar de tudo, convém lembrar que Deus sabe como lidar com as nossas inquietações. A seu tempo e a seu modo, ele nos falará.
Conclusão — Abraão Lincoln disse: “Toda vez que a minha vontade bate de frente com a vontade de Deus, e a vontade de Deus ganha, quem ganha sou eu”.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
8.3. Leia biografias de servos de Deus
Nas biografias ficamos sabendo como os outros, antes de nós, superaram problemas que nós também enfrentamos. As dúvidas que nos as saltam hoje certamente já fizeram outros servos de Deus perder o sono.
9. O Pedido de um Sinal Específico
Abusa-se muito deste recurso, quando deveria ser usado apenas em situação extrema. O exemplo mais citado é o de Gideão (Juízes 6.36-40). Oliver Barclay refuta a experiência de Gideão da seguinte maneira:
1. As Escrituras não elogiam o gesto de Gideão;
2. Não havia um guia como a Bíblia para orientar Gideão. Foi por isso que ele pediu algo assim insólito, que lhe pudesse esclarecer completamente. Hoje temos esse guia, que é a Bíblia.
3. A experiência de Gideão só faz realçar a sua carnalidade, a sua falta de fé nas promessas de Deus. A fé que necessita de sinais é fé infantil. Por isso Jesus diz a Tomé: “Bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20.29).
Será que ao pedir um sinal específico, não estamos revelando a nossa incredulidade? Não basta a Palavra de Deus?
Será que ao pedir um sinal específico, não estamos revelando a nossa desobediência? Foi o caso do Saul, que de desobediência em desobediência acabou indo consultar os mortos. Ele queria um “sinal específico”. E acabou se suicidando depois. Apesar de tudo, convém lembrar que Deus sabe como lidar com as nossas inquietações. A seu tempo e a seu modo, ele nos falará.
Conclusão — Abraão Lincoln disse: “Toda vez que a minha vontade bate de frente com a vontade de Deus, e a vontade de Deus ganha, quem ganha sou eu”.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“E
não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela
renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a
boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).
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Estudo 6 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O HOMEM (I) – Criado para Cultuar o Criador – Gênesis 1.26, 27
Pascal, pensador francês, disse: “O homem é o orgulho e o refugo do universo”. João Ubaldo Ribeiro disse numa entrevista à revista Veja, certa vez, que dentro dele moram dois Ubaldos: Um Ubaldo Pequeno e o Grande Ubaldo.
Afinal, somos grande coisa ou não? O que a Bíblia nos ensina sobre nós mesmos?
1. A criação do homem foi ideia de Deus
Deus é o criador de tudo (Gênesis 1.1). Se Deus não existe, como explicar o surgimento da matéria, do movimento e da vida? Como explicar a precisão matemática do sistema solar?
O homem é ideia e ato de Deus (Gênesis 2.7). Você não é fruto do acaso, você saiu da planilha de Deus, o mais criativo centro de produções do universo. Tanto a concepção quando a realização de sua vida são atos de Deus. Por isso é que você é importante (Salmos 139.14).
Feito por Deus, mas de que material? - “...do pó da terra”; “és pó...” (Gênesis 3.19). Ouvi uma história curiosa, apesar de ser meio macabra: uma mulher morreu e foi sepultada. Alguns anos mais tarde, a família foi fazer a exumação dos ossos para guardá-los numa caixinha. Para espanto de todos, o corpo da mulher estava intacto, como se a ação do tempo não a tivesse destruído. Assim que começou a admiração em torno do que parecia ser um fenômeno, um vento leve soprou no cemitério. E o rosto da mulher foi levado, como poeira pura. Há uma frase curta e objetiva, que bem resume a nossa transitoriedade por este mundo: “Ontem, pavão. Hoje, espanador”.
2. A criação do homem foi à imagem de Deus
Li no jornal que um bêbado, em Volta Redonda (RJ), ficou chateado com um cachorro que latia para ele, sem dar folga. O bêbado parou, voltou-se para o animal e, arrastando a voz, balbuciou: “Cala a boca, que você é um cachorro que nem eu!” (O Globo, 21-10-2007, na “Revista O Globo”). Será que esse bêbado estava certo? Não. Por ter sido criado “à imagem e semelhança de Deus” (Gênesis 1.26,27), o homem se tornou a “coroa da criação”.
Em que exatamente consiste essa imagem?
2.1. A imagem de Deus no homem se traduz em singularidade
Não há outro animal semelhante ao homem. Já a própria criação do homem foi diferente. Veja o contraste: Por cinco vezes, Gênesis 1 diz: "...e isso era muito bom" (Gênesis 1.10,12,18,21,25). Mas depois de criar o homem, o texto diz: “...eis que era MUITO bom” (Gênesis 1.31).
O casamento surgiu por quê? Porque não havia um animal que pudesse se relacionar com o homem de igual para igual (Gênesis 2.18).
2.2. A imagem de Deus no homem se traduz em racionalidade
• Adão tinha a capacidade da gerência e do trabalho, Gênesis 2.15
• Adão tinha a capacidade de entender ordens, Gênesis 2.16-17
• Adão tinha a capacidade de dar nomes aos animais, Gênesis 2.19-20;
• Adão tinha a capacidade de produzir poesia, Gênesis 2.23
2.3. A imagem de Deus no homem se traduz em liberdade
Adão podia comer “livremente” de toda árvore do jardim, Gênesis 2.16
2.4. A imagem de Deus no homem se traduz em responsabilidade
“...domine ele” (Gênesis 1.26); “...dominai” (Gênesis 1.28), disse o Senhor. O teólogo suíço, Emil Brunner, escreveu: “O senso de responsabilidade é o traço mais caracteristicamente humano”.
2.5. A imagem de Deus no homem se traduz em espiritualidade
Jesus disse: “Deus é espírito...” (João 4.24); “à nossa imagem” (Gênesis 1.26). É isso que permite que a criatura tenha comunhão com o seu Criador.
2.6. A imagem de Deus no homem se traduz em continuidade
Muita gente acha que morreu, acabou. Será? Jesus não disse isso. Ele disse: “...para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). Você já tem a vida eterna?
3. A criação do homem foi em estado de inocência
Homem foi criado moralmente bom, sem culpa, sem pecado (Gênesis 1.31). “Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias” (Eclesiastes 7.29).
Conclusão — Temos nós, com o nosso viver, refletido a imagem e a semelhança de Deus em nossas vidas?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Porque
os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos" (Romanos 8.29).
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Estudo 7 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O HOMEM (II) – O Síndico da Criação – Salmo 8
Um rabino de Nova York, Joseph Telushkin, escreveu o livro The Book of Jewish Values (O Livro dos Valores Judaicos) com meditações para cada dia. A certa altura, o rabino pergunta: Valorizamos as pessoas mais do que as coisas? E então, para ilustrar, ele radicaliza: Se você visse uma pessoa se afogando e também um animal, a quem você salvaria primeiro: a pessoa ou o animal? (pp. 268-9).
1. Criado por Deus para encher a terra
Note que Deus criou macho e fêmea, homem e mulher. Não criou um terceiro sexo, uma terceira opção. E Deus disse ao casal: “(...) Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gênesis 1.28). Encher a terra... acho que o homem conseguiu. Algumas posturas religiosas são contrárias ao planejamento familiar, alegando este verso em sua defesa. Mas a pergunta que se precisa fazer é: Quando foi dada esta ordem? Hoje a terra não está superlotada?
2. Criado por Deus para dominar a terra
Gostaria que vocês apreciassem não apenas o Salmo 23, ou o 91, ou o 121, mas também o Salmo 8, que fala da grandeza do homem. Parte dessa grandeza é o que os teólogos chamam mandato cultural, que é o privilégio que o homem tem de dominar a natureza (Gênesis 1.28). Deus convidou o homem a ser seu parceiro na criação. Numa comparação contemporânea, podemos dizer que no condomínio (vários donos) formado entre Deus e o homem, o homem é o síndico, o síndi co da criação.
Mas veja bem: Deus disse que o homem deve “dominar”. Mas será que dominar é destruir? Gênesis 2.15 diz que Deus “pôs [o homem] no jardim do Éden para o lavrar e o guardar”. Guardar quer dizer “conservar”. Nunca destruir.
3. Criado por Deus para louvá-lo na terra
Há alguma razão por que Deus nos criou? Faz sentido a dúvida de Vinícius de Moraes? (“... se foi pra desfazer, pra que que fez?)”. O salmista disse: “Os céus declaram a glória de Deus” (Salmos 19.1). Para que fomos criados? “...para louvor da glória de sua graça” (Efésios 1.6). Em Isaías lemos: “Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra,e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada...” (Isaías 45.18). A criação não foi casual. Deus criou o mundo e o homem para dividir com este um pouco da sua glória.
Conclusão — O psiquiatra de Viena, Dr. Viktor Frankl, sobrevivente de campo de concentração nazista, escreveu: “No campo de concentração, vimos alguns de nossos companheiros se compor tarem como porcos, enquanto outros se comportavam como santos. O homem tem as duas potencialidades dentro de si: depende das decisões que ele toma, e não das condições”.
Lembre-se: decisões, não condições. Não somos escravos das circunstâncias, mas sim das nossas decisões. Decida-se agora a viver para a glória de Deus!
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Portanto,
quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo
para glória de Deus” (1Coríntios 10.31).
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Estudo 8 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O PECADO (I) – Gênesis 3
Em seu poema, “Elegia ao primeiro amigo”, Vinícius de Moraes dizia no final:
“(...)
Preciso ser delicado
Porque
dentro de mim mora um ser feroz e fratricida
Como
um lobo”.
Lembremos,
porém, que Deus não criou “um ser feroz e fratricida / como um
lobo”. Deus criou o homem não somente para viver no Paraíso mas
para ser ele mesmo um exemplo de vida paradisíaca. Então, o que foi
que saiu errado?
A resposta de Deus está no terceiro capítulo da Bíblia.
1. Origem do Pecado
1.1. Satanás levou Eva a duvidar da Palavra de Deus
Compare Gênesis 2.16-17 (onde Deus disse que o homem morreria se comesse do fruto) com Gênesis 3.1-4 (onde Satanás afirma que não morreria). Para desviar a mulher de fazer a vontade de Deus, a serpente Satanás fez o que a filósofa Marilena Chauí descreveu muito bem: “montou um discurso de desqualificação” da Palavra de Deus. “É assim que Deus disse?” (v. 1b). Os filósofos modernos enaltecem a dúvida, a chamada dúvida metódica. Duvide de tudo e de todos, menos de Deus. Aliás, Eva devia ter usado sua capacidade de dúvida para duvidar da serpente, isso sim. Tenha muito cuidado com os assaltos da dúvida, porque é justamente aí que começa o tombo: duvidar da Palavra de Deus. Satanás usou e continuará usando essa tática. Hoje, ele vive afirmando:
1.1.1. Que “papel aceita tudo”, portanto, a Bíblia seria mera produção humana;
1.1.2. Que a Bíblia contém erros; portanto, não é digna de crédito;
1.1.3. Que a Bíblia é apenas um livro de histórias;
1.1.4. Que a Bíblia é só mais um livro religioso, ao lado de outros;
1.1.5. Que Igreja é mero comércio, ponto de encontro de hipócritas, e assim por diante.
1.2. Satanás levou Eva a desejar ser como Deus
v. 5 – Satanás pôs no coração de Eva o veneno do desejo de poder absoluto. Eva não se contentou com ser “apenas” “imagem e semelhança de Deus”; queria ser a própria essência de Deus. Ou como afirmou W. H. Griffith Thomas, “A raiz do pecado estava no desejo de nossos pais de se tornarem independentes de Deus”.
Há uma saudação budista, que ficou muito popular no Brasil,graças ao empenho da mídia. É a palavra “namastê”. Parece inofensiva, mas veja o que significa: “O deus que há em mim saúda o deus que há em você”. Alexandre, o Grande, fazia questão de afirmar que ele era deus. Morreu embriagado, mas se achava um deus.
1.3. Satanás levou Eva a desejar comer o fruto que Deus proibira (v. 6)
1.3.1. Para Eva, a árvore proibida era “boa para se comer”: abria os olhos, pensava ela. Então deve ter sido por isto que Deus proibiu. Será que Deus não quer o nosso bem? Será que Ele é um estraga-prazeres?
1.3.2. O fruto era “agradável aos olhos”; tinha apelo estético. Mais tarde, João chamaria isso de “a concupiscência dos olhos” (1João 2.16-17). Peça a Deus que santifique a sua retina. Que eu não veja o sexo oposto como um objeto descartável a ser explorado. Que eu veja as moças como filhas, as senhoras como irmãs, os rapazes como irmãos, etc.
1.3.3. O fruto era “desejável para dar entendimento” (apelo intelectual) – Será que fé e intelecto são inimigos? Ser crente é fazer opção pela estupidez?
Precisamos santificar a nossa curiosidade e o desejo de aprender. Por mera curiosidade, muitos foram experimentar o vício e dele não conseguiram mais se livrar. Foram por ele a+garra+dos.
2. Significado do Pecado
Qual a definição bíblica de pecado? Seria beber? Fumar? Jogar? Transgredir os Dez Mandamentos? Tudo isso, e mais um pouco.
A resposta de Deus está no terceiro capítulo da Bíblia.
1. Origem do Pecado
1.1. Satanás levou Eva a duvidar da Palavra de Deus
Compare Gênesis 2.16-17 (onde Deus disse que o homem morreria se comesse do fruto) com Gênesis 3.1-4 (onde Satanás afirma que não morreria). Para desviar a mulher de fazer a vontade de Deus, a serpente Satanás fez o que a filósofa Marilena Chauí descreveu muito bem: “montou um discurso de desqualificação” da Palavra de Deus. “É assim que Deus disse?” (v. 1b). Os filósofos modernos enaltecem a dúvida, a chamada dúvida metódica. Duvide de tudo e de todos, menos de Deus. Aliás, Eva devia ter usado sua capacidade de dúvida para duvidar da serpente, isso sim. Tenha muito cuidado com os assaltos da dúvida, porque é justamente aí que começa o tombo: duvidar da Palavra de Deus. Satanás usou e continuará usando essa tática. Hoje, ele vive afirmando:
1.1.1. Que “papel aceita tudo”, portanto, a Bíblia seria mera produção humana;
1.1.2. Que a Bíblia contém erros; portanto, não é digna de crédito;
1.1.3. Que a Bíblia é apenas um livro de histórias;
1.1.4. Que a Bíblia é só mais um livro religioso, ao lado de outros;
1.1.5. Que Igreja é mero comércio, ponto de encontro de hipócritas, e assim por diante.
1.2. Satanás levou Eva a desejar ser como Deus
v. 5 – Satanás pôs no coração de Eva o veneno do desejo de poder absoluto. Eva não se contentou com ser “apenas” “imagem e semelhança de Deus”; queria ser a própria essência de Deus. Ou como afirmou W. H. Griffith Thomas, “A raiz do pecado estava no desejo de nossos pais de se tornarem independentes de Deus”.
Há uma saudação budista, que ficou muito popular no Brasil,graças ao empenho da mídia. É a palavra “namastê”. Parece inofensiva, mas veja o que significa: “O deus que há em mim saúda o deus que há em você”. Alexandre, o Grande, fazia questão de afirmar que ele era deus. Morreu embriagado, mas se achava um deus.
1.3. Satanás levou Eva a desejar comer o fruto que Deus proibira (v. 6)
1.3.1. Para Eva, a árvore proibida era “boa para se comer”: abria os olhos, pensava ela. Então deve ter sido por isto que Deus proibiu. Será que Deus não quer o nosso bem? Será que Ele é um estraga-prazeres?
1.3.2. O fruto era “agradável aos olhos”; tinha apelo estético. Mais tarde, João chamaria isso de “a concupiscência dos olhos” (1João 2.16-17). Peça a Deus que santifique a sua retina. Que eu não veja o sexo oposto como um objeto descartável a ser explorado. Que eu veja as moças como filhas, as senhoras como irmãs, os rapazes como irmãos, etc.
1.3.3. O fruto era “desejável para dar entendimento” (apelo intelectual) – Será que fé e intelecto são inimigos? Ser crente é fazer opção pela estupidez?
Precisamos santificar a nossa curiosidade e o desejo de aprender. Por mera curiosidade, muitos foram experimentar o vício e dele não conseguiram mais se livrar. Foram por ele a+garra+dos.
2. Significado do Pecado
Qual a definição bíblica de pecado? Seria beber? Fumar? Jogar? Transgredir os Dez Mandamentos? Tudo isso, e mais um pouco.
“O
pecado afetou todas as partes de nosso ser; nossos pensamentos, de
modo a que não possamos mais pensar nas coisas que sejam boas;
nossos desejos, de modo a que não suspiremos mais pelas coisas
santas; nossos sentimentos, de modo a que não nos impressionemos com
a santidade; nossa vontade, de modo a não termos força em nós para
nos ajudarmos” (W. H. Griffith Thomas).
A
melhor definição de pecado que já encontrei é esta: “...é tudo
aquilo que contraria a vontade de Deus”. Mesmo coisas aparentemente
inofensivas, como Jonas ir pregar em Társis. Por que foi pecado?
Porque Deus não o queria pregando em Társis, mas sim em Nínive
(Jonas 1.2-3). Foi o mesmo que aconteceu com Adão e Eva. Comer de
uma fruta é pecado? Não era. Mas se Deus disse para não comer,
então o comer é pecado.
3. Universalidade do Pecado
Quantas pessoas pecaram? Ou melhor: quem ficou de fora do pecado?
Respostas da Bíblia: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmos 51.5).
“Porque todos pecaram e separados estão da glória de Deus” (Romanos 3.23).
“Não vos deu Moisés a lei? No entanto, nenhum de vós cumpre a lei...” (João 7.19).
“...todos tropeçamos em muitas coisas” (Tiago 3.2a).
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...” Isaías 53.6).
Este último verso me lembra a história do casal que foi ao MacDonald, entraram no DriveThru (onde você é servido sem sair do carro). Pagaram, pegaram a comida, o troco e foram embora. Pararam num parque para comer.
Ao abrir uma das sacolas, o motorista levou o maior susto: não era comida. Era dinheiro; todo o dinheiro do dia. O casal discutiu o assunto, e chegou à conclusão de que não era correto ficar com aquele dinheiro. Voltaram para devolver. Mas quando chegaram, estava lá um canal de tevê e queria fazer uma reportagem com eles, elogiando a honestidade. Mas o homem disse baixinho. “Eu trouxe o dinheiro, sim. Mas eu não posso sair na tevê: essa mulher não é a minha”.
4. E quais as consequências do pecado?
É o que veremos no próximo estudo.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
3. Universalidade do Pecado
Quantas pessoas pecaram? Ou melhor: quem ficou de fora do pecado?
Respostas da Bíblia: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe” (Salmos 51.5).
“Porque todos pecaram e separados estão da glória de Deus” (Romanos 3.23).
“Não vos deu Moisés a lei? No entanto, nenhum de vós cumpre a lei...” (João 7.19).
“...todos tropeçamos em muitas coisas” (Tiago 3.2a).
“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas...” Isaías 53.6).
Este último verso me lembra a história do casal que foi ao MacDonald, entraram no DriveThru (onde você é servido sem sair do carro). Pagaram, pegaram a comida, o troco e foram embora. Pararam num parque para comer.
Ao abrir uma das sacolas, o motorista levou o maior susto: não era comida. Era dinheiro; todo o dinheiro do dia. O casal discutiu o assunto, e chegou à conclusão de que não era correto ficar com aquele dinheiro. Voltaram para devolver. Mas quando chegaram, estava lá um canal de tevê e queria fazer uma reportagem com eles, elogiando a honestidade. Mas o homem disse baixinho. “Eu trouxe o dinheiro, sim. Mas eu não posso sair na tevê: essa mulher não é a minha”.
4. E quais as consequências do pecado?
É o que veremos no próximo estudo.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Todos
nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo
seu caminho; mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós
todos” (Isaías 53.6).
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Estudo 9 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O PECADO (II) – Consequências do Pecado – Gênesis 3.23; Lucas 15.11-24
A Parábola do Filho Pródigo é uma das mais conhecidas e admiradas parábolas de Jesus. No entanto, nem por isso a sua mensagem é plenamente compreendida. É uma perfeita metáfora do pecador, que escolhe viver longe de Deus, sofrendo com isso trágicas consequências.
A propósito, este é um texto excelente para se evangelizar alguém pela primeira vez ou para trabalhar com alguém que esteja desanimado na fé ou excluído de alguma igreja.
Leremos o texto, e depois tentaremos responder a sete perguntas:
1. Por que o filho quis ir embora?
Ele quis ir embora por causa de sua imaturidade, ingratidão, ilusão, insensatez, imoralidade, insubmissão...
2. Quais as definições de pecado que a parábola sugere?
Ao ir para bem longe, o filho nos deixou algumas das consequências do pecado. Quais as definições de pecado que a parábola sugere?
2.1. O pecado distancia o homem de Deus (v. 13)
2.2. O pecado desperdiça os bens, os talentos, a vida (vv. 13,30)
2.3. O pecado gera miséria (v. 14) - A terra do pecado é a mesma da miséria e bem poderia chamar-se “Miseriolândia”, diferentemente do Salmo 23.1, que diz: “...nada me faltará”.
2.4. O pecado desqualifica até o trabalho (“cuidar de porcos” - v. 15)
2.5. O pecado conserva o pecador em permanente insatisfação (v. 16)
2.6. O pecado produz a solidão mais profunda, que é a de ser abandonado. Sob a ditadura do pecado, o homem não pode esperar nada de ninguém (v. 16). “Nenhuma fortuna aguenta a dissipação!” (G. Flaubert). Acabado o dinheiro, sumiram os amigos. Alguém já disse: “Para saber quantos amigos você tem, dê uma festa. Para saber a qualidade deles, fique doente!”.
2.7. O pecado age insensatamente (v. 17 – “caiu em si”; antes, não). “Pecado é loucura, e a loucura não tem explicação” (G. C. Berkower?).
2.8. O pecado mata (vv. 23, 32)
2.9. O pecado deixa o pecador perdido (v. 24)
3. Quem é quem nesta história?
A palavra “parábola” significa comparação. Então, quem é comparado a quem nesta história?
3.1. Quem é o pai? (Claro, é Deus! Só Ele ama assim).
3.2. Quem é o filho? (Não, não é Jesus). Sou eu, é você. Nós saímos da presença do Pai, fomos para uma terra distante...
4. Por que o homem não se volta para Deus?
Porque quer continuar a viver do seu modo e não segundo a vontade de Deus.
5. O que acontece quando o homem se volta para Deus?
Visualize a figura do pai de braços abertos, o beijo de boas-vindas, a interrupção da confissão e a ordem para se preparar a festa.
6. É recebido como filho ou como empregado?
O filho voltou para casa para viver como filho ou para trabalhar como empregado? Ele achava que não merecia mais ser filho. As pessoas hoje também se sentem indignas de Deus, por isso querem fazer algo para tentar merecer o favor dele. Não é assim: Deus nos ama, e quer receber-nos como filhos, e não como empregados. Em linguagem contemporânea, diríamos: O filho voltou para casa, exibindo a sua Carteira de Trabalho, mas o pai o recebeu com outro documento na mão: a Certidão de Nascimento.
7. Quer que eu ajude você a voltar para casa hoje também?
O que está impedindo você de retornar hoje para Deus?
Conclusão — Sabe por que Jesus contou essa história? Contou-a para nos lembrar que Deus nos ama. Contou-a para nos lembrar que Ele nos oferece perdão e nos readmite na presença dele.
Se você me perguntar o que precisa fazer para ser recebido assim na presença de Deus, eu lhe direi: É suficiente que, como o filho pródigo, você se levante e faça o percurso de volta. De volta aos braços do Pai.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Porque
o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 6.23).
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Estudo 10 - João Soares da Fonseca
ASSIM É JESUS (I ) – A escada da fé – João 9.1-38
No início da década de 70, um grupo musical de São Paulo, Vencedores por Cristo, gravou um elepê que fez muito sucesso: Se eu fosse contar. Uma das faixas começava assim:
“Muito embora um só Jesus exista, Nem todos sabem vê-lo como é. Filósofo, poeta ou comunista, Ou mesmo um hyppie já se disse até”.
Vinte
séculos depois de sua peregrinação por entre os homens, Jesus
continua sendo um nome singular, suscitando discussões apaixonadas,
unindo e dividindo os homens. Confrontando-nos com o Novo
Testamento, percebemos que o próprio Jesus se preocupava em que os
homens tivessem dele um conceito coerente e correto (Mateus 12.42).
Jesus curou 7 cegos, mas só um de nascença. Tomaremos, para breve
análise, a experiência de Jesus com o cego de nascença, em João
9.
Qual o conceito que este recém-curado formou de Jesus?
1. Jesus, um homem (v. 11)
Antes da cura, o cego tinha um problema biológico: não podia ver. Depois da cura, passou a ter um problema teológico: não podia explicar Jesus aos que o questionavam. Quando souberam que o rapaz estava livre da cegueira, os vizinhos dele vieram perguntar-lhe quem o curara. E a primeira resposta que deu, entre assustado e temeroso, foi: “O homem que se chama Jesus(....)” (v. 11).
Na escada para a compreensão de Jesus, esse é o primeiro degrau: Jesus, um homem. Isso nos parece óbvio, mas houve na história da Igreja quem negasse até isso. Para os docetistas, por exemplo, hereges dos primeiros tempos da Igreja, Jesus era somente Deus, e a sua for ma humana era apenas aparente, como se ele fosse um fantasma. Os sofrimentos de Jesus seriam, portanto, imaginários ou aparentes. A palavra docetista vem de um verbo grego, dokéo, que significa parecer, ter aparência de.
No dia 13-08-662, um líder da igreja oriental, chamado Máximo Confessor, foi torturado e morto por sua crença em Cristo. Confessor se notabilizou no combate à heresia monotelita. Que dizia essa heresia? Que Jesus tinha apenas a vontade divina nele, e não a humana.
Para os fariseus, além de ser apenas um homem, Jesus era um homem mau, já que era, segundo eles, desobediente a Deus. Disseram: “Este homem não é de Deus; pois não guarda o sábado” (v. 16). Napoleão Bonaparte discordaria dos fariseus: “Eu conheço os homens; e Jesus Cristo é mais que um simples homem”. Mas para muita gente, Jesus não passa de um homem, homem maravilhoso, mas só isso.
2. Jesus, um profeta (v. 17)
Os inimigos da fé se revezam no bombardeio ao rapaz curado. Agora são os fariseus que o encurralam e querem a opinião dele sobre Jesus. E ele, sem desperdiçar palavras, responde apenas: “É profeta” (v. 17). Com essa declaração, ele já mostra um avanço na escada da fé. Se antes Jesus se lhe afigurava mero homem, como qualquer outro mortal, agora Jesus é promovi do à posição de profeta.
Para a cultura judaica, o profeta era um homem especial a quem Deus confiava até mesmo os seus segredos (Amós 3.7), e a quem protegia de um modo singular (Salmos 105.15; Números 12.8).
Sem dúvida, Jesus era profeta. A multidão, na passagem da Entrada Triunfal, reconhecia isso: “E as multidões respondiam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia” (Mateus 21.11), o que, aliás, protegia Jesus: “E procuravam prendê-lo, mas temeram o povo, porquanto este o tinha por profeta” (Mateus 21.46). Morto João, surgindo Jesus, o povo dizia: “É profeta como um dos profetas” (Marcos 6.15). Vendo pães e peixes multiplicados, a multidão vai ao delírio: “Este é verdadeiramente o profeta que havia de vir ao mundo” (João 6.14). Impressionados com o ser mão no templo durante a festa dos tabernáculos, os judeus exclamam: “Verdadeiramente este é o profeta” (João 7.40). Os discípulos tristes a caminho de Emaús dizem: “...Jesus nazareno, que foi profeta, poderoso em obras...” (Lucas 24.19). Vendo vivo o filho da viúva de Naim, a multidão exclama: “Um grande profeta se levantou entre nós” (Lucas 7.16). Quando a mulher samaritana disse: “Vejo que és profeta” (João 4.19), Jesus não a corrigiu.
Na história da filosofia, há um pensador judeu famoso. Baruch Spinoza, embora rejeitasse a divindade de Jesus, achava que todos os judeus deveriam reconhecer que Jesus foi o maior e mais nobre de todos os profetas.
Em nenhum momento Jesus teve a preocupação de negar que fosse profeta. De modo que afirmar ser Jesus um profeta não é falso. O problema, porém, é ver nele apenas um profeta. É o caso dos muçulmanos, ao ensinarem que Jesus é mais um profeta no meio dos 120 mil outros que Deus teria mandado ao mundo. Deste modo, Jesus é equiparado a Buda, a Confúcio, a Maomé, a Nostradamus e outros.
Um grupo primitivo que via Jesus apenas como homem era o dos ebionitas. Para eles, Jesus era um bom judeu, “um profeta, filho de José”, que se tornou um exemplo de homem por ter cumprido toda a Lei. Ou seja, Jesus foi, para eles, um bom homem.
A redução de Jesus à condição de apenas profeta já vem de longe. Quando Jesus quis saber a opinião que dele formulavam os seus contemporâneos, ouviu que alguns o associavam ao nome do profeta Elias, outros a Jeremias, outros ainda supunham ser qualquer um dos antigos profetas (Mateus 16.13,14).
Em João 9.22 temos algo a que dar atenção: “Se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da sinagoga”. Ou seja, se alguém admitisse que Jesus fosse algo mais que um profeta, teria um alto preço a pagar, romperia velhos laços, correria risco, sofreria perdas. Por isso os pais do ex-cego tiveram que medir bem cada palavra, e por fim, preferiram a omissão (vv 20,22). Se expulsos, teriam que ouvir calados o pronunciamento da maldição sobre eles, retira do do Deuteronômio:
Qual o conceito que este recém-curado formou de Jesus?
1. Jesus, um homem (v. 11)
Antes da cura, o cego tinha um problema biológico: não podia ver. Depois da cura, passou a ter um problema teológico: não podia explicar Jesus aos que o questionavam. Quando souberam que o rapaz estava livre da cegueira, os vizinhos dele vieram perguntar-lhe quem o curara. E a primeira resposta que deu, entre assustado e temeroso, foi: “O homem que se chama Jesus(....)” (v. 11).
Na escada para a compreensão de Jesus, esse é o primeiro degrau: Jesus, um homem. Isso nos parece óbvio, mas houve na história da Igreja quem negasse até isso. Para os docetistas, por exemplo, hereges dos primeiros tempos da Igreja, Jesus era somente Deus, e a sua for ma humana era apenas aparente, como se ele fosse um fantasma. Os sofrimentos de Jesus seriam, portanto, imaginários ou aparentes. A palavra docetista vem de um verbo grego, dokéo, que significa parecer, ter aparência de.
No dia 13-08-662, um líder da igreja oriental, chamado Máximo Confessor, foi torturado e morto por sua crença em Cristo. Confessor se notabilizou no combate à heresia monotelita. Que dizia essa heresia? Que Jesus tinha apenas a vontade divina nele, e não a humana.
Para os fariseus, além de ser apenas um homem, Jesus era um homem mau, já que era, segundo eles, desobediente a Deus. Disseram: “Este homem não é de Deus; pois não guarda o sábado” (v. 16). Napoleão Bonaparte discordaria dos fariseus: “Eu conheço os homens; e Jesus Cristo é mais que um simples homem”. Mas para muita gente, Jesus não passa de um homem, homem maravilhoso, mas só isso.
2. Jesus, um profeta (v. 17)
Os inimigos da fé se revezam no bombardeio ao rapaz curado. Agora são os fariseus que o encurralam e querem a opinião dele sobre Jesus. E ele, sem desperdiçar palavras, responde apenas: “É profeta” (v. 17). Com essa declaração, ele já mostra um avanço na escada da fé. Se antes Jesus se lhe afigurava mero homem, como qualquer outro mortal, agora Jesus é promovi do à posição de profeta.
Para a cultura judaica, o profeta era um homem especial a quem Deus confiava até mesmo os seus segredos (Amós 3.7), e a quem protegia de um modo singular (Salmos 105.15; Números 12.8).
Sem dúvida, Jesus era profeta. A multidão, na passagem da Entrada Triunfal, reconhecia isso: “E as multidões respondiam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galileia” (Mateus 21.11), o que, aliás, protegia Jesus: “E procuravam prendê-lo, mas temeram o povo, porquanto este o tinha por profeta” (Mateus 21.46). Morto João, surgindo Jesus, o povo dizia: “É profeta como um dos profetas” (Marcos 6.15). Vendo pães e peixes multiplicados, a multidão vai ao delírio: “Este é verdadeiramente o profeta que havia de vir ao mundo” (João 6.14). Impressionados com o ser mão no templo durante a festa dos tabernáculos, os judeus exclamam: “Verdadeiramente este é o profeta” (João 7.40). Os discípulos tristes a caminho de Emaús dizem: “...Jesus nazareno, que foi profeta, poderoso em obras...” (Lucas 24.19). Vendo vivo o filho da viúva de Naim, a multidão exclama: “Um grande profeta se levantou entre nós” (Lucas 7.16). Quando a mulher samaritana disse: “Vejo que és profeta” (João 4.19), Jesus não a corrigiu.
Na história da filosofia, há um pensador judeu famoso. Baruch Spinoza, embora rejeitasse a divindade de Jesus, achava que todos os judeus deveriam reconhecer que Jesus foi o maior e mais nobre de todos os profetas.
Em nenhum momento Jesus teve a preocupação de negar que fosse profeta. De modo que afirmar ser Jesus um profeta não é falso. O problema, porém, é ver nele apenas um profeta. É o caso dos muçulmanos, ao ensinarem que Jesus é mais um profeta no meio dos 120 mil outros que Deus teria mandado ao mundo. Deste modo, Jesus é equiparado a Buda, a Confúcio, a Maomé, a Nostradamus e outros.
Um grupo primitivo que via Jesus apenas como homem era o dos ebionitas. Para eles, Jesus era um bom judeu, “um profeta, filho de José”, que se tornou um exemplo de homem por ter cumprido toda a Lei. Ou seja, Jesus foi, para eles, um bom homem.
A redução de Jesus à condição de apenas profeta já vem de longe. Quando Jesus quis saber a opinião que dele formulavam os seus contemporâneos, ouviu que alguns o associavam ao nome do profeta Elias, outros a Jeremias, outros ainda supunham ser qualquer um dos antigos profetas (Mateus 16.13,14).
Em João 9.22 temos algo a que dar atenção: “Se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da sinagoga”. Ou seja, se alguém admitisse que Jesus fosse algo mais que um profeta, teria um alto preço a pagar, romperia velhos laços, correria risco, sofreria perdas. Por isso os pais do ex-cego tiveram que medir bem cada palavra, e por fim, preferiram a omissão (vv 20,22). Se expulsos, teriam que ouvir calados o pronunciamento da maldição sobre eles, retira do do Deuteronômio:
“Maldito serás na cidade, e maldito serás no campo. Maldito o teu cesto, e a tua amassadeira. Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto do teu solo, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. Maldito serás ao entrares, e maldito serás ao saíres. O Senhor mandará sobre ti a maldição, a derrota e o desapontamento em tudo a que puseres a mão para fazer, até que sejas destruído, e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste” (Deuteronômio 28.16-20).
É
bastante confortável a visão de Jesus como um profeta apenas. Não
exige nenhuma mudança na vida. Não atrai a antipatia da sinagoga.
Não há riscos. Conheci um médico, de ideias espíritas,
defendendo altissonantemente o lado profeta de Jesus. Mas o tal
burlava o fisco, negando-se a conceder recibos de suas
consultas.
3. Jesus é Deus (vv 35-38)
O conceito do rapaz curado sobre Jesus vai gradativamente se aperfeiçoando. De homem apenas, Jesus passa a ser considerado um profeta.
Como se tornasse incisivo em sua defesa de Jesus, esse homem acabou vivendo a pior experiência para um judeu. Ele foi expulso dos círculos religiosos de sua gente, conhecendo aquilo que o rabino J. B. Soloveitchik chama de “a solidão do homem de fé”. Jesus soube do ocorrido e foi-lhe ao encontro: “Crês tu no Filho do homem?” (v. 35). E esse homem não sabia quem era o Filho do homem. Jesus se identifica, e se apresenta como o Messias, enviado de Deus, o Salvador do Mundo. O homem então diz: “Creio, Senhor! E o adorou” (v. 38).
Acaba de acontecer o segundo milagre na vida desse homem. Abrem-se-lhe agora os olhos da alma, que são os mais difíceis de abrir. É a cirurgia mais complicada, e só é possível se for conduzida pelo Espírito de Deus. Os olhos do corpo viram um homem e um profeta. Mas os olhos da alma veem o Cristo de Deus.
Conclusão — Como homem ou como profeta, Jesus provocará apenas o nosso aplauso e nos inspirará poemas extasiados, discursos arrebatadores, sinfonias melodiosas e quadros admiráveis. Mas é só a visão de Jesus como Deus que nos provocará o sentimento e o ato da adoração.
Como homem ou como profeta, Jesus atrairá curiosos às bibliotecas, às salas de concertos, aos museus. Como Deus, ele superlota as igrejas.
Como homem ou profeta, é admirado. Como Deus, é adorado.
Como homem, ele é um interessante momento da história. Como Deus, é a verdade absoluta, sem a qual a mente enlouquece, o coração fraqueja, os olhos se enganam, os pés erram a estrada.
Como homem, Jesus merece a nossa análise. Como Deus, ele espera a nossa entrega. O que Jesus significa para você: Homem? Profeta? Deus?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
3. Jesus é Deus (vv 35-38)
O conceito do rapaz curado sobre Jesus vai gradativamente se aperfeiçoando. De homem apenas, Jesus passa a ser considerado um profeta.
Como se tornasse incisivo em sua defesa de Jesus, esse homem acabou vivendo a pior experiência para um judeu. Ele foi expulso dos círculos religiosos de sua gente, conhecendo aquilo que o rabino J. B. Soloveitchik chama de “a solidão do homem de fé”. Jesus soube do ocorrido e foi-lhe ao encontro: “Crês tu no Filho do homem?” (v. 35). E esse homem não sabia quem era o Filho do homem. Jesus se identifica, e se apresenta como o Messias, enviado de Deus, o Salvador do Mundo. O homem então diz: “Creio, Senhor! E o adorou” (v. 38).
Acaba de acontecer o segundo milagre na vida desse homem. Abrem-se-lhe agora os olhos da alma, que são os mais difíceis de abrir. É a cirurgia mais complicada, e só é possível se for conduzida pelo Espírito de Deus. Os olhos do corpo viram um homem e um profeta. Mas os olhos da alma veem o Cristo de Deus.
Conclusão — Como homem ou como profeta, Jesus provocará apenas o nosso aplauso e nos inspirará poemas extasiados, discursos arrebatadores, sinfonias melodiosas e quadros admiráveis. Mas é só a visão de Jesus como Deus que nos provocará o sentimento e o ato da adoração.
Como homem ou como profeta, Jesus atrairá curiosos às bibliotecas, às salas de concertos, aos museus. Como Deus, ele superlota as igrejas.
Como homem ou profeta, é admirado. Como Deus, é adorado.
Como homem, ele é um interessante momento da história. Como Deus, é a verdade absoluta, sem a qual a mente enlouquece, o coração fraqueja, os olhos se enganam, os pés erram a estrada.
Como homem, Jesus merece a nossa análise. Como Deus, ele espera a nossa entrega. O que Jesus significa para você: Homem? Profeta? Deus?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Mas
[Jesus] esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si
mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso,
também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre
todo o nome; Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que
estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai”
(Filipenses 2.7-11).
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Estudo 11 – João Soares da Fonseca
ASSIM É JESUS (II) – SETE SINAIS da singularidade de Jesus
Há no Cantor Cristão um hino que começa assim: “Oh, como é tão singular Jesus”. Já um corinho contemporâneo avulso começa assim: “Meu Jesus, Salvador. Outro igual não há...”. De fato, Jesus é único, singular. O que significa singular? Significa único, sem comparação, sem repetição, justamente o contrário de plural. Desejo compartilhar com vocês hoje SETE SINAIS da singularidade de Jesus:
1. Singular em seu nascimento
Ele é o único caso de alguém que já existia antes de nascer. Uma vez ele disse: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou” (João 8.58). E um dia, na presença de seus discípulos Jesus orou: “Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo, antes que o mundo existisse” (João 17.5).
2. Singular em sua pureza
Todos somos pecadores, Jesus, não. Ele viveu uma vida limpa, sem pecado. A impecabilidade de Cristo é evidente no Novo Testamento: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (João 8.46). Lembre-se que Jesus estava se dirigindo a um auditório que o rejeitava, que lhe era hostil. O autor de Hebreus registrou: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4.15). Ou cremos no que a Bíblia ensina ou vamos nos comportar como os entrevistados de uma pesquisa feita há alguns anos nos Estados Unidos, que revelou que 83 por cento dos americanos se dizem cristãos, mas só 49 por cento se dizem comprometidos com o cristianismo. Dentre esses últimos, “...milhões creem que Jesus cometeu pecado enquanto esteve na terra”.
A pureza de Cristo foi admitida até por um ladrão. Morrendo crucificado ao lado de Jesus, um dos ladrões disse para o outro, que zombava de Jesus: “Nós, na verdade, estamos recebendo com justiça o que nossos atos merecem; mas este homem não fez mal algum” (Lucas 23.41).
Alguns momentos depois, Jesus morreu. Lucas registrou: “Então, exclamando em alta voz, Jesus disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, dizendo isso, expirou. 47 Quando o centurião viu o que havia acontecido, glorificou a Deus, dizendo: É verdade, este homem era justo” (Lucas 23.46-47).
3. Singular em sua pregação
A palavra de Jesus era sem paralelo. Seus discursos eram incomparáveis. Quando multiplicou pão e peixe, o auditório de Jesus aumentou consideravelmente. Ele se tornou a grande sensação da Palestina, e sua popularidade foi lá para as alturas. Mas aí ele começou a explicar a sua missão. O auditório foi se levantando e saindo de fininho. Então ele se dirigiu aos doze discípulos, os corajosos que ficaram, e perguntou se eles também não queriam aproveitar que todos estavam indo embora para ir também. Foi aí que Pedro respondeu com estas belíssimas palavras: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna” (João 6.66-68).
Alguns guardas foram enviados pela polícia religiosa para capturar Jesus. Mas ao encontrá-lo cometeram o equívoco (!) de lhe dar atenção. O resultado foi que os guardas não o prenderam, de tão extasiados. Voltaram à “delegacia”, e o “delegado” quis saber o que houve. Eles deram esta desculpa maravilhosa: “Nunca homem algum falou assim como este homem” (João 7.46).
4. Singular em sua demonstração do poder de Deus
Seus feitos miraculosos até hoje desafiam a compreensão. Eis alguns dos milagres que ele fez e que ficaram registrados nos evangelhos:
• Transformou água em vinho (João 2.1-11);
• Curou 7 cegos, inclusive um, de nascença (João 9);
• Fez o mudo falar;
• Fez o paralítico andar sem muleta;
• Ressuscitou mortos;
• Expulsou demônios;
• Multiplicou pães;
• Acalmou tempestade;
• Andou por cima do mar• Curou 7 cegos, inclusive um, de nascença (João 9);• Fez o mudo falar;• Fez o paralítico andar sem muleta;• Ressuscitou mortos;• Expulsou demônios;• Multiplicou pães;• Acalmou tempestade;• Andou por cima do mar
E
João tem esta interessante explicação para a escrita de seu
evangelho: “Jesus,
pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros
sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram
escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome”
(João 20.30-31).
5. Singular em sua estratégia de trabalho
Quando curava alguém, mandava que ficasse calado, e não espalhasse a notícia. Estranho, não? Tão estranho que seus próprios irmãos carnais certa vez o repreenderam: “Sai daqui, e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo seus irmãos criam nele” (João 7.3-5).
Se você planejasse construir um império mundial, você iria chamar analfabetos para trabalhar com você e serem seus homens de confiança? Pois Jesus chamou pescadores, que eram os homens mais desqualificados do ponto de vista intelectual. Jesus não ficou bajulando a nata do poder de sua época, concentrada em Jerusalém. Pelo contrário, publicamente criticou os fariseus e líderes religiosos dos seus dias. Ele não se aliou ao erro.
Quando entrou em Jerusalém, não o fez num cavalo fogoso, como era de praxe os reis fazerem, mas num humilde jumentinho.
6. Singular em sua morte
Jesus mesmo disse sobre sua morte: “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai” (João 10.17,18). E por que morreu? Pedro responde: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (1Pedro 3.18).
7. Singular em sua ressurreição
Ressurreição é coisa tão rara que mesmo Tomé, um discípulo de Jesus, não acreditou, quando os outros discípulos lhe disseram que Jesus havia reaparecido vivo (João 20.19s). Quando o anjo Gabriel foi a Nazaré anunciar a Maria que ela seria mãe do Messias, Gabriel disse dele: “E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lucas 1.33). Um traço das monarquias é a sua transitoriedade. Os reis sobem e descem. Os governos vêm e vão. Mas a coroa do rei Jesus brilhará para sempre em sua cabeça.
Conclusão — Seu nascimento miraculoso, sua pureza moral, sua pregação poderosa, seus feitos miraculosos, sua estratégia de trabalho, sua morte e sua ressurreição... tudo isso aponta para a singularidade de Cristo. O escritor inglês, C. S. Lewis, dizia que Jesus era uma destas três opções: Lunático, Mentiroso ou Deus (Em inglês, "Lunatic, Liar or Lord").
• O lunático não faz sentido, não tem coerência e não realiza uma obra duradoura
• O mentiroso não vai muito longe. “Você pode enganar parte do povo por algum tempo, mas não conseguirá enganar todo o povo por todo o tempo” (Abraão Lincoln).
• Resta a última alternativa: Ele é Deus, “Deus conosco”. Tudo o que temos a fazer, portanto, é imitar o ex-cego de Jerusalém, ao dizer: “Creio, Senhor, e o adorou” (João 9.38).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
5. Singular em sua estratégia de trabalho
Quando curava alguém, mandava que ficasse calado, e não espalhasse a notícia. Estranho, não? Tão estranho que seus próprios irmãos carnais certa vez o repreenderam: “Sai daqui, e vai para a Judeia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo seus irmãos criam nele” (João 7.3-5).
Se você planejasse construir um império mundial, você iria chamar analfabetos para trabalhar com você e serem seus homens de confiança? Pois Jesus chamou pescadores, que eram os homens mais desqualificados do ponto de vista intelectual. Jesus não ficou bajulando a nata do poder de sua época, concentrada em Jerusalém. Pelo contrário, publicamente criticou os fariseus e líderes religiosos dos seus dias. Ele não se aliou ao erro.
Quando entrou em Jerusalém, não o fez num cavalo fogoso, como era de praxe os reis fazerem, mas num humilde jumentinho.
6. Singular em sua morte
Jesus mesmo disse sobre sua morte: “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai” (João 10.17,18). E por que morreu? Pedro responde: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (1Pedro 3.18).
7. Singular em sua ressurreição
Ressurreição é coisa tão rara que mesmo Tomé, um discípulo de Jesus, não acreditou, quando os outros discípulos lhe disseram que Jesus havia reaparecido vivo (João 20.19s). Quando o anjo Gabriel foi a Nazaré anunciar a Maria que ela seria mãe do Messias, Gabriel disse dele: “E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim” (Lucas 1.33). Um traço das monarquias é a sua transitoriedade. Os reis sobem e descem. Os governos vêm e vão. Mas a coroa do rei Jesus brilhará para sempre em sua cabeça.
Conclusão — Seu nascimento miraculoso, sua pureza moral, sua pregação poderosa, seus feitos miraculosos, sua estratégia de trabalho, sua morte e sua ressurreição... tudo isso aponta para a singularidade de Cristo. O escritor inglês, C. S. Lewis, dizia que Jesus era uma destas três opções: Lunático, Mentiroso ou Deus (Em inglês, "Lunatic, Liar or Lord").
• O lunático não faz sentido, não tem coerência e não realiza uma obra duradoura
• O mentiroso não vai muito longe. “Você pode enganar parte do povo por algum tempo, mas não conseguirá enganar todo o povo por todo o tempo” (Abraão Lincoln).
• Resta a última alternativa: Ele é Deus, “Deus conosco”. Tudo o que temos a fazer, portanto, é imitar o ex-cego de Jerusalém, ao dizer: “Creio, Senhor, e o adorou” (João 9.38).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Porque
também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos,
para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas
vivificado pelo Espírito” (1Pedro 3.18).
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Estudo 12 - João Soares da Fonseca
ASSIM É A SALVAÇÃO (I) – Tão grande salvação – João 3.16
Você já memorizou João 3.16? É o texto-síntese do evangelho. João 3.16 nos diz o que de fundamental precisamos saber sobre a nossa salvação. A Bíblia classifica a nossa salvação em Cristo de “tão grande” (Hebreus 2.3). Nesta ocasião, vamos procurar entender a grandeza dessa salvação, à luz de uma análise do texto mais famoso da Bíblia:
1. A salvação é grande porque é UNIVERSAL
Paulo escreveu: “(...) Deus, nosso Salvador, (...) deseja que todos os homens sejam sal vos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Timóteo 2.3,4). Mais adiante, o mesmo após tolo diz: “Fiel é esta palavra e digna de inteira aceitação. Ora, é para esse fim que labutamos e nos esforçamos sobremodo, porquanto temos posto a nossa esperança no Deus vivo, Salvador de todos os homens, especialmente dos fiéis” (1Timóteo 4.9, 10). Pedro andou com Jesus três anos. Aprendeu muita coisa, você não acha? E o que aprendeu, ele repassa a nós: “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pedro 3.9).
Nas igrejas evangélicas históricas, as crianças são estimuladas a memorizar este verso, que é um resumo do evangelho: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu fi lho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
Preste atenção, porém, numa coisa: “...todo aquele...” que crer será salvo. Só não podemos confundir isso com o universalismo, doutrina segundo a qual Deus salvará todos os homens, independentemente das decisões que tomem em suas vidas. Jesus condiciona a salvação àquele que nEle crer.
2. A salvação é grande porque é GRATUITA
“...de tal maneira que deu...”. Paulo dirá depois: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8,9). Você sabe o que é “dom”? É dádiva, é presente. A salvação é “dom” de Deus aos que quiserem crer. O ex-padre Aníbal Pereira Reis gostava de dizer que “se o céu custasse o nosso esforço, seria um reino de jactanciosos”.
Sempre que ganhamos um presente, precisamos lembrar que para nós ele é um presente, mas alguém pagou por ele. Semelhantemente, embora nos seja oferecida gratuitamente, a salvação custou caro a Deus: Ele deu Seu Filho por nós. Precisamos valorizar muito esse presente.
Na cidade de Samaria, havia um mágico famoso. Simão de Samaria viu os apóstolos pregando e os milagres se sucedendo, então não se conteve: ofereceu dinheiro aos apóstolos para que eles lhe vendessem o poder de Deus. Respondendo que a fé não é mais uma mercadoria na prateleira dos supermercados, Pedro e João responderam categoricamente: “O teu dinheiro seja contigo para perdição, porque pensaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro” (Atos 8.9-24, v. 20).
3. A salvação é grande porque é PESSOAL
“...para que todo aquele que nele crer...”. A salvação é individual. Não adianta ser filho de pastor, neto de diácono... Paulo diz: “...cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14.12).
4. A salvação, por ser tão grande, deve ser COMPARTILHADA
“...que nele crer...”. Mas Paulo levanta uma questão intrigante: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10.14). Claro está, então, que precisamos ir “por todo o mundo” e pregar “o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15). Um dia, as autoridades de Jerusalém prenderam dois apóstolos – Pedro e João – e só os libertaram sob a condição de não mais falarem no nome de Jesus. Pensa que eles se intimidaram? Nada disso. Corajosamente responderam: “Nós não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” (Atos 4.20). Anunciar o evangelho é privilégio não de anjos, não de mortos, não de incrédulos, mas dos crentes em Cristo. Seu e meu privilégio, irmão.
5. A salvação é grande porque é ETERNA
“...não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jesus disse: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3.36). (Sobre este ponto, veremos mais no próximo estudo).
Conclusão — Muita gente neste mundo vive valorizando o supérfluo e se esquece do essencial. Ocupa-se do periférico e não percebe que deixou de lado aquilo que é central. Ao celebrar os enfeites, ignora o vital. Foi o que Jesus disse a Marta: “Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto, poucas são necessárias, ou mesmo uma só” (Lucas 10.41,42).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“E
ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si,
mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2Coríntios
5.15).
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Estudo 13 - João Soares da Fonseca
ASSIM É A SALVAÇÃO (II) – Você não perde a salvação – João 10.26-29
Em 1903, Karl Svensson, um jovem sueco, se converteu a Cristo. Tinha 19 anos.
Um dia, no trabalho, contou uma mentira aos colegas, mas era tudo brincadeirinha. À noite, em casa, lendo a Bíblia, leu que os “...os mentirosos... não herdarão o reino de Deus” (Apocalipse 21.8). Em desespero, fechou a Bíblia e saiu correndo até a casa do pastor, achando que havia perdido a salvação por causa da mentira. Já era tarde da noite; o pastor já estava recolhido, mas se levantou e com calma explicou ao jovem que ele podia ficar tranquilo, que não havia perdido a salvação. Karl Svensson não teve mais dúvida. Mais tarde, estudou teologia e veio para o Brasil, onde se tornou Carlos Suensson, um dos pastores pioneiros na obra batista no Estado do Espírito Santo (SVENSSON, Ulrich Elof. Não a nós, Senhor. Belo Horizonte: Edição do autor, 2002, p. 25).
Você já aceitou a Cristo como Salvador? Parabéns, você está salvo. Até quando? Até... para sempre! Você não perde a sua salvação. E vou lhe dizer por quê.
1. Você não perde a salvação porque ela se baseia no conceito de Deus
O caráter de Deus é perfeito. Ele move o céu e a terra para cumprir as suas promessas. Por exemplo, no Salmo 23.3 lemos: “Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome”. Para não deixar o seu nome mal, para não manchar a sua reputação, Deus faz o que promete.
Um jovem pastor, influenciado por algumas ideias erradas que recebeu no seminário, não tinha lá muita certeza de sua própria salvação. Um dia, foi visitar uma senhora de sua igreja que estava à morte. Ao chegar lá, em vez de encontrar uma pessoa lamuriante, encontrou uma crente alegre, viva, cheia de luz. Ela lhe disse: — Oh, pastor, estou tão contente que vou partir e ser recebida por meu Salvador!
O jovem pastor aconselhou-a a não ter tanta certeza, que isso podia ser presunção da parte dela. Sabe o que ela respondeu?
Sorrindo, ela disse: — Meu jovem pastor, se eu não for para o céu, Deus perderá muito mais do que eu jamais poderia perder.
Isso surpreendeu o jovem pastor. Ele quis uma explicação: — Se eu não for para o céu, tudo o que vou perder é a minha própria alma, pois nada mais tenho a perder. Mas se isso acontecer, o próprio Deus perderia a sua reputação, e a sua honra, pois ele prometeu salvar a todos os que finalmente se achegam a ele por meio de Cristo, e é isso que eu fiz.
A Bíblia diz que o nosso nome foi escrito no Livro da Vida (Lucas 10.20). Quem o escreveu lá? Foi o dedo de Deus! E Deus não fica escrevendo e apagando, escrevendo e apagando... Porque Ele garantiu que nos daria a salvação para sempre. Spurgeon disse: “A honra do Senhor está de tal modo comprometida com a salvação do fiel que Ele não poderá lançá-la fora dele, assim como não pode lançar fora o seu manto real de Rei da Glória. Não e não”.
2. Você não perde a salvação porque ela se baseia no conceito de conversão
Arrependimento não é mero remorso. Não é simples impacto emocional. É mudança de mente, é mudança de rumo, é mudança de coração.
Quando o rabino Nicodemos foi visitar Jesus à noite, Jesus disse a ele: “Você precisa nascer de novo; porque se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3.3). Que significa nascer de novo? Significa que você é uma “nova criatura” (2Coríntios 5.17), um “novo homem”, nova pessoa, uma outra pessoa. Sua natureza foi mudada por dentro. Como diz Pau lo, você morreu para o pecado. Por isso é que é difícil admitir, no crente, condutas e comportamentos que contrariem a vontade de Deus. É por isso que os não crentes se espantam quando flagram em nós uma vida tão feia quanto a deles. Eles dizem: Mas fulano não é crente?
Então, nascemos de novo. E isso quer dizer que temos um novo coração, nova conduta, novos compromissos. Observe a que animal Jesus nos comparou. Ele disse: “As minhas ove lhas...”. Ovelha é bem diferente de um porco. A natureza do porco pede lama (2Pedro 2.22), mas a da ovelha, não.
E se pecarmos agora, perderemos a nossa salvação? Admitamos, para efeito de raciocínio, que SIM. Então teríamos os eventos na seguinte ordem:
(1)
você se converte e nasce de novo; (2) peca, perde a salvação;
(3) arrepende-se e volta a nascer de novo; (4) peca e
perde a salvação de novo.
Noutras
palavras, você ficaria morrendo (quando peca) e nascendo de novo
(quando se arrepende); morrendo outra vez (quando peca outra vez) e
nascendo de novo, de novo (quando se arrepende de novo, de novo)...
Spurgeon comenta de modo até engraçado: “Alguns falam de
estarmos na graça e fora dela, como se fôssemos coelhos correndo
para dentro e para fora de suas tocas. Mas, de fato, não é assim. O
amor do Senhor por nós é mais sério do que isso; e permanente”.
Esta estrutura seria compreensível e aceitável, se não
contrariasse o Novo Testamento. Nosso texto mesmo diz que Jesus nos
daria a vida eterna, e ninguém nos arrebataria da mão do
Pai.
Vejamos ainda o que diz 1João 2.19, 20: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento”. Quem abandona o evangelho é porque a ele nunca pertenceu.
3. Você não perde a salvação porque ela se baseia no conceito de pecado
Que pecado pode nos distanciar de Deus? Resposta: O pecado. Qualquer pecado! Para Deus, o pecado não é classificado por tamanho. Isaías registrou: “Eis que as vossas iniquidades causam separação entre vós e o vosso Deus” Isaías 59.2).
Se o pecado nos fizer perder a salvação, então ninguém será salvo, pois, como diz Tiago, “Todos tropeçamos em muitas coisas” (Tiago 3.2). Se o seu conceito de pecado é apenas o de as sassinato, adultério, roubo, estupro, tráfico de drogas, então você precisa crescer no conheci mento da Palavra de Deus, que define pecado como tudo aquilo que contraria a vontade santa do Senhor. E se a cada vez que eu contrariar a vontade santa do Senhor eu perder a salvação, eu estarei realmente perdido.
4. Você não perde a salvação porque ela se baseia no conceito de expiação
Expiação é uma palavra pouco conhecida fora do ambiente evangélico. Aliás, mesmo aí, pouca gente sabe exatamente o que é isso. Trocando em miúdos, significa dizer que o preço que o pecado exigia do pecador foi pago por alguém em seu lugar. É o que Pedro deixa claro: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (1Pedro 3.18). Ora, se “Cristo padeceu uma vez pelos pecados”, então a perda da salvação significa que Ele falhou em sua obra. Ele teria feito algo que o pecado depois conseguiria desfazer.
5. Você não perde a salvação porque ela se baseia no conceito de santificação
Quem nasce de novo torna-se um bebê espiritual. O bebê deve crescer, e não encolher. Nada de recuar (Hebreus 10.39). Paulo escreveu: “Aquele que em vós começou a boa obra, a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6).
A perseverança é consequência da salvação, não causa. Como aconteceu com as boas obras (Efésios 2.8-10). Elas são resultado da nossa salvação, e não a causa. O salmista tinha esta certeza: “O Senhor firma os passos do homem bom... Se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão” (Salmos 37.23, 24). Há um interesse do próprio Deus em que seus filhos fiquem sempre de pé. Deus faz a parte dele para que você não se enfraqueça.
Mas, e se eu voltar para o mundo do pecado, ainda serei salvo?
Vamos imaginar um mendigo que viva catando lixo na rua para ter o que comer. De repente, um bom samaritano cruza o caminho desse mendigo e resolve investir nele, ajudá-lo a sair da lama, acerta os documentos dele, consegue-lhe um bom emprego. Por alguns meses, o ex-mendigo vive aquela vida com dignidade e santo orgulho. Mas depois, num dia triste, de frente fria, ou em noite de lua cheia, dá a louca no ex-mendigo, e ele resolve voltar para o lixão da cidade. Isso faz sentido? Pergunte aos emergentes da Barra, que já foram pobres ou membros da baixa classe média, se eles querem voltar a viver espremidos dentro de um orçamentozinho, em casa humilde do subúrbio ou da Baixada?
O maravilhoso da fé é que o verdadeiro convertido não quer mais voltar à velha vida, porque a vontade dele também foi mudada. Ser cristão é ter conhecido um banquete do qual o faminto jamais quererá se afastar. E esse banquete oferece um cardápio raro:
Vejamos ainda o que diz 1João 2.19, 20: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento”. Quem abandona o evangelho é porque a ele nunca pertenceu.
3. Você não perde a salvação porque ela se baseia no conceito de pecado
Que pecado pode nos distanciar de Deus? Resposta: O pecado. Qualquer pecado! Para Deus, o pecado não é classificado por tamanho. Isaías registrou: “Eis que as vossas iniquidades causam separação entre vós e o vosso Deus” Isaías 59.2).
Se o pecado nos fizer perder a salvação, então ninguém será salvo, pois, como diz Tiago, “Todos tropeçamos em muitas coisas” (Tiago 3.2). Se o seu conceito de pecado é apenas o de as sassinato, adultério, roubo, estupro, tráfico de drogas, então você precisa crescer no conheci mento da Palavra de Deus, que define pecado como tudo aquilo que contraria a vontade santa do Senhor. E se a cada vez que eu contrariar a vontade santa do Senhor eu perder a salvação, eu estarei realmente perdido.
4. Você não perde a salvação porque ela se baseia no conceito de expiação
Expiação é uma palavra pouco conhecida fora do ambiente evangélico. Aliás, mesmo aí, pouca gente sabe exatamente o que é isso. Trocando em miúdos, significa dizer que o preço que o pecado exigia do pecador foi pago por alguém em seu lugar. É o que Pedro deixa claro: “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito” (1Pedro 3.18). Ora, se “Cristo padeceu uma vez pelos pecados”, então a perda da salvação significa que Ele falhou em sua obra. Ele teria feito algo que o pecado depois conseguiria desfazer.
5. Você não perde a salvação porque ela se baseia no conceito de santificação
Quem nasce de novo torna-se um bebê espiritual. O bebê deve crescer, e não encolher. Nada de recuar (Hebreus 10.39). Paulo escreveu: “Aquele que em vós começou a boa obra, a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1.6).
A perseverança é consequência da salvação, não causa. Como aconteceu com as boas obras (Efésios 2.8-10). Elas são resultado da nossa salvação, e não a causa. O salmista tinha esta certeza: “O Senhor firma os passos do homem bom... Se cair, não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão” (Salmos 37.23, 24). Há um interesse do próprio Deus em que seus filhos fiquem sempre de pé. Deus faz a parte dele para que você não se enfraqueça.
Mas, e se eu voltar para o mundo do pecado, ainda serei salvo?
Vamos imaginar um mendigo que viva catando lixo na rua para ter o que comer. De repente, um bom samaritano cruza o caminho desse mendigo e resolve investir nele, ajudá-lo a sair da lama, acerta os documentos dele, consegue-lhe um bom emprego. Por alguns meses, o ex-mendigo vive aquela vida com dignidade e santo orgulho. Mas depois, num dia triste, de frente fria, ou em noite de lua cheia, dá a louca no ex-mendigo, e ele resolve voltar para o lixão da cidade. Isso faz sentido? Pergunte aos emergentes da Barra, que já foram pobres ou membros da baixa classe média, se eles querem voltar a viver espremidos dentro de um orçamentozinho, em casa humilde do subúrbio ou da Baixada?
O maravilhoso da fé é que o verdadeiro convertido não quer mais voltar à velha vida, porque a vontade dele também foi mudada. Ser cristão é ter conhecido um banquete do qual o faminto jamais quererá se afastar. E esse banquete oferece um cardápio raro:
• Uma consciência sem culpa• Alma lavada, purificada• Coração tranquilo e descansado• Passado passado a limpo, portanto, passado limpo• Um novo nome numa nova família• O retorno do sorriso nos lábios• A esperança no coração• A presença constante do Senhor ao seu lado• Uma mansão no céu.
Quem
vai querer trocar tudo isso por um chiqueiro? Só mesmo quem ainda
conservar dentro de si uma natureza de porco. Mas o crente, na
Bíblia, não é comparado a porco, e, sim, a ovelha, cuja natureza
detesta lama e sujeira. Você já é ovelha de Jesus?
Conclusão — A letra do hino de um dos mais famosos times de futebol do Brasil contém uma ideia parecida com a que desejamos comunicar: “Uma vez Flamengo, sempre Flamengo...”. Poderíamos parodiá-la, dizendo: “Uma vez salvo, para sempre salvo...”. Nada “poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus” (Romanos 8.39). Spurgeon escreveu:
Conclusão — A letra do hino de um dos mais famosos times de futebol do Brasil contém uma ideia parecida com a que desejamos comunicar: “Uma vez Flamengo, sempre Flamengo...”. Poderíamos parodiá-la, dizendo: “Uma vez salvo, para sempre salvo...”. Nada “poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus” (Romanos 8.39). Spurgeon escreveu:
“Ele
nos escolheu desde a eternidade, e Ele nos amará por toda a
eternidade. Ele nos amou ao ponto de morrer por nós, e, portanto,
devemos nos convencer de que Seu amor jamais morrerá. (...) O Senhor
Jesus, sendo a Cabeça [do corpo], jamais lançará fora os Seus
membros; como noivo, jamais rejeitará a sua noiva (…). Jogue
fora tais pensamentos e nunca per mita que eles se alojem de novo em
sua alma”.
Em
nosso texto, Jesus diz: “Dou-lhes
a vida eterna”.
Levante a cabeça. Não tenha medo de perder a salvação.
A propósito, você já tem a salvação? Jesus a oferece a você nesta hora. É dada, não vendida, não emprestada, não alugada, nem leiloada... Você a tem? Você a quer?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
A propósito, você já tem a salvação? Jesus a oferece a você nesta hora. É dada, não vendida, não emprestada, não alugada, nem leiloada... Você a tem? Você a quer?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Tendo
por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a
aperfeiçoa rá até ao Dia de Jesus Cristo” (Filipenses 1.6).
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Estudo 14 – João Soares da Fonseca
ASSIM É O ESPÍRITO SANTO (I)
Conhecendo uma Pessoa importante – João 14.16-17; João 16.7-15
“E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que
esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não
pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis,
porque ele habita convosco e estará em vós” (RAB).
Mesmo os não familiarizados com a Bíblia, sabem alguma coisa sobre Deus, sabem alguma coisa sobre Jesus. Mas... e o Espírito Santo?
Sobre o Espírito Santo até crentes, muitos crentes, não sabem muito. E essa ignorância não é nova; já estava presente na congregação de Éfeso (Atos 19.1-7).
1. A PESSOA – Quem é o Espírito Santo?
1.1. O Espírito Santo é uma pessoa
Isso para nós soa como óbvio, mas até isso há quem negue. Por exemplo, as Testemunhas de Jeová ensinam que o Espírito Santo é apenas uma força, uma energia, uma influência. Ora, como é que eu posso me relacionar com uma força? Se as pessoas me virem “conversando” com uma lâmpada (‘Olá, energia, você ficou bem dentro dessa lâmpada’), não vão me internar? Você já viu alguém “conversando” com a energia da gasolina? (Imagine alguém parado junto a uma bomba de gasolina, tentando dialogar com... a gasolina!!!). Gasolina não fala; o Espírito fala (João 16.13). Portanto, a Bíblia pressupõe que o Espírito Santo seja uma pessoa. Ele tem força, tem energia, poder, mas é mais que isso: é uma pessoa. E uma pessoa é alguém que tem (a) intelecto; (b) emoções e (c) vontade. A Bíblia deixa claro que o Espírito Santo tem essas três características. Portanto, ele é uma pessoa.
1.2. É uma pessoa divina (é Deus)
O Islamismo ensina que o Consolador que viria seria Maomé. Mas Maomé foi apenas um homem. Na Bíblia, o Espírito Santo recebe o status de Deus: “Façamos o homem...” (Gênesis 1.26). Ao mentiroso Ananias, o apóstolo Pedro disse claramente: “Não mentiste aos homens mas a Deus” (Atos 5.4, contrastar com Atos 5.9).
O batismo cristão tem uma fórmula, dada pelo próprio Cristo. Cada candidato seria batizado “...em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mateus 28.19). Se o Espírito não fosse Deus, como explicar a sua inclusão na fórmula batismal? Donde se conclui que o Espírito Santo foi posto no mesmo pedestal do Pai e do Filho.
2. A OBRA – O que faz o Espírito Santo?
Jesus responde:
“Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, por que vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora. Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso eu vos disse que ele, recebendo do que é meu, vo-lo anunciará” (João 16.7-15).
2.1.
A obra do Espírito junto ao incrédulo
Convencer “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8). Só o Espírito tem a capacidade de fazer o pecador reconhecer os seus pecados e se voltar para Deus. Sendo, pois, uma obra sobrenatural, não podemos conduzi-la de modo natural. Por isso, temos que orar mais, depender mais da atuação e da intervenção do Espírito na obra da conversão. Para que não aconteça o que aconteceu com um bêbado que encontrou o pastor na rua. Com dificuldade para se equilibrar, o bêbado ficou contente em reconhecer o pastor e, tentando abraçá-lo, foi dizendo: “Oi, seu pastor, lembra de mim? Foi o senhor que me converteu, lembra?”
2.2. A obra do Espírito junto ao crente
Jesus disse que a obra do Espírito junto ao crente é confortar, consolar o seu coração. Vê-se que se trata de um trabalho de natureza emocional. Outra coisa: Guiar a toda a verdade (v. 13), trabalho de natureza intelectual.
2.3. A obra do Espírito junto à igreja
“...recebereis poder” (Atos 1.8). Então o Espírito é quem capacita a igreja. É ele quem dá à igreja as ferramentas adequadas para evangelizar o mundo. Alguém disse: grande parte dos crentes está encalhada entre o Calvário e o Pentecoste. Foram ao Calvário para obter perdão, mas não foram ao Pentecoste para obter poder. Belém nos deu Deus conosco. O Calvário significa Deus por nós. O Pentecoste significa Deus EM nós.
Conclusão — O Espírito Santo já fez a obra em você? Já mudou o seu coração?
É possível comprovar essa mudança em seu dia a dia?
Como reconhecer a atuação do Espírito em sua vida?
Eis o que veremos no próximo estudo.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
Convencer “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8). Só o Espírito tem a capacidade de fazer o pecador reconhecer os seus pecados e se voltar para Deus. Sendo, pois, uma obra sobrenatural, não podemos conduzi-la de modo natural. Por isso, temos que orar mais, depender mais da atuação e da intervenção do Espírito na obra da conversão. Para que não aconteça o que aconteceu com um bêbado que encontrou o pastor na rua. Com dificuldade para se equilibrar, o bêbado ficou contente em reconhecer o pastor e, tentando abraçá-lo, foi dizendo: “Oi, seu pastor, lembra de mim? Foi o senhor que me converteu, lembra?”
2.2. A obra do Espírito junto ao crente
Jesus disse que a obra do Espírito junto ao crente é confortar, consolar o seu coração. Vê-se que se trata de um trabalho de natureza emocional. Outra coisa: Guiar a toda a verdade (v. 13), trabalho de natureza intelectual.
2.3. A obra do Espírito junto à igreja
“...recebereis poder” (Atos 1.8). Então o Espírito é quem capacita a igreja. É ele quem dá à igreja as ferramentas adequadas para evangelizar o mundo. Alguém disse: grande parte dos crentes está encalhada entre o Calvário e o Pentecoste. Foram ao Calvário para obter perdão, mas não foram ao Pentecoste para obter poder. Belém nos deu Deus conosco. O Calvário significa Deus por nós. O Pentecoste significa Deus EM nós.
Conclusão — O Espírito Santo já fez a obra em você? Já mudou o seu coração?
É possível comprovar essa mudança em seu dia a dia?
Como reconhecer a atuação do Espírito em sua vida?
Eis o que veremos no próximo estudo.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“E
não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos
do Espírito” (Efésios 5.18).
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Estudo 15 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O ESPÍRITO SANTO (II)
O fruto que Deus espera de mim – Gálatas 5.16-24
Vimos que o Espírito Santo é uma pessoa (e não uma energia), uma pessoa divina. Vimos também o que ele faz: convence, converte, consola, capacita os crentes.
Assim que você se converte, alguém lhe perguntará: “Você já foi batizado com o Espírito Santo?”
Qual será a sua resposta? Sim, recebi o Espírito Santo quando me converti. A Bíblia ensina que quem crê em Jesus JÁ tem o Espírito Santo. Diz ela: “Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Romanos 8.9. Ver também 2Coríntios 12.13, Gálatas 4.6).
Mas você dirá: Espere, se eu tenho o Espírito Santo, por que eu não sinto nada? Por que eu não caio no chão nem falo línguas estranhas? Resposta: Porque isso não é importante. Isso não é evidência do Espírito Santo na vida. O sentir não é critério para se avaliar a relação com Deus. Posso acordar um dia, mal-humorado, olhando atravessado para minha esposa e, portanto, não me sentir casado. Mas isso muda a minha condição junto dela? Deixei de ser casado por causa disso? Não. Porque o casamento não se baseia numa emoção, mas numa aliança.
Como se evidencia a presença do Espírito? É possível identificar a presença ou a ausência do Espírito Santo numa pessoa? De que modo?
Resposta: Pela produção do “fruto do Espírito”, conforme Gálatas 5.22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.
1. Colheita maravilhosa
Analise comigo brevemente esse elenco maravilhoso de virtudes:
Amor (ágape: amor típico de Deus), alegria (não é ser palhaço, é estar contente com o plano de Deus para a sua vida)...
Paz é viver bem com todos, inclusive consigo mesmo.
Longanimidade é paciência, é persistência num ideal. Li no Facebook: “O paralítico esperou 38 anos; a mulher com fluxo de sangue, 12 anos; Abraão esperou 20 anos; José esperou 17 anos. Você está com pressa, por quê?
Relaxa; a tua bênção vai chegar”.
Benignidade é fazer o bem.
Bondade é ser bom.
Fé, ou fidelidade, é a marca de um servo de Deus.
Mansidão é a capacidade “de não reivindicar os seus direitos” (Larry Coy).
Autocontrole ou autodomínio é a tradução da palavra grega “egocracia”, domínio de si.
Se são fruto do Espírito, tais virtudes não aparecem por combustão ou geração espontânea. Elas são cultivadas pelo Espírito Santo em nós. O Espírito plantou, nós produzimos esses bons frutos.
2. Frutos simultâneos
Observe que a palavra fruto está no singular. Por quê? Porque você não produz um fruto e deixa de produzir outro. Se você tem amor, também terá alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e autodomínio. Este é o fruto; as virtudes são como gomos do mesmo fruto, conteúdos de um mesmo pacote.
3. Fruto versus concupiscência
Qual seria o contrário do fruto do Espírito? Resposta: as “obras da carne”, conforme os versículos que precedem o texto lido. É o que vemos em Gálatas 5.16-21:
“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam”.
A
obras da carne, como aparecem no texto de Paulo, estão agrupadas por
áreas:
(1) Área da moral: prostituição, impureza, lascívia
(2) Área da espiritualidade: idolatria, feitiçarias;
(3) Área de relacionamentos: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções, invejas;
(4) Área da disciplina pessoal: bebedices, glutonarias.
Conclusão — Que o Senhor nos livre de produzir poluição espiritual! Que o mundo veja em nós o fruto do Espírito e queira se aproximar do Deus que produz tão boas coisas!
Você já ouviu falar nos dons do Espírito Santo?
O que é isso?
É o que veremos a seguir.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
(1) Área da moral: prostituição, impureza, lascívia
(2) Área da espiritualidade: idolatria, feitiçarias;
(3) Área de relacionamentos: inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias,
dissensões, facções, invejas;
(4) Área da disciplina pessoal: bebedices, glutonarias.
Conclusão — Que o Senhor nos livre de produzir poluição espiritual! Que o mundo veja em nós o fruto do Espírito e queira se aproximar do Deus que produz tão boas coisas!
Você já ouviu falar nos dons do Espírito Santo?
O que é isso?
É o que veremos a seguir.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Mas
o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade,
bondade, fé, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não
há lei” (Gálatas 5.22,23).
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Estudo 16 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O ESPÍRITO SANTO (III) – O dom e os dons – 1Coríntios 12.1-11
Por que quatro estudos sobre o Espírito Santo?
Porque é a doutrina menos compreendi da e a mais mal interpretada, e que tem, por causa disso, gerado tanta divisão no seio do povo de Deus. Um exemplo dessa confusão é o entendimento do que seja dom e dons. Há diferença?
1. O dom (singular)
Que significa “dom”? (“presente”, conforme Efésios 2.8-9). Se você crê em Cristo, se você aceitou a Cristo, então você JÁ foi batizado com o Espírito Santo, ou, dito de outra forma na Bíblia, você JÁ recebeu “o dom do Espírito Santo” (Atos 2.38). No Novo Testamento, são sinônimas as expressões:
• Receber o Espírito Santo
• Ser salvo
• Crer em Jesus
• Ser batizado no (ou com o) Espírito Santo
• Receber o dom do Espírito Santo
• Dizer que Jesus é Senhor (1Coríntios 12.3)
• Estar em Cristo• Ser salvo• Crer em Jesus• Ser batizado no (ou com o) Espírito Santo• Receber o dom do Espírito Santo• Dizer que Jesus é Senhor (1Coríntios 12.3)• Estar em Cristo
2.
Os dons (no plural)
2.1. Que são dons?
São capacitações especiais, são habilidades de que Deus nos reveste. Os exemplos bíblicos mais lembrados são: Bezaleel, no Antigo Testamento (Êxodo 36.1-2; 37.1) e os apóstolos, no Novo (Atos 2.4 – “conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”).
2.2. Quem os distribui?
É o Espírito Santo (de novo, “conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”).
Paulo diz: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente” (1Coríntios 12.11). Então, quem é que supervisiona a distribuição dos dons?
2.3. Para que propósito?
Paulo de novo responde: “...visando a um fim proveitoso”, “para o que for útil” (1Coríntios 12.7). Não é para eu me vangloriar! Os dons são uma concessão do Espírito para o suprimento de necessidades que o próprio Espírito identifica na igreja. Por isso, eles variam na história, porque cada tempo experimenta necessidades diferentes.
2.4. Será que todos os crentes têm os mesmos dons?
Claro que não. Assim como os membros do corpo são muitos e muito diferentes entre si, também a igreja é constituída de membros diferentes e com variados dons.
Conclusão — Você recebeu de Deus um dom ou mais. Você está utilizando-o (os) no Reino de Deus? O propósito deste estudo é estimular você a orar a Deus, perguntando quais são os seus dons. Tendo descoberto, colocá-los ao serviço de Deus.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
2.1. Que são dons?
São capacitações especiais, são habilidades de que Deus nos reveste. Os exemplos bíblicos mais lembrados são: Bezaleel, no Antigo Testamento (Êxodo 36.1-2; 37.1) e os apóstolos, no Novo (Atos 2.4 – “conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”).
2.2. Quem os distribui?
É o Espírito Santo (de novo, “conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”).
Paulo diz: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente” (1Coríntios 12.11). Então, quem é que supervisiona a distribuição dos dons?
2.3. Para que propósito?
Paulo de novo responde: “...visando a um fim proveitoso”, “para o que for útil” (1Coríntios 12.7). Não é para eu me vangloriar! Os dons são uma concessão do Espírito para o suprimento de necessidades que o próprio Espírito identifica na igreja. Por isso, eles variam na história, porque cada tempo experimenta necessidades diferentes.
2.4. Será que todos os crentes têm os mesmos dons?
Claro que não. Assim como os membros do corpo são muitos e muito diferentes entre si, também a igreja é constituída de membros diferentes e com variados dons.
Conclusão — Você recebeu de Deus um dom ou mais. Você está utilizando-o (os) no Reino de Deus? O propósito deste estudo é estimular você a orar a Deus, perguntando quais são os seus dons. Tendo descoberto, colocá-los ao serviço de Deus.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“E
ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros
para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o
aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4.11,12).
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Estudo 17 - João Soares da Fonseca
O ESPÍRITO SANTO (IV) – Sete razões por que não falo língua estranha – 1Coríntios 14
Amamos os pentecostais. Há muitos bons crentes entre eles. Mas alguns deles abordarão você, declarando que a Igreja Batista não tem poder, e que os batistas não têm o Espírito Santo. E não têm o Espírito Santo porque não falam em línguas... e por aí vai. O propósito deste estudo não é incentivar o ódio aos irmãos pentecostais, mas apenas levar você a compreender a posição batista neste assunto, para que você não seja um batista cheio de dúvida.
Há alguns anos, em Belo Horizonte, uma Igreja carismática ofereceu um curso de línguas estranhas. Isso mesmo: um curso. Assim como se ensina inglês, alemão, francês e espanhol em vários cursos, aquela igreja estaria ensinando a falar uma língua, que, segundo eles próprios, não é dos homens, é dos anjos. Ora, se é dos anjos, como é que é ensinada? Mas essa igreja brasileira não é um caso isolado. John F. MacArthur Jr., em seu livro O Caos Carismático, cita um casal, Charles e Frances Hunter, que dá seminários literalmente para multidões aprenderem a falar línguas. Também o inglês Nicky Gumbel, da Igreja Anglicana, oferece alguns truques para se começar a falar em língua estranha.
Se a palavra “truque” no parágrafo anterior lhe parece forte demais, você está certo. É muito forte mesmo. Uma autora pentecostal, Johanna Michaelsen, discordando dessa prática, lembra que Joseph Smith, o fundador do mormonismo, também tinha técnicas de como falar língua estranha: “Ponha-se de pé, fale ou produza algum som, continue a produzir sons do tipo que for, e o Senhor os transformará numa língua”.
À mesma página, Johanna confessa ter encontrado gente instruindo a que se repita a frase “Glória a Deus!” ou “Pai nosso, que estás nos céus” cem vezes sem parar, e o mais rápido possível. “Quando você começar a tropeçar nas palavras, não ligue. Glória a Deus: você recebeu o dom”. Johanna não perdoa: “Esse tipo de coisa é um insulto ao Espírito Santo e raia pela blasfêmia”.
Leia todo o capítulo de 1Coríntios 14 e depois me responda SÓ UMA questão: o após tolo está incentivando ou desestimulando a prática da glossolalia (falar em línguas)?
Dessa leitura colhemos 7 razões ou argumentos que a desestimulam:
1. Primeira Razão: o argumento da edificação de toda a igreja (vv. 12, 17, 26)
Veja o verso 12: “Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja”. Que dons seriam esses? Os do amor, que é, aliás, o maior de todos os dons (1Coríntios 13.13), o mais excelente, o mais desejável, o único que vai permanecer para sempre (1Coríntios 13.8). E, com tristeza o dizemos, é o dom que menos exibimos. O verso 17 diz: “porque tu, de fato, dás bem as graças, mas o outro não é edificado”. Então, na visão de Paulo, existe a suposição de que o outro deva ser edificado. E baseado nisso, Paulo dá um conselho de ordem prática: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação” (v. 26).
Este argumento de Paulo, aliás, nos ajuda a entender uma outra situação. Alguns bons crentes, não pentecostais, tentam acomodar as discrepâncias doutrinárias, dizendo que o falar em línguas pode ser praticado em casa, no culto pessoal. Ora, Paulo está dizendo aqui “Seja tudo feito para edificação”. Se falar língua não edifica a igreja em público, por que edificaria o crente em particular? Argumentam que a língua estranha é melhor para se comunicar com Deus. Mas será que Deus não entende a nossa própria língua?
2. Segunda Razão: o argumento da razão participante (vv. 14-17)
Deus nos fez seres racionais. Ser racional não é uma humilhação para os homens, nem deve ser motivo para a incredulidade. Pelo contrário, é alta honra que o Senhor concedeu ao ser humano. Devíamos ser gratos a Deus todo dia pela nossa racionalidade. Aos romanos Paulo disse que o nosso deve ser um “culto racional” (Romanos 12.1). O problema é que alguns homens, filhotes do iluminismo, foram para o outro extremo e puseram a razão no lugar de Deus. Ora, a razão não é deusa. Mas o homem é um ser racional. E se em todas as áreas da vida, o exercício da razão não é vergonhoso, pelo contrário, é até incentivado, por que a igreja seria exceção?
Paulo pergunta: “Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?” (v. 23). Ora, o louco é justamente aquele que perdeu as funções racionais. Se a razão se ausenta do culto, a loucura toma as rédeas. Mas Paulo contrasta essa situação com a pregação (profecia, proclamação, ou seja uma atividade racional). Diz ele: “Porém, se todos profetizarem, e entrar algum incrédulo ou indouto, é ele por todos convencido [função racional] e por todos julgado [também função racional]; tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós” (vv. 24-25). O propósito do culto não é divertir os homens, não é atrair os holofotes da mídia para um líder, mas adorar a Deus (v. 25). E se esse propósito não for alcançado, se as pessoas não adorarem a Deus com o nosso culto, teremos lamentavelmente falhado.
3. Terceira Razão: o argumento da quantidade
No verso 18, Paulo faz uma confissão: “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós”.
Quando se debate o assunto “línguas”, é preciso de início definir que tipo de línguas são as que as pessoas falam ou dizem falar nos cultos glossolálicos. São línguas étnicas? Ou seja, são línguas faladas por algum grupo humano? Ou são extáticas? Isto é, sem relação com a consciência, mas apenas expressões de êxtase, a tal “língua dos anjos”. Étnicas ou extáticas?
Em Atos 2, que é o texto-referência do fenômeno da glossolalia, as línguas eram, sem sombra de dúvida, étnicas. Havia gente que falava aquelas línguas, que se comunicava usando tais línguas. Lucas até dá uma lista dos povos falantes dessas línguas em que também os apóstolos se comunicaram (Atos 2.8-11).
Agora, aqui no verso 18, Paulo está dizendo que ele fala “mais línguas do que” os coríntios. Quando leio isso, a pergunta que me ocorre é: como é possível alguém dizer que fala mais línguas do que outra pessoa? Se fossem línguas extáticas, então seria possível que ele — Paulo — falasse em língua durante 1 hora e os coríntios só 5 minutos? É isso? Se fosse isso, os adeptos da glossolalia hoje iriam se esforçar para falar línguas dentro de um tempo maior. Os pregadores iriam repreender os ouvintes, mais ou menos assim: — “Irmãos, o que está havendo com alguns de vocês hoje? Só estão falando em línguas 10 minutos! Isso é grave!!!”. Não frequento reuniões pentecostais mas não me consta que haja essa abordagem entre os glossolálicos.
Então se não eram línguas extáticas, resta a opção de que Paulo falava mais línguas étnicas do que os coríntios. E essa opção tem o respaldo da biografia de Paulo. Se você acompanhar o ministério ambulante desse homem de Deus em Atos, verá que ele estava sempre se transferindo de uma região para outra. E nessas ocasiões ele tinha muitas vezes que falar na língua local, em vez do grego. Assim, sabemos que Paulo falava hebraico (Atos 22.2; 26.14), aramaico (Atos 9.20), grego (Atos 17.18; 21.37), licaônico (Atos 14.11), latim (Atos 22.29), só para mencionar algumas línguas. De modo que ao dizer que falava mais línguas do que os coríntios, ele estaria situando a discussão linguística no espaço da opção étnica. E não no da extática.
Breve consulta à história do movimento glossolálico contemporâneo mostra que no princípio os próprios pentecostais acreditavam que as línguas hoje deveriam ser étnicas e não extáticas. Tanto criam assim que chegaram a enviar missionários para outros países sem lhes ter ensinado a língua do país. Havia a certeza de que o dom de línguas, de Atos 2, se repetiria. Aliás, esse foi um dos três argumentos de Charles Fox Parham em favor da glossolalia hoje. Ele dizia que a glossolalia (1) promoveria a obra missionária; (2) ofereceria indiscutível evidência de milagres e (3) reproduziria o dia de Pentecostes. Depois de uma década do fracasso dessa experiência, o movimento se voltou então para as línguas extáticas, o surrado “barbarabarabatra”.
4. Quarta Razão: o argumento da desproporção
O verso 19 diz:“Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua”.
Como? Cinco contra 10 mil? A desproporção é gigantesca. Como comparar a riqueza de duas pessoas que tenham quantias diferentes de dinheiro: uma com 5 dólares outra com 10 mil? Pois Paulo diz que preferia falar na igreja CINCO palavras inteligíveis que 10 mil ininteligíveis.
Continua sendo para mim um mistério ouvir tanta gente que lendo isso, ainda insista em falar línguas. Gente, é 5 contra 10 mil!!!
5. Quinta Razão: o argumento da maturidade
No verso 20, Paulo não esconde o que pensa de crentes como os de Corinto: “Irmãos, não sejais meninos no juízo; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede homens amadurecidos”. Isso lhe parece elogio?
Nenhum adulto gosta de ser chamado de criança. Mas ao enfatizar línguas na vida cristã, os coríntios estavam se comportando como crianças, e não como adultos. Ora, se Paulo diz isso, é evidente que ele não está incentivando a experiência de falar línguas. Pelo contrário, é um desestímulo, você não acha? Como se dissesse: Ei, pessoal, isso é coisa de criança. Adulto não precisa disso.
A imaturidade entre cristãos é uma realidade que nos envergonha. Há crentes que são apenas bebês barbudos. Passaram muitos anos na igreja, mas continuam crianças espirituais. No mundo da biologia, bebê dá trabalho, mas também dá alegria. No mundo espiritual, bebê barbudo só dá trabalho.
O problema da imaturidade leva a duvidar até que alguém seja crente. Mas não crente pode falar língua? A pentecostal Johanna Michaelsen, citada no início, responde claramente pela afirmativa:
“Hindus falam em línguas. Sacerdotes buditas e shintoístas falam enquanto estão em transe. Os ocultistas, que negam a divindade de Jesus, falam em línguas. Muitos africanos do grupo Bantu no Transvaal, África do Sul, falam em línguas. Alguns portadores de deficiência mental falam em línguas. Eu mesma já tenho visto pessoas possessas e médiuns espíritas falar em línguas”.
No
Rio de Janeiro, finda uma reunião ao ar livre na praça de
Cascadura, um jovem veio a mim, arrastando algumas palavras,
misturadas ao seu miasma etílico: “Seguinte Seu pashtor, quero me
converter. Mash tem uma condição, aí: Eu tenho o dom de línguash.
A igreja vai me dar eshpaço para eu poder desenvolver isso ou não
vai?” Expliquei nossa posição, mas disse que Deus o amava e
queria salvá-lo. Claro que nunca mais o vi.
Ensinar a falar língua ou afirmar possuir o dom de língua, mesmo não sendo convertido, são algumas das aberrações do movimento glossolálico.
6. Sexta Razão: o argumento da ordem
Esse argumento parece ser o mais extenso (vv. 26-40), e o mais utilizado por Paulo. Ele apela para que haja ordem no culto. O contrário de ordem é caos. De fato, a situação em Corinto era simplesmente caótica. Reinava a desordem no culto; e não é difícil imaginar por quê. Deus está aí? Paulo responde no verso 33: “porque Deus não é de confusão [caos], e sim de paz”. É incompreensível que alguém invoque Corinto como exemplo de igreja a ser copiado hoje!
Tudo no culto deve ser feito “com decência e ordem” (v. 40). Por quê?
6.1. A ordem deve ser mantida porque Deus está presente — E se Deus está presente, o caos desapareceu. O verso 25 diz: “ tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós”. Em seguida, Paulo oferece um esboço do que chamaríamos hoje de “Ordem de culto” (vv. 26-33).
6.2. A ordem deve ser mantida porque a impressão que o povo de Deus passa aos não crentes é muito importante (vv. 34-35)
Os crentes são o lado visível de Cristo. A imagem que o mundo tem de Deus é aquela que ele vê nos crentes. Por isso Paulo já havia dito antes, no verso 23: “Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem in doutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?”
Que o culto é para Deus não há dúvida. Mas que o culto também comunica uma imagem, não devia haver dúvida igualmente.
É justamente nessa discussão sobre a imagem que comunicamos que Paulo introduz um assunto hoje altamente polêmico. E é curioso que seja polêmico justamente nos meios tradicionais. Os pentecostais usam este capítulo para defender a glossolalia, mas abandonam os versos que falam do lugar da mulher no culto público de Corinto. Paulo diz: “Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja” (vv. 34, 35). Aliás, são eles, os pentecostais, os primeiros a ordenar mulheres ao ministério e dar à mulher um lugar de desta que na igreja, especialmente na pregação. O fundador da Igreja do Evangelho Quadrangular, uma igreja pentecostal, é uma mulher: Aymée Semple Mcpherson (1890-1944). E isso é um mérito de parte dos irmãos pentecostais. Ou seja, entenderam corretamente estes versos, sem ter, porém, o mesmo sucesso na compreensão do todo da discussão. Se em Corinto, a mulher falasse na igreja, a impressão que os incrédulos levariam seria a pior possível. Eles colocariam o culto cristão no mesmo nível dos cultos pagãos, especialmente os dedicados a Afrodite, a deusa da beleza, que eram oficiados por mulheres, as famosas sacerdotisas-prostitutas.
7. Sétima Razão: o argumento da sutileza
O texto de Paulo acabou. Mas resta ainda um último argumento, que recolhemos das entrelinhas do texto. Uma pergunta que deixa o leitor de Paulo intrigado é: Se Paulo está desestimulando neste capítulo o uso de línguas, por que usou de tanta sutileza para disciplinar esta questão entre os coríntios? Não teria sido mais fácil chegar, dar um murro na mesa e dizer: “ — Irmãos, vamos acabar com essa bagunça [caos]. Vocês estão fazendo do dom de línguas um cavalo de batalha! Por favor, de uma vez por todas, parem de falar línguas!”. Por que ele não escreveu assim? Por que ele, que sempre foi muito objetivo e claro em suas ponderações, não usou da mesma clareza nesta discussão? Por que usou estes “argumentos”, que apelam para a sutileza mais do que para a objetividade?
Para ajudar você a entender isso, sugiro que você leia de novo os versos 37 e 38: “Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo. E, se alguém o ignorar, será ignorado”.
Tente imaginar o que está nas entrelinhas, ou por trás destas palavras! Ou seja, vamos dizer a verdade: os crentes de Corinto não morriam de amores por Paulo. De fato, duvidavam até mesmo da sua apostolicidade (ver 1Coríntios 9). Julgavam-se mais espirituais do que ele, provavelmente talvez porque o considerassem muito racional, muito tradicional. Para nós hoje, a reputação de Paulo é intocável. É ponto pacífico para nós que ele era indubitavelmente um homem de Deus. Mas infelizmente os coríntios não pensavam assim. Lembre-se que em Corinto um grupo se dizia ser de Paulo, mas os outros grupos da igreja inclinavam suas simpatias na direção de outras lideranças (1Coríntios 3).
Os crentes de Corinto achavam que para ser bons crentes deveriam repetir a experiência de Atos 2. Mas Atos 2, como vimos, foi uma experiência étnica, e não extática. Os coríntios entenderam errado o que aconteceu em Atos 2. E quando temos deficiência doutrinária, quem sofre é todo o corpo de Cristo. A igreja se enfraquece e se torna vulnerável aos enganos do Diabo. Quem tenta falar língua hoje está se espelhando num grupo que entendeu a Bíblia equivocadamente. Corinto não entendeu Atos 2. Como aliás não entendia uma porção de outras coisas. Mesmo uma leitura apressada das duas epístolas que Paulo lhes dirigiu vai evidenciar a imagem de uma igreja carnal, mundana, dividida, liberal, egoísta, orgulhosa e rebelde. E desde quando uma igreja assim se constitui modelo para as outras? Muitas denominações hoje, mesmo pentecostais, teriam muita dificuldade em manter a igreja de Corinto em sua lista de igrejas.
Conclusão — Que o Senhor abençoe você, e o ajude a entender corretamente uma doutrina tão divisiva entre os cristãos!
Que Ele encha você do Espírito Santo e o capacite a testemunhar poderosamente junto às pessoas que desconhecem a Cristo!
Que o Senhor ajude você a trabalhar mais pela unidade dos crentes e não para os dividir, porque na unidade é que o nome de Cristo seria glorificado (João 13.35; 17.21).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
Ensinar a falar língua ou afirmar possuir o dom de língua, mesmo não sendo convertido, são algumas das aberrações do movimento glossolálico.
6. Sexta Razão: o argumento da ordem
Esse argumento parece ser o mais extenso (vv. 26-40), e o mais utilizado por Paulo. Ele apela para que haja ordem no culto. O contrário de ordem é caos. De fato, a situação em Corinto era simplesmente caótica. Reinava a desordem no culto; e não é difícil imaginar por quê. Deus está aí? Paulo responde no verso 33: “porque Deus não é de confusão [caos], e sim de paz”. É incompreensível que alguém invoque Corinto como exemplo de igreja a ser copiado hoje!
Tudo no culto deve ser feito “com decência e ordem” (v. 40). Por quê?
6.1. A ordem deve ser mantida porque Deus está presente — E se Deus está presente, o caos desapareceu. O verso 25 diz: “ tornam-se-lhe manifestos os segredos do coração, e, assim, prostrando-se com a face em terra, adorará a Deus, testemunhando que Deus está, de fato, no meio de vós”. Em seguida, Paulo oferece um esboço do que chamaríamos hoje de “Ordem de culto” (vv. 26-33).
6.2. A ordem deve ser mantida porque a impressão que o povo de Deus passa aos não crentes é muito importante (vv. 34-35)
Os crentes são o lado visível de Cristo. A imagem que o mundo tem de Deus é aquela que ele vê nos crentes. Por isso Paulo já havia dito antes, no verso 23: “Se, pois, toda a igreja se reunir no mesmo lugar, e todos se puserem a falar em outras línguas, no caso de entrarem in doutos ou incrédulos, não dirão, porventura, que estais loucos?”
Que o culto é para Deus não há dúvida. Mas que o culto também comunica uma imagem, não devia haver dúvida igualmente.
É justamente nessa discussão sobre a imagem que comunicamos que Paulo introduz um assunto hoje altamente polêmico. E é curioso que seja polêmico justamente nos meios tradicionais. Os pentecostais usam este capítulo para defender a glossolalia, mas abandonam os versos que falam do lugar da mulher no culto público de Corinto. Paulo diz: “Conservem-se as mulheres caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem, em casa, a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja” (vv. 34, 35). Aliás, são eles, os pentecostais, os primeiros a ordenar mulheres ao ministério e dar à mulher um lugar de desta que na igreja, especialmente na pregação. O fundador da Igreja do Evangelho Quadrangular, uma igreja pentecostal, é uma mulher: Aymée Semple Mcpherson (1890-1944). E isso é um mérito de parte dos irmãos pentecostais. Ou seja, entenderam corretamente estes versos, sem ter, porém, o mesmo sucesso na compreensão do todo da discussão. Se em Corinto, a mulher falasse na igreja, a impressão que os incrédulos levariam seria a pior possível. Eles colocariam o culto cristão no mesmo nível dos cultos pagãos, especialmente os dedicados a Afrodite, a deusa da beleza, que eram oficiados por mulheres, as famosas sacerdotisas-prostitutas.
7. Sétima Razão: o argumento da sutileza
O texto de Paulo acabou. Mas resta ainda um último argumento, que recolhemos das entrelinhas do texto. Uma pergunta que deixa o leitor de Paulo intrigado é: Se Paulo está desestimulando neste capítulo o uso de línguas, por que usou de tanta sutileza para disciplinar esta questão entre os coríntios? Não teria sido mais fácil chegar, dar um murro na mesa e dizer: “ — Irmãos, vamos acabar com essa bagunça [caos]. Vocês estão fazendo do dom de línguas um cavalo de batalha! Por favor, de uma vez por todas, parem de falar línguas!”. Por que ele não escreveu assim? Por que ele, que sempre foi muito objetivo e claro em suas ponderações, não usou da mesma clareza nesta discussão? Por que usou estes “argumentos”, que apelam para a sutileza mais do que para a objetividade?
Para ajudar você a entender isso, sugiro que você leia de novo os versos 37 e 38: “Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo. E, se alguém o ignorar, será ignorado”.
Tente imaginar o que está nas entrelinhas, ou por trás destas palavras! Ou seja, vamos dizer a verdade: os crentes de Corinto não morriam de amores por Paulo. De fato, duvidavam até mesmo da sua apostolicidade (ver 1Coríntios 9). Julgavam-se mais espirituais do que ele, provavelmente talvez porque o considerassem muito racional, muito tradicional. Para nós hoje, a reputação de Paulo é intocável. É ponto pacífico para nós que ele era indubitavelmente um homem de Deus. Mas infelizmente os coríntios não pensavam assim. Lembre-se que em Corinto um grupo se dizia ser de Paulo, mas os outros grupos da igreja inclinavam suas simpatias na direção de outras lideranças (1Coríntios 3).
Os crentes de Corinto achavam que para ser bons crentes deveriam repetir a experiência de Atos 2. Mas Atos 2, como vimos, foi uma experiência étnica, e não extática. Os coríntios entenderam errado o que aconteceu em Atos 2. E quando temos deficiência doutrinária, quem sofre é todo o corpo de Cristo. A igreja se enfraquece e se torna vulnerável aos enganos do Diabo. Quem tenta falar língua hoje está se espelhando num grupo que entendeu a Bíblia equivocadamente. Corinto não entendeu Atos 2. Como aliás não entendia uma porção de outras coisas. Mesmo uma leitura apressada das duas epístolas que Paulo lhes dirigiu vai evidenciar a imagem de uma igreja carnal, mundana, dividida, liberal, egoísta, orgulhosa e rebelde. E desde quando uma igreja assim se constitui modelo para as outras? Muitas denominações hoje, mesmo pentecostais, teriam muita dificuldade em manter a igreja de Corinto em sua lista de igrejas.
Conclusão — Que o Senhor abençoe você, e o ajude a entender corretamente uma doutrina tão divisiva entre os cristãos!
Que Ele encha você do Espírito Santo e o capacite a testemunhar poderosamente junto às pessoas que desconhecem a Cristo!
Que o Senhor ajude você a trabalhar mais pela unidade dos crentes e não para os dividir, porque na unidade é que o nome de Cristo seria glorificado (João 13.35; 17.21).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Com
toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns
aos outros em amor, Procurando guardar a unidade do Espírito pelo
vínculo da paz” (Efésios 4.2,3).
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Estudo 18 - João Soares da Fonseca
ASSIM É A SANTIFICAÇÃO (I) – O ideal é chegar lá (Efésios 4.11-15)
Conta-se que certa vez um missionário, à guisa de ilustração, mostrou aos nativos da África uma gravura retratando a Jesus Cristo. Eles olharam, olharam de novo e disseram: “Ah, sim, este homem já esteve aqui”. Eles haviam conhecido um europeu que, achavam, se parecia com Jesus. (Esclareça-se que não se oferece na Bíblia nenhuma descrição da aparência física de Jesus. Qualquer produção nesse sentido não passa de imaginação do artista).
Que é santificação?
É um processo pelo qual, gradualmente, o crente vai se tornando parecido com Cristo em seu proceder. Não significa “fugir” do mundo, como fizeram os anacoretas, os eremitas, os monásticos... Jesus orou: “Não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno” (João 17.15). Na mesma oração, Jesus disse: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17.17). Jesus, portanto, orou para que fôssemos santos. Você se parece com Jesus?
1. Quando começa a caminhada?
1.1. Tudo começa com a conversão
Você já se converteu? Jesus Cristo já se tornou se nhor de sua vida, comandante do seu coração? Você já nasceu de novo? (João 3.3). Você já aceitou o presente que Deus em Cristo quis lhe entregar? Quando foi isso? Se isso já aconteceu em sua vida, então, parabéns, a caminhada já começou.
A conversão é o início da caminhada. É como dar o primeiro passo. Mas uma caminha da não para no primeiro passo. Dizem os chineses que ela consiste na repetição do primeiro passo.
1.2. À semelhança do que acontece com um bebê, o novo crente não está completo nem independente só porque nasceu: precisa crescer.
(Pedir alguém do grupo para desenhar dois rostos iguais, quanto possível. Pode ser um desenho rústico). O Rosto no. 1 é o MODELO. O Rosto no. 2 é a CÓPIA. Um deve imitar o outro. Mas observe que não são 100% iguais. Há diferenças quase imperceptíveis, mas há. Assim é o cristão: jamais será parecido totalmente com Cristo. Sempre ficará aquém do modelo. Mas é cópia de Cristo!
2. Quais as marcas principais do crescimento cristão?
2.1. O naturalista Lineu dizia: “A natureza não dá saltos”. Similarmente, o crescimento espiritual é um processo lento. Tenha paciência!
2.2. O crescimento espiritual é um processo ainda não concluído (Filipenses 1.6 – “...a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus”). Tenha esperança!
2.3. O crescimento espiritual é um processo que tem a Jesus por meta (Efésios 4.13). Ele é o alvo da alma. Tenha fé!
2.4. O crescimento espiritual é um processo conduzido pelo Espírito Santo. É Ele quem fará você crescer, não é você. Portanto, peça a Deus, todos os dias, que você seja “cheio do Espírito Santo” (Efésios 5.18). Seja submisso a Ele!
3. Como crescer na graça?
Quando um bebê nasce, que alegria! Agora, será que um ano depois, se o bebê continuar do mesmo tamanho quando nasceu, os pais vão comemorar o fato? Não. Ninguém celebra a atrofia. Não crescer é sinal de grave doença.
Se você não quiser continuar espiritualmente bebê a vida inteira, deixe Deus consertar a sua vida. Em excelente artigo sobre santificação, Damy Ferreira afirma:
“Podemos resumir o processo da santificação em quatro palavras bem didáticas e fáceis de guardar: Santificação pela abstenção. Abster-se é deixar de fazer alguma coisa (...) Paulo recomendava: "Abstende-vos de toda aparência do mal' (1Tessalonicenses 5.22). Santificação pela cessação. Cessar de fazer alguma coisa que está fazendo e que não agrada a Deus (...). Santificação pela remoção. Remover, tirar certas coisas que estão fazendo parte da nossa vida (Ezequiel 18.31-32). Santificação pela confissão (Salmo 32.3-5)”(Transformados de glória em glória, in: Homem Batista, 1T2016, p.38-39).
3.1. Deixe Deus consertar a sua vida devocional
Pratique a confissão todos os dias. Não concilie o sono sem antes fazer um balanço espiritual do seu dia.3.2. Deixe Deus consertar a sua vida moral
Ele promete vitória sobre as tentações (1Coríntios 10.13). Ele pode afastar você de certos amigos, de certos ambientes, talvez ele até mude você de emprego, de endereço, como mudou de igreja. Fuja do caminho do mal. Evite más leituras, filmes que o afastarão da pureza de Cristo, não visite sites que sua família não possa ver com você.
3.3. Deixe Deus consertar o seu relacionamento com os outros
O perdão aos outros nos é dado como regra e não exceção. Seja bondoso. Seja humilde. Seja sincero.
Conclusão — Há alguns anos, O Jornal Batista publicou uma charge, mostrando um personagem com uma roupa oriental, da cintura para baixo, cobrindo a sandália. E bem pertinho da sandália o chargista colocou uma figura humana, bem pequena. E a legenda era o texto de Efésios 4.13. Queria dizer que devemos crescer até a estatura de Cristo, mas ainda es tamos no nível do chinelo.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Antes
crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus
Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da
eternidade. Amém” (2Pedro 3.18).
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Estudo 19 - João Soares da Fonseca
ASSIM É A SANTIFICAÇÃO (II)
Ferramentas para o seu crescimento espiritual – 2Pedro 3.18
Todo profissional precisa de ferramentas. Para crescermos na santificação, Deus nos deu também algumas ferramentas, alguns recursos, a saber:
1. A ferramenta da HORA TRANQUILA
1.1. Escolha um tempo definido para orar - Você define quanto tempo durará; você es colhe se de manhã ou à tarde ou à noite. Escreva aqui o horário em que você pretende ter a sua “Hora Tranquila” (HT): _______________.
1.2. Escolha um lugar definido (quieto; limpo; se preciso, combine com a sua família, para que ninguém lhe perturbe; desligue o telefone, ou retire-o do gancho). Escreva aqui, onde você acha que poderá realizar sua HT: __________
1.3. Prepare antes a sua lista de oração (A lista evita que a mente divague por aí). Alguns irmãos têm o bom hábito de escrever um Diário de Oração, registrando ali tanto os pedidos como as respostas e as respectivas datas.
1.4. Use a Palavra de Deus - Na “Hora Tranquila”, você se alimenta sozinho da Palavra.
1.5. Use um acessório devocional, se desejar. Algo como:
1.5.1. Revistas: Manancial; No Cenáculo, Nosso Andar Diário, etc.
1.5.2. Leitura Diária sugerida na revista da EBD
1.5.3. Livro Específico de Devoções Diárias
1.6. Escreva, num caderno, o que Deus sugerir à sua mente.
Duas observações
1. É melhor ter 5 minutos a cada dia, do que ter muito tempo só de 7 em 7 dias. Você não almoça dia sim, dia não. Não é verdade que você come todo dia um pouquinho? Espiritualmente é a mesma coisa.
2. Seja persistente. Se por acaso não puder ter sua HT num certo dia, não se desespere. “Nossa relação com Deus é como uma amizade: Você não deixa de ser amigo de uma pessoa por não conversar com ela por um dia. Mas se faltar essa conversa por muito tempo, a amizade enfraquece” (Peggy Smith Fonseca). Ver João 15.7-9.
2. A ferramenta da LEITURA DA BÍBLIA
Em seu livro Integração Segundo o Novo Testamento, Waylon Moore usa a mão para nos mostrar as cinco maneiras de se alimentar da Palavra de Deus:
2.1. O dedo MÍNIMO representa o ouvir a Palavra. Ver Rom 10.17. Mas você consegue segurar uma Bíblia só com o dedo mínimo? Tente!
2.2. O dedo ANELAR representa a leitura (1Timóteo 4.13). Com que regularidade você lê a sua Bíblia?
2.3. O dedo MÉDIO representa o estudo da Bíblia (2Timóteo 2.15). Pelo estudo sistemático, em oração, apropriamo-nos das verdades básicas da fé cristã. (2Timóteo 3.16,17).
2.4. O dedo INDICADOR, o mais ativo da nossa mão, é a memorização. (Salmos 119.11). A experiência da tentação de Jesus.
2.5. O dedo POLEGAR representa a meditação. Josué 1.8.
3. A ferramenta da FREQUÊNCIA à igreja
O salmista disse: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Salmo 122.1). O apóstolo Tomé perdeu a bênção de ver o Senhor ressuscitado logo no primeiro dia, porque esteve ausente daquela reunião (João 21.20-29). O crente que deixa de frequentar a igreja torna-se como uma brasa fora do fogo: no princípio ainda conserva algum calor, mas, com o passar do tempo, vai esfriando até apagar-se completamente.
4. A ferramenta de Levar alguém a Cristo
É muito importante que você fale de sua fé a alguém. Deus pode usar essa palavra para trazer outros a Cristo. Havendo conversão na terra, haverá alegria no céu.
5. A ferramenta da Contribuição
À primeira vista, a contribuição não seria uma ferramenta para o crescimento cristão. O Senhor Jesus, porém, ensinou que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20.35). Por que será? Porque o bem-estar que sentimos quando contribuímos é indescritível. Mais que um recurso, a contribuição está mais para termômetro de nossa situação espiritual (Malaquias 3.8-10). Quando um crente se esfria na fé, ele cessa de contribuir.
Conclusão — “Deus quer que todos os homens sejam salvos. Deus quer que todos os salvos sejam santificados” (Autor?).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma” (Hebreus 10.39).
*****
Estudo 20 - João Soares da Fonseca
ASSIM É A IGREJA (I) – Em busca da relevância perdida – Atos 2.41-47
“Uma faculdade de Ciências Sociais nos Estados Unidos pediu que os alunos apresentassem um mapa da cidade assinalando as principais instituições sociais de interesse para a comunidade local. (...) Mais de 100 mapas foram entregues cuidadosamente desenhados. Receberam destaques: hospitais, ambulatórios, asilos, orfanatos, bibliotecas, parques infantis, piscinas, quartéis, brigada de incêndio, fornos (ó) de lixo, teatros mas... nenhuma igreja” (HEFLEY, James. Manancial de Ilustrações. Rio de Janeiro: Juerp, p. 118).
Confesso que me entristeci quando li isso, e pus-me a me interrogar:
• Será que no mundo moderno não há mais lugar para a igreja?
• Não tem a igreja mais razão para existir? Resposta: Sim, se...
1. A igreja é um lugar de CONVERSÃO
Diz o texto (v. 41): “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas”.
• Não há igreja se os membros não forem convertidos. E conversão, para ser completa, precisa incluir o batismo. O batismo não salva, mas a primeira coisa que o salvo quer fazer é batizar-se.
• Antes do batismo, porém, é preciso ouvir a Palavra: “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil” (Atos 4.4). Não há conversão SEM a presença da Palavra.
• Quem faz a igreja crescer? Ou: quem converte o pecador? Resposta: v. 47.
2. A igreja é um lugar de CONVICÇÃO
Diz o verso 42ª que os crentes “perseveravam na doutrina dos apóstolos”. Doutrina? Que é isso? De vez em quando ouvimos alguém acusando: “A igreja batista não tem doutrina”. Com isso querem dizer que não somos tão severos quanto a roupa, penteado, maquiagem, etc. Mas isso é doutrina? Que é doutrina?
Doutrina é o conjunto das crenças de um grupo. No caso dos crentes, conversão é dou trina. Batismo é doutrina. Oração é doutrina. Como louvar a Deus. Tudo é doutrina.
Será que toda doutrina é igual? Não. Existe doutrina budista, espírita, islâmica, católica, judaica... e existe também “dou trina dos apóstolos” (v. 42). A igreja tinha convicção na “doutrina dos apóstolos”. E ao aderir a essa doutrina, as pessoas deixavam as outras de lado. O que significa “doutrina dos apóstolos”? Paulo escreveu a Timóteo: “Peço que você continue na cidade de Éfeso, como já pedi quando estava indo para a província da Macedônia. Existem aí nessa cidade alguns que estão ensinando doutrinas falsas, e você precisa fazer com que eles parem com isso. (…) Devemos lembrar, é claro, que as leis são feitas não para as pessoas corretas, mas para os marginais e os criminosos, os ateus e os que praticam o mal e para os que não respeitam a Deus nem a religião. São feitas também para os que matam os seus pais e para outros assassinos. E para os imorais, os homossexuais, os sequestradores, os mentirosos, os que dão falso teste munho e para os que fazem qualquer outra coisa que é contra o verdadeiro ensinamento. Esse ensinamento se encontra no evangelho que Deus me encarregou de anunciar, isto é, na boa notícia que vem do Deus bendito e glorioso” (1Timóteo 1.3, 9-11, NTLH).
E mais: “Se alguém ensina alguma doutrina diferente e não concorda com as verdadeiras palavras do nosso Senhor Jesus Cristo e com os ensinamentos da nossa religião, essa pessoa está cheia de orgulho e não sabe nada. Discutir e brigar a respeito de palavras é como uma doença nessas pessoas. E daí vêm invejas, brigas, insultos, desconfianças maldosas e discussões sem fim, como costumam fazer as pessoas que perderam o juízo e não têm mais a verdade. Essa gente pensa que a religião é um meio de enriquecer” (1Timóteo 6.3-5 – NTLH).
O verbo usado em Atos 2.42 é “perseverar”. Significa “ser constante”, “prosseguir com coragem”, “não desanimar”, “continuar correndo como um atleta”.
3. A igreja é um lugar de COMUNHÃO
O verso 42 diz que eles viviam em “koinonia”, em confraternização, comunhão.
Em que áreas se manifestava essa comunhão? Resposta: “No partir do pão e nas orações”. Repartiam o que tinham e intercediam uns pelos outros.
Aquela era uma comunidade sensível às necessidades uns dos outros (vv. 44-45). Era uma comunidade unida para cultuar com alegria e simplicidade (vv. 46-47). À igreja não pode faltar o amor, pois como disse Rosalee Apleby, décadas atrás: “A igreja sem amor transforma-se em hipocrisia”.
O verso 47 diz que eles estavam “caindo na graça de todo o povo”. Que quer dizer isto? A NTLH traduziu assim: “...eram estimados por todos”. Este é um testemunho irresistível: quando a igreja vive em comunhão por dentro, ela causa enorme impacto lá fora. Foi isso que Jesus disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13.35).
Conclusão — Desde a infância, tenho ouvido a seguinte história, cuja fonte tenho procurado, mas sem sucesso:
Um pastor estava desanimado com o volume de críticas que recebia numa igreja. As pessoas diziam que a igreja estava morta.
Num domingo, o pastor anunciou a morte da igreja. Ele disse: “No próximo domingo, teremos um culto fúnebre pela morte desta igreja. Por favor, venham vestidos de preto”.
Quando chegou o domingo anunciado, a igreja estava superlotada. O pastor encomendou um caixão, que ficou à frente, perto do púlpito. Ele pregou sobre a morte da igreja. E ao final, convidou as pessoas para virem à frente, em fila, em silêncio, prestar as últimas homenagens à igreja falecida.
As pessoas vinham, olhavam e saíam chocadas. Claro, o caixão estava totalmente vazio. Mas dentro dele o pastor mandou instalar um espelho. Quando cada um se curvava para ver o que havia dentro, via-se a si mesmo refletido no espelho.
Confesso que já fui tentado algumas vezes a comprar um caixão... e um espelho. Quando ouço gente diminuindo a igreja de Jesus, minha reação natural é dizer: VOCÊ é a igreja também, meu ir mão.
Seremos uma igreja morta ou uma igreja como a de Atos 2?
Seremos uma igreja qualquer ou a igreja ideal segundo Jesus?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Nisto
todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros” (João 13.35).
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Estudo 21 – João Soares da Fonseca
ASSIM É A IGREJA (II)
A IGREJA IDEAL SEGUNDO JESUS - João 17.13-21
Dostoiévsky, em Os Irmãos Karamazov, faz uma acusação à igreja. Diz ele:
“...em mui tos lugares, não existe mais a igreja, apenas líderes eclesiásticos e belíssimos santuários”.
Será que ele tem razão? Os “belíssimos santuários” são a igreja?
Jesus amou a igreja. E por amá-la, Jesus orou por ela. Por isso nosso texto é chamado de “oração sacerdotal”. É o perfeito sacerdote intercedendo pela sua imperfeita congregação. Você ora pela igreja? O que você pede a Deus quando ora por ela? O que foi que Jesus pediu ao Pai para a sua igreja?
1. Jesus orou por uma igreja ALEGRE (v. 13)
Os gregos atuais saúdam-se com uma interessante interjeição: yahará, que quer dizer “Que a alegria esteja com você!”. Jesus orou para que a sua igreja fosse alegre. Ele já havia dito aos discípulos: “...a vossa tristeza se converterá em alegria. A mulher, quando está para dar a luz, sente tristeza porque é chegada a sua hora; mas depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo gozo de haver nascido um homem ao mundo” (João 16.20-21).
Certa vez, um repórter da revista Time escreveu que viu crentes sorrindo de segunda a sexta-feira. No sábado, porém, a alegria diminuiu um pouco. E no domingo, sumiu de vez, quando os crentes entraram no templo. Quando o culto acabou e eles saíram do templo, o sorriso voltou. Será que adoramos um cadáver? Ou é a um Cristo vivo?
Neemias disse que “a alegria do Senhor é a nossa força” (Neemias 8.10-11). É claro que Satanás tentará confiscar o sorriso de nossos lábios. Se nalgum tempo em sua vida cristã, você perceber que a alegria está passando longe de você, vá ao médico; vá ao médico das almas, Cristo. Confesse a ele o seu pecado. Davi fez isso, dizendo: “Devolve-me a alegria da tua salvação...” (Salmo 51.12).
Como bem observou Agostinho, o crente, sim, é quem experimenta a verdadeira alegria. Ele confessou:
“Como foi maravilhoso eu ficar repentinamente livre daquelas alegrias infrutíferas que eu antes tinha medo de perder! (…) Tu as expulsaste de mim; Tu, que és a verdadeira e soberana alegria. Tu as expulsaste de mim e ocupaste o lugar delas (…) Ó Senhor, meu Deus, minha luz, minha Riqueza, Minha salvação”.
2. Jesus orou por uma igreja SANTA (vv. 16-19)
A característica de Deus que mais se menciona na Bíblia é a santidade. Deus é santo. E a igreja não deve ser diferente. Ela vive num mundo imundo, mas não compartilha da imundícia do mundo.
Durante o reinado de Oliver Cromwell, na Inglaterra, o governo estava precisando de prata para a produção de moedas, mas não se achava prata alguma. Cromwell então mandou os homens à catedral local para ver se eles achariam prata por lá. O relatório dos homens foi: “A única prata que encontramos são as estátuas dos santos nas paredes da igreja”.
A isto Cromwell respondeu: “Ótimo! Então derreteremos os santos e os colocaremos em circulação!”.
Essa ordem, objetiva e direta, ilustra a essência da ética cristã autêntica. Não se trata de estátuas, ídolos nas paredes das igrejas, mas santos "derretidos", gente como você e eu, circulando pela sociedade.
É importante que a nossa religião seja traduzida para o homem comum. Ela precisa ser trans portada para as ruas, para o escritório, para as nossas relações. As pessoas veem em você um santo? Não podemos pregar uma coisa e viver outra. Vi, há pouco tempo, na televisão uma reportagem, mostrando um pastor dessas igrejas de fundo de quintal, na cidade de Foz do Iguaçu (PR), vendendo gasolina contrabandeada da Argentina. O Jornal Nacional deu um close na placa da igreja. Que vergonha para os evangélicos!
Seremos julgados pelos nossos atos e também pelas nossas palavras, tanto as que pronunciarmos, como as que apenas pensarmos. Precisamos com urgência recuperar a ontologia bíblica da palavra (palavra, na Bíblia, é expressão do ser). A palavra está em descrédito no Brasil. O realismo devia ser a marca dos crentes. “Seja o vosso falar SIM, SIM, não, não” (Mateus 5.37). É triste quando alguém diz de outro: “A palavra dele não se escreve”. Mais triste ainda é quando esse outro é... um membro da Igreja Batista.
3. Jesus orou por uma igreja MISSIONÁRIA (v. 18)
Você já parou para pensar por que não vamos para o céu imediatamente?
3.1. Somos enviados ao mundo
Algumas tendências escatológicas falam mais de arrebatamento e de fuga que de participação. Quando Jesus foi elevado ao céu, os discípulos ficaram olhando até que ele desaparecesse nas nuvens. Um anjo desceu do céu e perguntou: “Varões galileus, por que estais olhando para cima?...” (Atos 1.11). Tiremos os olhos das nuvens. Há muita necessidade aqui embaixo, ao nosso redor.
3.2. Somos enviados no caráter de Cristo: vivendo o que se prega
Assim o cristianismo vai sendo transmitido a outros. Veja o verso 20 (ler). Noutras palavras, Jesus orou por nós. E nós, estamos orando pelos que virão depois de nós?
Logo que ressuscitou, já no primeiro dia da semana, Jesus foi ao encontro dos discípulos e lhes disse: “Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (João 20.21).
4. Jesus orou por uma igreja UNIDA no amor (vv. 21,26)
Jesus orou pela unidade dos crentes, e não exatamente pela união das igrejas. Por quê? Porque pessoas diferentes formam igrejas diferentes, com estruturas, teologias, práticas litúrgicas e metodologias diferentes. E é bom que seja assim. Mas a despeito das diferenças, é preciso lembrar que em redor da cruz todos devem dar-se as mãos.
A unidade entre os crentes deve reproduzir um modelo: a unidade do Pai com o Filho. Ele orou: “Eu lhes dei a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um” (v. 22). A glória da igreja é a sua unidade. Não significa unidade orgânica, constitucional. É unidade análoga à que existe entre Ele (Jesus) e Deus. Essa unidade é tão íntima que é difícil separar um do outro. Até hoje os teólogos têm extrema dificuldade de explicar a “união teantrópica”, ou seja, o fato de que Jesus era, a um só tempo, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
Se Cristo orou por isso, é porque a união não é automática. É preciso trabalhar nela.
Conclusão — John Stott diz que uma igreja grande corre o risco de tornar-se agregação e não con-gregação. É o amor que marcará a diferença entre uma coisa e outra.
Alegria, sem amor, é hedonismo.
Santidade, sem amor, é legalismo.
Verdade, sem amor, é ortodoxia fria, hostil e massacrante.
Missões, sem amor, é colonialismo evangélico.
Unidade, sem amor, é tirania.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Vós,
maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a
si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5.25)
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Estudo 22 – João Soares da Fonseca
ASSIM É A IGREJA BATISTA
“Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz; 10 Vós, que em outro
tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não tínheis
alcançado misericórdia, mas agora alcançastes misericórdia”
(1Pedro 2.9,10).
Nair (nome fictício para uma pessoa real) foi criada na igreja batista. Uma antiga simpatia pelo pentecostalismo e um novo namorado, porém, levaram-na a mudar de igreja.
Num primeiro momento, era tudo muito bom. Ela transpirava emoção, e achava que a emoção era o termômetro da vida cristã. Com o passar do tempo, porém, quando a adrenalina voltou aos níveis normais, Nair foi notando coisas que não notara no início. Escola Dominical, por exemplo, em sua nova igreja, era uma tragédia. Praticamente não havia professores qualificados. Perguntou aqui, quis saber ali, e finalmente descobriu que se alguém quisesse receber instrução parecida com aquela que ela sempre recebeu na antiga igreja, teria que se matricular, pagando uma taxa, e uma mensalidade nada popular.
Outras decepções se sucederam, e Nair finalmente retornou ao ninho.
O que é uma igreja batista? Por que tem esse nome? Quando surgiu na história?
O estudo de hoje tem o propósito de capacitar você a responder a essas e outras perguntas. Com cerca de 100 milhões de membros, ligados a mais de trezentas mil comunidades locais, chamadas “igrejas batistas”, somos e tentamos ser sempre uma igreja séria. Por isso, você não precisa ter orgulho de ser batista, mas também não precisa ter vergonha disso.
1. O Princípio
“Não surgimos ao redor de uma briga por dinheiro ou de uma disputa por liderança. Surgimos ao redor de princípios. Poucos grupos têm uma história tão inspiradora e decente como a nossa. Nunca pescamos em aquário. Nunca predamos igrejas de outras denominações. Nunca entramos sorrateiramente numa igreja e fomos mudando a doutrina devagarinho, até darmos o golpe e mudarmos tudo para nosso grupo. Nunca lesamos ninguém. Sofremos com atitudes assim, mas não as praticamos” (Isaltino G. Coelho Filho).
Embora
haja quem defenda que os batistas surgiram com João Batista, Jesus e
em Jerusalém (daí ser chamada Teoria
JJJ),
e embora ainda haja quem associe os batistas com os anabatistas do
século 16, a tese mais aceita é a de que historicamente os batistas
surgiram na Inglaterra no início do século 17. A Inglaterra tinha
(como ainda tem) a sua igreja oficial, que é a Anglicana. Alguns
crentes dessa igreja sempre se sentiram desconfortáveis com o fato
de a Igreja Anglicana batizar bebês, o chamado "batismo
infantil". Por isso, procuraram se separar da Igreja, sendo
conhecidos como “Separatistas”.
Estudando a Bíblia, um separatista, médico, chamado John Smyth, viu que o batismo só deve ser administrado a pessoas que possam afirmar a sua fé. Ora, um bebê não pode fazer isso. João Batista não batizava bebês, mas adultos conscientes de seus pecados (Mateus 3.6). Algumas pessoas concordavam com Smyth, e por isso começaram a ser perseguidas pela Igreja oficial inglesa.
Procurando liberdade religiosa, liderados por Smyth e por um outro inglês, Thomas Helwys, esses crentes se mudaram para a Holanda, que não fica longe, e aí, em 1608, fundaram o que viria a ser a primeira congregação batista dos tempos modernos. Da Inglaterra, os batistas se espalharam por todo o mundo, chegando até nós no Brasil em 1871.
A quem argumente que os batistas surgiram no século 17 mas a Igreja Católica surgiu com Jesus no século I, respondemos que nossa identidade não é cronológica e, sim, doutrinária. A melhor resposta é convidar as pessoas a compararem as igrejas atuais com as do Novo Testamento. Qualquer leitor da história da igreja verá que a igreja original de Jesus se corrompeu ao ponto de se tornar irreconhecível.
Registre-se que o nome “batista” não foi uma escolha do grupo no início do movimento, mas lhes foi dado por seus inimigos, evidentemente de forma depreciativa.
2. Os Princípios
Quais os distintivos de uma igreja batista?
Seis princípios são particularmente caros aos batistas em qualquer lugar:
2.1. A autoridade das Escrituras
A Bíblia é, para nós, a única Regra de Fé e Prática. O que cremos e o que fazemos precisam estar fundamentados nas Escrituras. Porque “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; 17 Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Timóteo 3.16,17).
2.2. A competência do individuo em matéria de Fé
O homem é o sacerdote de si mesmo diante de Deus. Ele tem livre acesso a Deus, por meio do que Cristo fez por ele. “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão” (Hebreus 4.14).
Defendemos também o direito de cada indivíduo interpretar a Bíblia por si mesmo.
2.3. Liberdade de consciência
Creem os batistas que todo ser humano é livre para crer e escolher o caminho que a sua consciência desejar seguir. Com a liberdade vem junto a contrapartida da responsabilidade individual por seus atos diante de Deus e diante da sociedade.
2.4. Governo congregacional e autonomia da igreja local
Creem os batistas que o Espírito Santo fala por meio das decisões da congregação. Por isso o governo da igreja é congregacional e não por meio de um concílio de bispos. Não temos um papa nem sede internacional. Cada igreja local é livre para decidir os seus rumos, definir a sua administração e sua filosofia de trabalho. Em Atos 6, para a escolha dos primeiros diáconos, os apóstolos convocaram a “multidão dos discípulos” (Atos 6.2,3). Os pastores batistas não são proprietários das igrejas às quais servem. Eles não são ditadores, porque na democracia batista, o poder emana da congregação e em seu nome é exercido. O papel deles é de orientação e não de determinação. Aliás, a própria escolha de um pastor é feita, entre os batistas, pelos membros da igreja em eleição livre.
2.5. A força da cooperação
A autonomia de cada igreja local não suprime o espírito de cooperação. Os batistas têm na cooperação uma de suas maiores armas. O que uma igreja sozinha não consegue realizar, muitas conseguem.
2.6. Separação entre Igreja e Estado
Um dos mais importantes princípios de uma Igreja Batista é justamente a defesa de uma Igreja Livre em um Estado Democrático. Para nós, o Estado é laico. É bom lembrar que foi justamente por causa desse princípio que os primeiros batistas sofreram perseguições no seu país, a Inglaterra, e por isso se refugiaram na Holanda.
3. As Práticas
Além dos princípios, os batistas promovem certas práticas que também lhes são caras:
3.1. Batismo por opção e por imersão
O batismo é o ato livre de quem escolheu depositar a sua fé em Cristo. Resulta de escolha pessoal. Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo” (Marcos 16.16). Para ser batizado (imerso), a pessoa precisa provar que crê em Jesus como seu Salvador (Atos 8.37).
3.2. Ceia memorial
Jesus ordenou que sua igreja celebrasse a Ceia “em memória de mim”, disse ele (Lucas 22.19). Cremos que a Ceia não tem o poder de nos tornar crentes melhores. O pão e o vinho da Ceia não oferecem proteção especial à pessoa que deles participe. Ao tomar a Ceia, um batista se lembra de duas coisas: que é pecador e que Cristo morreu por ele.
3.3. Cultos com ordem
A presença do Espírito Santo não é desculpa para a desorganização. Pelo contrário, a igreja é instruída na Palavra a fazer tudo “com decência e ordem” (1Coríntios 14.40). Cultos barulhentos e tumultuados não são típicos de uma igreja neotestamentária. Os batistas seguem essa ordem.
3.4. Transparência administrativa
Por causa da autonomia da igreja local, as contas são transparentes na administração de uma igreja batista. O tesoureiro presta regularmente relatório à congregação de todas as entradas e saídas, conforme orçamento votado pela própria congregação.
3.5. Estrutura simples
O Novo Testamento ensina que a igreja tem apenas dois oficiais: o pastor e o diácono. Embora chamado alternativamente de “ancião”, “bispo” (ou presbítero) e pastor, a função pastoral é uma só: cuidar da vida espiritual do povo de Deus. Os diáconos também são escolhidos pela igreja para servi-la. Se alguém não serve para servir, não pode ser pastor nem diácono.
3.6. Educação religiosa e secular
Os batistas privilegiam a educação. No início e meados do século XX, quando o Brasil ainda afundava no analfabetismo, ao lado de cada igreja batista havia também uma escola. Para ilustrar isso, contarei a história verídica de uma criança que apresentou problemas psicológicos. Os pais imediatamente a levaram ao especialista. Quando o psicólogo soube tratar-se de família evangélica, dando vazão a um preconceito nada raro, quis logo atribuir à religião os problemas que a criança enfrentava. Exigiu ― o verbo é esse mesmo, não é pedir ― exigiu que a família levasse a ele o material didático que estava sendo utilizado na educação religiosa da criança.
Os pais atenderam prontamente. O psicólogo examinou cuidadosamente todo o material, procurando, inclusive, nas entrelinhas, mensagens que pudessem prejudicar a saúde emocional da criança.
Qual não foi a surpresa dos pais quando, no encontro seguinte quando o especialista se desfez em elogios à literatura que os batistas estavam produzindo para as crianças! E foi procurar a causa dos problemas em outras fontes.
3.7. Evangelismo e missões
Alguém já disse que quando Deus quer fazer um grande movimento evangelístico no mundo, Ele chama um batista. William Carey, considerado “o pai das missões modernas”, era batista. O maior evangelista da Inglaterra, no século 19, Charles Spurgeon, era batista. O maior evangelista do mundo, nos século 20, também era batista: Billy Graham. A maior organização missionária que envia e sustenta obreiros no mundo inteiro fica nos Estados Unidos e é batista. Isso porque os batistas amam a obra missionária, e seus corações pulsam de amor e compaixão pelos perdidos.
Conclusão — Os batistas não são adoradores do passado; como também não são meros expectadores do futuro. São, antes, agentes transformadores do presente.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
Estudando a Bíblia, um separatista, médico, chamado John Smyth, viu que o batismo só deve ser administrado a pessoas que possam afirmar a sua fé. Ora, um bebê não pode fazer isso. João Batista não batizava bebês, mas adultos conscientes de seus pecados (Mateus 3.6). Algumas pessoas concordavam com Smyth, e por isso começaram a ser perseguidas pela Igreja oficial inglesa.
Procurando liberdade religiosa, liderados por Smyth e por um outro inglês, Thomas Helwys, esses crentes se mudaram para a Holanda, que não fica longe, e aí, em 1608, fundaram o que viria a ser a primeira congregação batista dos tempos modernos. Da Inglaterra, os batistas se espalharam por todo o mundo, chegando até nós no Brasil em 1871.
A quem argumente que os batistas surgiram no século 17 mas a Igreja Católica surgiu com Jesus no século I, respondemos que nossa identidade não é cronológica e, sim, doutrinária. A melhor resposta é convidar as pessoas a compararem as igrejas atuais com as do Novo Testamento. Qualquer leitor da história da igreja verá que a igreja original de Jesus se corrompeu ao ponto de se tornar irreconhecível.
Registre-se que o nome “batista” não foi uma escolha do grupo no início do movimento, mas lhes foi dado por seus inimigos, evidentemente de forma depreciativa.
2. Os Princípios
Quais os distintivos de uma igreja batista?
Seis princípios são particularmente caros aos batistas em qualquer lugar:
2.1. A autoridade das Escrituras
A Bíblia é, para nós, a única Regra de Fé e Prática. O que cremos e o que fazemos precisam estar fundamentados nas Escrituras. Porque “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; 17 Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Timóteo 3.16,17).
2.2. A competência do individuo em matéria de Fé
O homem é o sacerdote de si mesmo diante de Deus. Ele tem livre acesso a Deus, por meio do que Cristo fez por ele. “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão” (Hebreus 4.14).
Defendemos também o direito de cada indivíduo interpretar a Bíblia por si mesmo.
2.3. Liberdade de consciência
Creem os batistas que todo ser humano é livre para crer e escolher o caminho que a sua consciência desejar seguir. Com a liberdade vem junto a contrapartida da responsabilidade individual por seus atos diante de Deus e diante da sociedade.
2.4. Governo congregacional e autonomia da igreja local
Creem os batistas que o Espírito Santo fala por meio das decisões da congregação. Por isso o governo da igreja é congregacional e não por meio de um concílio de bispos. Não temos um papa nem sede internacional. Cada igreja local é livre para decidir os seus rumos, definir a sua administração e sua filosofia de trabalho. Em Atos 6, para a escolha dos primeiros diáconos, os apóstolos convocaram a “multidão dos discípulos” (Atos 6.2,3). Os pastores batistas não são proprietários das igrejas às quais servem. Eles não são ditadores, porque na democracia batista, o poder emana da congregação e em seu nome é exercido. O papel deles é de orientação e não de determinação. Aliás, a própria escolha de um pastor é feita, entre os batistas, pelos membros da igreja em eleição livre.
2.5. A força da cooperação
A autonomia de cada igreja local não suprime o espírito de cooperação. Os batistas têm na cooperação uma de suas maiores armas. O que uma igreja sozinha não consegue realizar, muitas conseguem.
2.6. Separação entre Igreja e Estado
Um dos mais importantes princípios de uma Igreja Batista é justamente a defesa de uma Igreja Livre em um Estado Democrático. Para nós, o Estado é laico. É bom lembrar que foi justamente por causa desse princípio que os primeiros batistas sofreram perseguições no seu país, a Inglaterra, e por isso se refugiaram na Holanda.
3. As Práticas
Além dos princípios, os batistas promovem certas práticas que também lhes são caras:
3.1. Batismo por opção e por imersão
O batismo é o ato livre de quem escolheu depositar a sua fé em Cristo. Resulta de escolha pessoal. Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo” (Marcos 16.16). Para ser batizado (imerso), a pessoa precisa provar que crê em Jesus como seu Salvador (Atos 8.37).
3.2. Ceia memorial
Jesus ordenou que sua igreja celebrasse a Ceia “em memória de mim”, disse ele (Lucas 22.19). Cremos que a Ceia não tem o poder de nos tornar crentes melhores. O pão e o vinho da Ceia não oferecem proteção especial à pessoa que deles participe. Ao tomar a Ceia, um batista se lembra de duas coisas: que é pecador e que Cristo morreu por ele.
3.3. Cultos com ordem
A presença do Espírito Santo não é desculpa para a desorganização. Pelo contrário, a igreja é instruída na Palavra a fazer tudo “com decência e ordem” (1Coríntios 14.40). Cultos barulhentos e tumultuados não são típicos de uma igreja neotestamentária. Os batistas seguem essa ordem.
3.4. Transparência administrativa
Por causa da autonomia da igreja local, as contas são transparentes na administração de uma igreja batista. O tesoureiro presta regularmente relatório à congregação de todas as entradas e saídas, conforme orçamento votado pela própria congregação.
3.5. Estrutura simples
O Novo Testamento ensina que a igreja tem apenas dois oficiais: o pastor e o diácono. Embora chamado alternativamente de “ancião”, “bispo” (ou presbítero) e pastor, a função pastoral é uma só: cuidar da vida espiritual do povo de Deus. Os diáconos também são escolhidos pela igreja para servi-la. Se alguém não serve para servir, não pode ser pastor nem diácono.
3.6. Educação religiosa e secular
Os batistas privilegiam a educação. No início e meados do século XX, quando o Brasil ainda afundava no analfabetismo, ao lado de cada igreja batista havia também uma escola. Para ilustrar isso, contarei a história verídica de uma criança que apresentou problemas psicológicos. Os pais imediatamente a levaram ao especialista. Quando o psicólogo soube tratar-se de família evangélica, dando vazão a um preconceito nada raro, quis logo atribuir à religião os problemas que a criança enfrentava. Exigiu ― o verbo é esse mesmo, não é pedir ― exigiu que a família levasse a ele o material didático que estava sendo utilizado na educação religiosa da criança.
Os pais atenderam prontamente. O psicólogo examinou cuidadosamente todo o material, procurando, inclusive, nas entrelinhas, mensagens que pudessem prejudicar a saúde emocional da criança.
Qual não foi a surpresa dos pais quando, no encontro seguinte quando o especialista se desfez em elogios à literatura que os batistas estavam produzindo para as crianças! E foi procurar a causa dos problemas em outras fontes.
3.7. Evangelismo e missões
Alguém já disse que quando Deus quer fazer um grande movimento evangelístico no mundo, Ele chama um batista. William Carey, considerado “o pai das missões modernas”, era batista. O maior evangelista da Inglaterra, no século 19, Charles Spurgeon, era batista. O maior evangelista do mundo, nos século 20, também era batista: Billy Graham. A maior organização missionária que envia e sustenta obreiros no mundo inteiro fica nos Estados Unidos e é batista. Isso porque os batistas amam a obra missionária, e seus corações pulsam de amor e compaixão pelos perdidos.
Conclusão — Os batistas não são adoradores do passado; como também não são meros expectadores do futuro. São, antes, agentes transformadores do presente.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Mas
vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou
das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pedro 2.9).
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Estudo 23 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O TESTEMUNHO CRISTÃO (I) - 1Pedro 1.14-16
Em sua obra magistral Os Irmãos Karamazovi, Dostoiévski pôs na boca de seu persona gem Aliócha: “É preciso não ser como os demais (...). Seja o único a destoar do padrão comum. (...) Seja diferente dos outros, embora tenha de ficar sozinho”.
É uma perfeita descrição do crente. Ao aceitar a Cristo, abandonamos a correnteza do mundo, que arrasta a todos para o abismo da perdição. Daí…
1. Ser crente é CRER de modo diferente
1.1. O crente crê num Deus Vivo – não um deus de madeira, de pedra, mudo que nem o Cristo Redentor;
1.2. O crente crê na letalidade do pecado – sabe que pecado não é flor que se cheire;
1.3. O crente crê na suficiência de Jesus como Salvador;
1.4 O crente crê numa vida futura; ele se alimenta da esperança da vida eterna. Para ele não é “morreu, acabou”. Para ele, “o morrer é lucro” (Filipenses 1.21). A morte é vista e enfrentada sem pânico. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Coríntios 15.19).
2. Ser crente é COMUNICAR-SE de modo diferente
2.1. O crente fala a Verdade. Ele fala com o sotaque do céu, e foge da mentira, já que ele sabe quem é o pai dela (cf. João 8.44). A cruz do crente não é a sogra, o filho, o enfermo in válido... é, antes, o alto padrão de ética a que devemos nos conformar e reproduzir.
2.2. O crente fala da Verdade – Jesus é a verdade (João 14.6).
2.3. O crente fala até mesmo sem palavras.
3. Ser crente é COMPORTAR-SE de modo diferente
3.1. O crente vive como Cristo viveu, seguindo-lhe o exemplo: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1João 2.6). Pedro também alertou: “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” (1Pedro 2.21, 22). Alguém disse que há crentes-chuchu. O crente-chuchu é aquele que, como o nome sugere, não tem sabor próprio. Ele se deixa influenciar passivamente, seguindo o grupo.
3.2. O crente vive como Cristo ordenou (obediência).
3.3. O crente vive para a glória de Deus (1Coríntios 10.31).
Conclusão — A diferença tem sido a marca da sua vida?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Aquele
que diz que está nele, também deve andar como ele andou” (1João
2.6)
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Estudo 24 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O TESTEMUNHO CRISTÃO (II)
Como apresentar Jesus aos outros – Atos 2.14-24, 36-39
Há muito proveito na leitura da Bíblia. Alguns aprenderam a ler nela; outros com ela aprenderam a discursar; outros (como Napoleão) aprenderam a guerrear (observando as táticas de Josué); outros aprendem a crer, a adorar, a trabalhar, a melhorar como pessoas... enfim a lei tura da Bíblia oferece um vasto campo de oportunidades às pessoas que desejam crescer.
Hoje desejo verificar com os irmãos uma questão de metodologia de evangelização que transparece de um episódio importante. Como seria abordar as pessoas de modo a atraí-las para a fé cristã? Analisaremos o exemplo de Pedro, que estava cheio do Espírito Santo, justamente no Dia de Pentecostes, quando foi poderosamente usado por Deus.
1. Pedro partiu de uma PONTE (vv. 14-15)
Que ponte era essa? “Então Pedro se levantou, junto com os outros onze apóstolos, e em voz bem alta começou a dizer à multidão: - Meus amigos judeus e todos vocês que moram em Jerusalém, prestem atenção e escutem o que eu vou dizer! Estas pessoas não estão bêbadas, como vocês estão pensando, pois são apenas nove horas da manhã” (vv. 14,15).
Pedro aproveitou a observação do povo para introduzir o assunto. Você tem que começar como Pedro: com um ponto de contato, com algo que interesse ao ouvinte. Pode ser um problema, uma experiência, um fato recente que marcou a mídia, enfim, são as chamadas “pontes para o evangelismo”. Jesus é nosso sacerdote, e sacerdote – você sabe – em latim é pontifex, ou seja, construtor de pontes.
Ore a Deus pedindo sabedoria, e fique atento às situações que o Espírito Santo vai colocar diante de você. Peça a ele que abra os seus olhos para ver as pontes que ele está construindo à sua volta. E enquanto vai ouvindo a pessoa falar, procure identificar as pontes.
2. Pedro proclamou a PALAVRA
“O que, de fato, está acontecendo é o que o profeta Joel disse...” (v. 16). Pedro não falou de si; não enfatizou o que ele pensava. Ele ancorou sua mensagem na Bíblia. Quando fazemos isso, mostramos que as ideias não são nossas, mas de Deus. Apresente a Bíblia, sem medo. “Ela não voltará vazia”, diz o Senhor Isaías 55.11). Use a Bíblia ao evangelizar alguém. Seja ela em forma escrita, falada (em CDs), seja em forma de música...
3. Pedro falou de uma PESSOA
Que pessoa era essa? Resposta nos vv. 22-24: “Pedro continuou: - Homens de Israel, escutem o que eu vou dizer. Deus mostrou a vocês que Jesus de Nazaré era um homem aprovado por ele. Pois, por meio de Jesus, Deus fez milagres, maravilhas e coisas extraordinárias no meio de vocês, como vocês sabem muito bem. Deus, por sua própria vontade e sabedoria, já havia resolvido que Jesus seria entregue nas mãos de vocês. E vocês mesmos o mataram por mãos de homens maus, que o crucificaram. Mas Deus ressuscitou Jesus, livrando-o do poder da morte, porque não era possível que a morte o dominasse” (vv. 22-24).
3.1. Pedro falou de Jesus, de modo completo
Falou de sua cidade (Nazaré), de sua vida (aprovada por Deus), de seus milagres, de sua morte e de sua ressurreição. Pedro não falou de Maria, não de si mesmo, não falou mal dos fariseus... menos ainda dos romanos. O centro da pregação cristã é Cristo. Por mais redundante que pareça. Em resumo, Pedro contou a história de Jesus. E evangelizar é justamente isso: contar a história de Jesus. Nada de falar mal de outras igrejas, de pastores, do Papa... fale de Jesus.
3.2. Pedro falou de Jesus, de modo claro
“E Pedro disse mais isto: - Meus irmãos, eu preciso falar claramente com vocês a respeito...” (v. 29). Falar claramente, eis o maior desafio aos comunicadores evangélicos de todos os tempos!
4. Pedro pediu um PASSO (vv. 38-39)
Ele não encerrou o assunto, sem pedir uma decisão pessoal da parte de seus ouvintes. “Pedro respondeu: - Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cris to para que os seus pecados sejam perdoados, e vocês receberão de Deus o Espírito Santo. Pois essa promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, isto é, para to dos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar” (vv. 38, 39).
Jesus não nos convida para um piquenique. Ele quer compromisso! E Pedro deixou isso bem evidente. Pedro pediu uma decisão subjetiva (arrependam-se) e objetiva (seja batizado). Já encontrei alguns irmãos tentando evangelizar, mas deixando a conversa morrer antes de uma chamada à decisão. Faltou algo como “Você não quer neste momento receber a Cristo como seu Salvador?” Se ele disser que não quer, o problema agora é dele com Deus.
Aliás, aqui neste grupo hoje, há alguém que ainda não deu esse passo? Se há, o dia é este, a hora é agora.
Conclusão — Deixe-me terminar, tentando imitar a Pedro:
(1) Meu amigo, você veio hoje a este culto (é a ponte); isso quer dizer que você reverencia a Deus, que você tem um alto conceito da Divindade.
(2) Mas a Bíblia diz (2º. Ponto) que até os demônios creem em Deus e estremecem diante dele. É preciso algo mais que reverenciar ou crer intelectualmente em Deus. É preciso receber a Cristo como Salvador.
(3) Jesus Cristo, o filho de Deus, veio, viveu e venceu a morte para dar a você a vida eterna (3º. Ponto).
(4) Mas você pode ouvir tudo isso, dar as costas a Deus e ir embora para a sua perdição. Ou você pode ouvir, abrir o coração e convidar Jesus para entrar em sua vida. “Você não quer neste momento receber a Cristo como seu Salvador?”
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Vinde
a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”
(Mateus 11.28).
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Estudo 25 - João Soares da Fonseca
ASSIM É O TESTEMUNHO CRISTÃO (III) – A ponte da fé
(Reescrito
como resumo do livro "Ponte da Fé", de Bobby H. Welch,
Doug Williams e David Apple. Rio: Junta de Missões Nacionais, 2009)
Aborda-se a pessoa que se deseja evangelizar com a seguinte pergunta: “Em sua opinião, o que uma pessoa deve fazer para ir para o céu?”
Feita a pergunta, deixe que a pessoa fale à vontade, mesmo as piores heresias. Você ou virá respostas como “produzir boas obras”, “fazer o bem”, “não desejar o mal a ninguém” etc. É importante não interromper, nem tentar corrigir o que a pessoa estiver dizendo, pela razão abaixo.
Depois que ela terminar, você pode dizer algo como: “Posso agora compartilhar com você o que a Bíblia diz sobre isso?”
Se ela responder NÃO, agradeça a atenção e vá embora. Sem trauma. Ninguém deve ouvir a Palavra de Deus, se não a desejar. Jesus disse aos discípulos quando os enviou a pregar o evangelho: “Quem vos ouve, ouve a mim; e quem vos rejeita, rejeita a mim; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lucas 10.16).
Se, porém, o entrevistado responder SIM, comece a apresentar, com suas palavras, confiante e pausadamente, a PONTE da fé (o plano de salvação).
Enquanto você estiver falando, se a pessoa tentar interromper, você dirá com toda a gentileza possível: “Olhe, você falou, e eu ouvi, não foi? Então agora, peço que me deixe terminar, está bem assim?”
O que a Bíblia diz sobre isso pode ser resumido com a palavra PONTE (soletre a pala vra, apontando para um dedo diferente de sua mão):
P de PERDÃO
Não podemos entrar no Céu sem o perdão de Deus: “Em quem [Jesus] temos a redenção pelo seu sangue, a remissão [o perdão] dos nossos pecados” (Efésios 1.7ª).
O de OPORTUNIDADE
Todos têm a mesma oportunidade de serem perdoados – João 3.16 (recitar). Mas isso não é automaticamente de todos. Jesus advertiu: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus” (Mateus 7.21ª).
N de NUNCA
Deus nunca irá permitir que o pecado entre no Céu. Deus é amor, mas também é justiça: “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra...” (Eclesiastes 12.14). Além disso, o homem é pecador: “Porque todos pecaram, e separados estão da glória de Deus” (Romanos 3.23).
Pergunta importante: Mas como uma pessoa pecadora pode entrar no Céu, onde Deus não permite que entre pecado? A resposta é a letra T.
T de TORNAR
Ou VOLTAR atrás, que é o que significa arrepender-se. Jesus disse: “Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lucas 13.3). Arrepender-se significa mudar de rumo e confiar somente em Cristo: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16.31). “Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Salvador, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10.9). E finalmente, a letra E.
E de ETERNIDADE
Significa vida eterna no céu. Mas já começa aqui na terra. Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com qualidade” (João 10.10b). Essa vida começa aqui e continua depois da morte: “E se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim, para que onde eu estiver, estejais vós também” (João 14.3).
Perguntas finais
Como é que uma pessoa pode ter o perdão de Deus, o céu e a vida eterna?
RESPOSTA: Entregando sua vida a Jesus.
Você deseja fazer isso agora? Você quer receber, neste exato momento, o perdão de Deus?
Se a pessoa disser SIM, peça que ela ore (mas provavelmente ela não saberá fazer isso). Então, peça que ela repita depois de você, mas com sinceridade:
“Ó
Deus, eu creio que teu Filho Jesus morreu na cruz por mim. Creio
que Ele ressurgiu dos mortos e agora está vivo. Por isso, peço
que me salves neste momento. Peço que perdoes e apagues todos
os meus pecados. Faze de mim uma nova pessoa. Em nome de
Jesus, amém!”
Parabenize-a
pela decisão e termine o encontro, convidando-a a participar da
Escola Dominical, todos os domingos, às 8h45 em nossa igreja. Diga
que isto é importante, porque agora quem está dirigindo a vida dela
é Jesus, e ele disse: “Quem é de Deus ouve a palavra de Deus...”
(João 8.47). Diga que você vai aguardá-la com muita ansiedade e
alegria.
Lembre-se: nossa tarefa não é converter. Só o Espírito Santo pode fazer isso. Mas Ele o faz, usando você e a Palavra. O Senhor disse: “...estou atento para que a minha palavra se cumpra” (Jeremias 1.12).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
Lembre-se: nossa tarefa não é converter. Só o Espírito Santo pode fazer isso. Mas Ele o faz, usando você e a Palavra. O Senhor disse: “...estou atento para que a minha palavra se cumpra” (Jeremias 1.12).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Porque,
assim como desce a chuva e a neve dos céus, e para lá não tornam,
mas regam a terra, e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao
semeador, e pão ao que come, as sim será a minha palavra, que sair
da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me
apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” (Isaías 55.10,11).
Que
Deus o abençoe neste ministério!
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Estudo 26 - João Soares da Fonseca
ASSIM É A ORAÇÃO
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Estudo 26 - João Soares da Fonseca
ASSIM É A ORAÇÃO
“E
se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e
buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu
ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua
terra” (2Crônicas 7.14).
A
ciência descobriu há poucos anos o que a Bíblia já ensinava há
muitos séculos: que orar faz bem à saúde, que a piedade é um
“santo” remédio.
“A revista Istoé, de 21-02-1996 noticiou que no final da reunião anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência ocorrida em Baltimore, cientistas de todo o País apresentaram 212 estudos e projetos de pesquisas. A surpresa foi que 75% desses trabalhos científicos enfatizaram a importância da religião para a saúde física e mental das pessoas. Uma outra conclusão dos pesquisadores demonstrou que orar em grupo alivia a tensão do dia a dia e combate o estresse” (In: Revista JUERP, no. 17, abril-junho, 1996, p. 8).
Você
anda estressado? Há
um adesivo em automóveis perguntando isso: “Tá estressado?” E
em seguida, a solução apontada pelo adesivo: Vá pescar”. Pescar
pode ser boa terapia, mas não funcionou comigo. Saí ainda mais
estressado da beira do Rio Doce, porque o peixe comia a minha isca, e
eu nem percebia. Creio que a Palavra de Deus tem remédio melhor: vá
orar!
Nosso texto diz: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face...”.
1. A oração é consequência da humilhação
O povo de Deus, que se chama pelo nome de Deus, há de ser um povo humilde. Significa dizer que é um povo formado de pessoas que reconhecem a sua insignificância moral e espiritual, que baixaram a bola diante do Deus Eterno e admitiram a sua falência.
Qual a consequência imediata dessa atitude? Ao constatar a sua miséria, o povo de Deus não vê outra saída senão suplicar misericórdia.
O ameaçado pede socorro;
o caído pede ajuda;
o doente pede cura;
o abandonado pede inclusão;
o injustiçado pede justiça;
o desempregado pede trabalho;
o triste pede alegria;
o desanimado pede entusiasmo;
o tentado pede força;
o faminto pede pão...
A oração é o apelo da humanidade impotente dirigido ao Todo-poderoso.
De modo que a oração é um desdobramento da nossa atitude de humilhação diante de Deus.Você sabia que o orgulhoso não ora? Foi por isso que Jesus contou aquela estranha história de um homem pretensamente religioso que se julgava excepcionalmente justo e que subiu ao templo para orar. Passemos o microfone a Jesus para que ele mesmo nos conte essa história:
Nosso texto diz: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face...”.
1. A oração é consequência da humilhação
O povo de Deus, que se chama pelo nome de Deus, há de ser um povo humilde. Significa dizer que é um povo formado de pessoas que reconhecem a sua insignificância moral e espiritual, que baixaram a bola diante do Deus Eterno e admitiram a sua falência.
Qual a consequência imediata dessa atitude? Ao constatar a sua miséria, o povo de Deus não vê outra saída senão suplicar misericórdia.
O ameaçado pede socorro;
o caído pede ajuda;
o doente pede cura;
o abandonado pede inclusão;
o injustiçado pede justiça;
o desempregado pede trabalho;
o triste pede alegria;
o desanimado pede entusiasmo;
o tentado pede força;
o faminto pede pão...
A oração é o apelo da humanidade impotente dirigido ao Todo-poderoso.
De modo que a oração é um desdobramento da nossa atitude de humilhação diante de Deus.Você sabia que o orgulhoso não ora? Foi por isso que Jesus contou aquela estranha história de um homem pretensamente religioso que se julgava excepcionalmente justo e que subiu ao templo para orar. Passemos o microfone a Jesus para que ele mesmo nos conte essa história:
“Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fari seu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publica no, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lucas 18.10-13).
Creio
que Jesus quis mostrar justamente a contradição de um homem tão
orgulhoso ir ao templo para... orar. A verdade é que com essa
atitude ele não consegue orar: simplesmente faz um discurso em
louvor próprio. E Jesus conclui a história dizendo que aquele homem
voltou para casa em estado de miséria ainda maior. Lemos no verso
14: “Digo-vos
que este [o publicano que se humilhou] desceu justificado para sua
casa, e não aquele [o orgulhoso]; porque qualquer que a si mesmo se
exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será
exaltado”.
2. A oração é consequência da nossa fé na soberania de Deus
Quem ora está dizendo: “Eu não posso, mas meu Deus pode”. Como registrou Isaías: “...agindo eu, quem o impedirá?” Isaías 43.13). Voltemos a Jesus. Quando o moço rico, também orgulhoso de sua ficha religiosa, retirou-se triste, em vez de deixar tudo e seguir a Cristo, os discípulos ficaram assustados. E Jesus arrematou: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Marcos 10.25). Eles devem ter-se entreolha do ainda mais assustados, porque logo em seguida, diz o evangelho, “...eles se admiravam ainda mais, dizendo entre si: Quem poderá, pois, salvar-se?” (Marcos 10.26). Humanamente falando, o desapontamento dos discípulos é cabível e compreensível. Pense bem no que eles acabaram de ouvir: se é mais fácil um mamífero de proporções descomunais, como é o camelo, passar pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus, nós também menearíamos a cabeça em desalento, deduzindo: “Desse jeito, então, lamento mas ninguém será salvo”. Graças a Deus, porém, o Mestre se encarrega de imediato de desconstruir essa conclusão: “...Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis” (Marcos 10.27).
3. Nossas orações deveriam ser organizadas pelos parâmetros de Deus
O povo que se chama pelo nome de Deus deveria ser conhecido como um povo de oração. Mais do que cantar, pregar, visitar, ensinar, ajudar (todas elas atividades que só fazem bem à alma), nossa principal atividade deveria ser... a oração. Como já disse alguém: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”.
E, segundo a Palavra de Deus, como deve ser a oração? Eis alguns traços básicos para os quais devemos dar atenção:
3.1. Nossas orações deveriam ser ESPIRITUAIS
Parece óbvio dizer isso, mas a oração devia ser mais espiritual que material. Lembra de Ana pedindo a Deus um filho? Não pediu a bênção para desfrutar dela egoisticamente. Antes, prometeu a Deus que se tivesse um filho, que o daria ao Senhor “por todos os dias de sua vida” (1Samuel 1.11). Quando oramos, Deus analisa os nossos motivos. Por que estaríamos pedindo o que estamos pedindo? Tiago exorta: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tiago 4.3). Devemos pedir algo que, uma vez atendido, possa contribuir para maior divulgação da glória de Deus.
Correndo o risco de ser mal interpretado, gostaria de desafiar cada irmão aqui a orar MENOS por seus problemas pessoais, notadamente os de cunho material e a orar MAIS por seu crescimento espiritual, por seu relacionamento com os irmãos, peça paciência, humildade, compreensão, tolerância, amor fraternal, amor aos perdidos, coragem para testemunhar... Há mais de meio século frequentando igreja todos os domingos, nunca ouvi alguém orar assim: “Ó Deus, aumenta em mim o desejo de contribuir mais financeiramente para a tua obra”.
Através da oração, Deus abre portas que jamais pensávamos poderiam ser abertas. Jeremias estava preso quando o Senhor lhe deu a instrução de clamar (Jeremias 33.3). Deus lhe revelaria “coisas grandes e firmes [ou “ocultas”, RAB], que [ainda] não sabes”.
3.2. Nossas orações deveriam ser INTERCESSÓRIAS
A Palavra de Deus e a experiência de homens que andam com ele nos ensinam que a oração intercessória (o orar por alguém) é a mais elevada expressão de amor que alguém nutra por uma causa ou por outra pessoa. Veja o exemplo de Jó: “E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía” (Jó 42.10).
Observemos isso, irmãos: SEMPRE que A intercede por B, ocorre que A também acaba sendo abençoado. É uma espécie de prêmio que Deus concede ao intercessor: o ser beneficiado juntamente com o objeto de sua intercessão.
Pedro estava na prisão por ordem do rei, e já agendado para morrer no dia seguinte. Mas “a igreja fazia contínua oração por ele a Deus” (Atos 12.5). Pedro não morreu no dia seguinte e ainda foi beneficiado com a liberdade. A igreja também ganhou, porque Pedro foi de enorme importância na evangelização de Jerusalém e arredores naqueles dias dos primeiros passos da igreja.
3.3. Nossas orações deveriam ser INCESSANTES
Paulo escreveu aos romanos: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração” (Romanos 12.12). E aos tessalonicenses: “Orai sem cessar” (1Tessalonicenses 5.17). Geral mente, quando a oração é interesseira, egoísta e material, ela é apenas esporádica, como se se seguisse a fórmula: oro... nada acontece... logo desisto. Charles G. Finney esclarecia o seu auditório: “Orei a noite toda, não porque Deus estivesse relutante em me ouvir, mas porque eu tinha que preparar meu coração para ouvir o que Deus tinha a me dizer”. George Mueller, outro guerreiro da oração, disse: “Vivo no espírito de oração. Oro enquanto eu ando, quando me deito e quando me levanto. E as respostas estão sempre chegando”.
Conclusão — Se os muitos exemplos de oração, tanto bíblicos quanto extrabíblicos, não são suficientes para nos motivar a orar, que o seja então o exemplo deixado por nosso Salvador. Dele o evangelista registrou: “De madrugada ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava” (Marcos 1.35). A importância que Jesus deu à oração é evidente no fato de que o livro de Lucas registra Jesus orando sete vezes. Se Jesus orou tanto, por que devo me contentar em orar tão pouco?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
2. A oração é consequência da nossa fé na soberania de Deus
Quem ora está dizendo: “Eu não posso, mas meu Deus pode”. Como registrou Isaías: “...agindo eu, quem o impedirá?” Isaías 43.13). Voltemos a Jesus. Quando o moço rico, também orgulhoso de sua ficha religiosa, retirou-se triste, em vez de deixar tudo e seguir a Cristo, os discípulos ficaram assustados. E Jesus arrematou: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Marcos 10.25). Eles devem ter-se entreolha do ainda mais assustados, porque logo em seguida, diz o evangelho, “...eles se admiravam ainda mais, dizendo entre si: Quem poderá, pois, salvar-se?” (Marcos 10.26). Humanamente falando, o desapontamento dos discípulos é cabível e compreensível. Pense bem no que eles acabaram de ouvir: se é mais fácil um mamífero de proporções descomunais, como é o camelo, passar pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus, nós também menearíamos a cabeça em desalento, deduzindo: “Desse jeito, então, lamento mas ninguém será salvo”. Graças a Deus, porém, o Mestre se encarrega de imediato de desconstruir essa conclusão: “...Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis” (Marcos 10.27).
3. Nossas orações deveriam ser organizadas pelos parâmetros de Deus
O povo que se chama pelo nome de Deus deveria ser conhecido como um povo de oração. Mais do que cantar, pregar, visitar, ensinar, ajudar (todas elas atividades que só fazem bem à alma), nossa principal atividade deveria ser... a oração. Como já disse alguém: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”.
E, segundo a Palavra de Deus, como deve ser a oração? Eis alguns traços básicos para os quais devemos dar atenção:
3.1. Nossas orações deveriam ser ESPIRITUAIS
Parece óbvio dizer isso, mas a oração devia ser mais espiritual que material. Lembra de Ana pedindo a Deus um filho? Não pediu a bênção para desfrutar dela egoisticamente. Antes, prometeu a Deus que se tivesse um filho, que o daria ao Senhor “por todos os dias de sua vida” (1Samuel 1.11). Quando oramos, Deus analisa os nossos motivos. Por que estaríamos pedindo o que estamos pedindo? Tiago exorta: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tiago 4.3). Devemos pedir algo que, uma vez atendido, possa contribuir para maior divulgação da glória de Deus.
Correndo o risco de ser mal interpretado, gostaria de desafiar cada irmão aqui a orar MENOS por seus problemas pessoais, notadamente os de cunho material e a orar MAIS por seu crescimento espiritual, por seu relacionamento com os irmãos, peça paciência, humildade, compreensão, tolerância, amor fraternal, amor aos perdidos, coragem para testemunhar... Há mais de meio século frequentando igreja todos os domingos, nunca ouvi alguém orar assim: “Ó Deus, aumenta em mim o desejo de contribuir mais financeiramente para a tua obra”.
Através da oração, Deus abre portas que jamais pensávamos poderiam ser abertas. Jeremias estava preso quando o Senhor lhe deu a instrução de clamar (Jeremias 33.3). Deus lhe revelaria “coisas grandes e firmes [ou “ocultas”, RAB], que [ainda] não sabes”.
3.2. Nossas orações deveriam ser INTERCESSÓRIAS
A Palavra de Deus e a experiência de homens que andam com ele nos ensinam que a oração intercessória (o orar por alguém) é a mais elevada expressão de amor que alguém nutra por uma causa ou por outra pessoa. Veja o exemplo de Jó: “E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía” (Jó 42.10).
Observemos isso, irmãos: SEMPRE que A intercede por B, ocorre que A também acaba sendo abençoado. É uma espécie de prêmio que Deus concede ao intercessor: o ser beneficiado juntamente com o objeto de sua intercessão.
Pedro estava na prisão por ordem do rei, e já agendado para morrer no dia seguinte. Mas “a igreja fazia contínua oração por ele a Deus” (Atos 12.5). Pedro não morreu no dia seguinte e ainda foi beneficiado com a liberdade. A igreja também ganhou, porque Pedro foi de enorme importância na evangelização de Jerusalém e arredores naqueles dias dos primeiros passos da igreja.
3.3. Nossas orações deveriam ser INCESSANTES
Paulo escreveu aos romanos: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração” (Romanos 12.12). E aos tessalonicenses: “Orai sem cessar” (1Tessalonicenses 5.17). Geral mente, quando a oração é interesseira, egoísta e material, ela é apenas esporádica, como se se seguisse a fórmula: oro... nada acontece... logo desisto. Charles G. Finney esclarecia o seu auditório: “Orei a noite toda, não porque Deus estivesse relutante em me ouvir, mas porque eu tinha que preparar meu coração para ouvir o que Deus tinha a me dizer”. George Mueller, outro guerreiro da oração, disse: “Vivo no espírito de oração. Oro enquanto eu ando, quando me deito e quando me levanto. E as respostas estão sempre chegando”.
Conclusão — Se os muitos exemplos de oração, tanto bíblicos quanto extrabíblicos, não são suficientes para nos motivar a orar, que o seja então o exemplo deixado por nosso Salvador. Dele o evangelista registrou: “De madrugada ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava” (Marcos 1.35). A importância que Jesus deu à oração é evidente no fato de que o livro de Lucas registra Jesus orando sete vezes. Se Jesus orou tanto, por que devo me contentar em orar tão pouco?
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Clama
a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes,
que não sabes” (Jeremias 33.3).
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Estudo 27 – João Soares da Fonseca
ASSIM SÃO AS ORDENANÇAS (I)
Testemunhando Através do Batismo – Mateus 28.19-20
De brincadeira, alguém se referiu a uma placa interessante nos Estados Unidos, que dizia: “Estacionamento exclusivo para membros da Primeira Igreja Batista. Quem não obedecer será batizado!”.
Por que os batistas têm esse nome? Porque eles fazem questão de batizar apenas aqueles que podem afirmar que tiveram uma experiência de conversão.
1. Por que ser batizado?
1.1. Porque Jesus aprovou o batismo
Ele mesmo deixou-se batizar por João Batista (Mateus 3.13-17). Ao ser batizado, Jesus confirmou o ministério de João Batista e aprovou o batismo.
1.2. Porque Jesus ordenou o batismo dos novos discípulos (Mateus 28.19-20)
Os discípulos pregariam o evangelho, quem cresse deveria ser batizado, como Jesus foi.
1.3. Porque o batismo é a porta de entrada na Igreja
Ouça Martinho Lutero, que em Catecismo Menor (1529), perguntava: “O que o batismo faz?” A criança deveria responder: “Opera a remissão dos pecados, livra da morte e do Diabo e dá salvação eterna a quantos creem, conforme dizem as palavras e promessas de Deus”.
Então o batismo salva? Há base bíblica para isso? Não. O batismo não salva, mas a primeira coisa que o salvo quer fazer é ser batizado. Não há outra porta.
2. Como deve o crente ser batizado?
Por imersão. Até porque a palavra “batismo” vem do grego e quer dizer imersão, ou mergulho. E muitos evangélicos hoje batizam como os batistas. Mas o que hoje nos parece óbvio já deu motivo para alguém ser até mesmo executado. Onde você estava no dia 05 de janeiro de 1527? Claro, em lugar algum. Nesse dia, houve uma tragédia na Suíça. O reformador anabatista suíço Felix Manz, amigo de Conrado Grebel, foi criminosamente afogado no rio Limmat, que corta a cidade de Zurique, “sob a acusação de que desobedecera às determinações do Conselho da cidade”, cf. Reis Pereira. “Pela água pecaste, pela água morrerás”, foi sua sentença por pregar a necessidade do batismo de adultos. É o primeiro protestante martirizado por outros protestantes. Depois, o corpo foi queimado, e as cinzas lançadas no rio.
Um ano depois, no dia 10 de março de 1528, em presença de milhares de espectadores curiosos, Baltasar Hubmaier, acusado de heresia por Zuínglio ao defender o batismo por imersão e apenas para os que creem, foi queimado na fogueira em Viena, depois de algum tempo na masmorra do Castelo de Gritenstein.
Oito anos depois, no dia 25-02-1536, outro pastor anabatista, Jakob Hutter, foi torturado, açoitado e afundado em água gelada, para ridicularizar-se o batismo. Depois, seu corpo foi encharcado de aguardente e queimado. Era ordem do Rei Ferdinando.
Qual a forma correta do batismo? Será por imersão ou aspersão?
O Novo Testamento não discute se o batismo é por imersão ou por aspersão. E por que não discute? Porque a palavra grega para batismo é a palavra “imersão”. Quando um grego que está na praia diz que vai dar um mergulho, em sua língua ele diz: “Vou me batizar”. Porque na sua língua, a mesma em que o Novo Testamento foi escrito, “baptizo” quer dizer “afundar”, ou “mergulhar na água”, e não borrifar, e não respingar, e não derramar na cabeça.
Em João 3.24 lemos: “João [Batista, ou 'o batizador'] estava também batizando em Enom, perto de Salim, porque havia ali muitas águas” (João 3.24). Ora, por que haveria necessidade de tanta água, se o batismo fosse o ato de derramar apenas algumas gotas d'água na cabeça de alguém?
Lembremos ainda que Filipe evangelizou e batizou o eunuco na estrada de Jerusalém para Gaza (Atos 8). Diz o texto: “Então ele [o eunuco] mandou parar a carruagem, e desceram ambos à água, tanto Filipe quanto o eunuco, e Filipe o batizou. 8.39 Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe. O eunuco não mais o viu e, alegre, seguiu o seu caminho” (Atos 8.38-39). Por que desceram ambos à água, se o ato fosse aspersão? Como disse alguém, “Se o batismo pudesse ser administrado por aspersão, por que não pegaram um pouco de água de sua própria botija, pois, como alguém como o Mordomo-Mor de uma rainha iria viajar sem um pouco de água para beber? Acontece que num copo ou numa botija não dá para mergulhar o corpo de uma pessoa" (Gilberto Stefano).
Ainda uma observação de natureza histórica: “A igreja Primitiva não batizou por aspersão, e mesmo a igreja Católica, por 1200 anos, continuou a batizar por imersão até mudá-la em definitivo no século treze para a aspersão” (Gilberto Stefano, www.palavraprudente.com.br).
Um dicionário não religioso diz: “No início do cristianismo, [batistério era] um pequeno edifício onde se realizavam batismos por imersão. Tinha a forma redonda ou poligonal e um domo. As pessoas que iam ser batizadas desciam para uma espécie de pequena piscina no centro do prédio. Na Idade Média, a Igreja Católica Romana deixou de batizar por imersão e interrompeu a construção de batistérios. Ravena, Florença e Pisa, na Itália, possuem batistérios famosos” (www.dicio.com.br/batisterio/). Ou seja, até o ano de 1210 a própria Igreja Católica costumava batizar por imersão. Mas a partir desse ano, o Concílio de Ravena determinou a adoção oficial da aspersão.
E os bebês? Devemos batizá-los ou não? Jesus disse: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Marcos 16.16). Então agora você sabe explicar por que não batizamos bebês. Eles não têm consciência para tomar decisões, portanto, não têm idade para crer.
É favor, porém, não confundir batismo infantil com batismo de menores de idade. O missionário W. C. Taylor disse: “Assisti à escolha de 41 missionários da Junta de Richmond. Somente um se convertera com mais de treze anos”.
Será que um crente deve sair por aí batizando? Não; o batismo é um ato realizado pela igreja de Cristo para isso reunida. É por isso que as pessoas a serem batizadas devem ser ouvidas pela igreja em “profissão de fé”.
3. Quando deve alguém ser batizado?
Quando confessa que Jesus é o Senhor de sua vida. Quando não deseja mais viver para o mundo, mas para a glória de Deus. Jesus é o próprio critério para sabermos se uma pessoa deve ou não ser batizada (como no caso de Filipe e o eunuco).
O batismo é um testemunho público do poder transformador do evangelho. É o sinal de identificação com o Senhor da nova vida, Jesus Cristo. Paulo usa o simbolismo do batismo para lembrar que morremos para o mundo. Diz ele: “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Romanos 6.4).
Watchman Nee, um pastor chinês, escreveu:
“Na
China, uma mulher perdeu o marido; mas tendo sofrido um desarranjo
mental pela perda sofrida, recusou-se redondamente a deixá-lo
sepultar. Dias após dia, durante duas semanas, ele ficou em casa. —
Não — dizia ela — ele não está morto; falo com ele todas as
noites. Ela não estava desejosa de sepultá-lo porque, pobre mulher,
não acreditava que ele estivesse morto.
Quando
é que estamos prontos a sepultar os nossos queridos? Apenas quando
estamos absolutamente certos de que eles faleceram. Enquanto restar a
mais tênue esperança de que estejam vivos, nunca quereremos
sepultá-los.
Quando
é que eu peço o batismo? Quando vejo que o caminho de Deus é
perfeito e que mereço morrer, e quando estou verdadeiramente
persuadido de que perante Deus estou real mente morto, então peço o
batismo” (NEE, Watchman. A
vida cristã normal.
Belo Horizonte: Editora Betânia, p. 90).
Conclusão — Você
já creu em Cristo como seu Salvador? Já obedeceu a Ele sendo
batizado? Se não, da próxima vez que esta igreja efetuar batismos,
que você esteja entre os candidatos.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“De
sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai,
assim andemos nós também em novidade de vida” (Romanos 6.4).
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Estudo 28 - João Soares da Fonseca
ASSIM SÃO AS ORDENANÇAS (II)
Celebrando a Ceia do Senhor – 1Coríntios 11.23-29
Todo primeiro domingo de cada mês em nossa igreja, celebramos a Ceia do Senhor, no culto da manhã. Nosso estudo hoje,em forma de perguntas e respostas, nos ajudará a entender por que fazemos isso.
1. Quem inventou a Ceia?
Resposta: A ceia é do Senhor. É criação dele. Há algumas igrejas hoje desprezando a importância da Ceia, como se ela fosse um dos "rudimentos da doutrina" (Hebreus 6.1). A isso respondemos com as palavras com que Paulo escreveu aos coríntios: “...o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e disse: (...) Fazei isto...”. Observe que Jesus mandou: Fazei. Portanto, quando fazemos isso, estamos obedecendo ao Senhor.
2. O que simbolizam o pão e o vinho?
Resposta nos versos 24-25:
“E,
tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu
corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo:
Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as
vezes que beberdes, em memória de mim”.
Observe
a expressão “Este cálice é o novo testamento no meu sangue...”.
Que significam estas palavras? A palavra “testamento”
aqui é a mesma para Pacto, Concerto,
Aliança.
No Antigo Testamento, Deus fez uma aliança com Abraão, renovada com
Israel. Com essa aliança, Ele prometia enviar um Salvador. No Novo
Testamento, o Salvador já veio: é Jesus, que com seu sangue,
inaugura a nova Aliança. A Ceia lembra e celebra essa nova
aliança.
3. Quem deve participar da Ceia?
Resposta: O salvo. O salvo batizado. O salvo batizado, que esteja em comunhão com a Igreja. Em geral, as igrejas fazem diferença entre:
3. Quem deve participar da Ceia?
Resposta: O salvo. O salvo batizado. O salvo batizado, que esteja em comunhão com a Igreja. Em geral, as igrejas fazem diferença entre:
(a)
Ceia livre: aquela de que todos participam, independentemente da
igreja a que pertençam.
(b) Ceia restrita: praticada pela maioria das igrejas batistas no Brasil, isto é, aquela de que participam os membros da mesma fé e ordem, independentemente do local.
(c) Ceia Ultra-Restrita, de que só participam os membros da igreja local, nenhum visitante é convidado, mesmo que seja de outra igreja batista.
4. Que significa dizer que a Ceia é um “memorial”?
4.1. Significa que não é sacramental
Sacramental é algo que confere graça, que faz a pessoa espiritualmente melhor. Ninguém se torna melhor cristão porque participou da Ceia.
4.2. Significa que não é mágica
Os batistas não creem na chamada transubstanciação (que crê que o pão se transforma, de fato, no corpo de Jesus), ensinada no catolicismo, nem na consubstanciação (que crê que Jesus se faz presente com a substância pão), ensinada no luteranismo, nem mesmo a presença mística, defendida por outros irmãos. Para nós, a Ceia é apenas isso: memorial. Ela aponta para Jesus. Ela realça a cruz, o sofrimento, o corpo esmagado, o sangue vertido.
5. Como devemos participar da Ceia?
5.1. Com a igreja reunida – À semelhança do batismo, a Ceia é um ato da igreja reunida; não se celebra a Ceia com um grupinho de irmãos num acampamento, nem um grupo coral, nem nos lares. A Ceia não é levada aos enfermos, a não ser que toda a igreja fosse à casa do enfermo ou ao hospital para celebrá-la. Deve ser evitado tudo que banalize ou exagere o simbolismo da Ceia.
5.2. Com a prática do autoexame. Cada crente deve examinar-se, antes de participar (v. 28). Não se trata de examinar a vida alheia, mas a própria.
5.3. “Com decência e ordem”, sabendo que estamos na presença do Deus Vivo.
Conclusão — Concluo com uma advertência. Embora seja apenas memorial, a Ceia deve ser levada a sério. Participar dela sem atender aos requisitos que o Senhor mesmo estipulou é atrair a ira de Deus (v. 29).
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice” (1Coríntios 11.28).
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Estudo 29 - João Soares da Fonseca
ASSIM SE SUSTENTA A OBRA DE DEUS (I)
Seis Razões Equivocadas Para Contribuir
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2Coríntios 9.7).
Guardei
comigo por muito tempo um recorte de uma publicação que era
distribuída no Rio de Janeiro entre os evangélicos, chamada Página
Azul -- Guia de Serviços Cristãos,
no. 1, de 1995. O artigo enumerava 101
razões por
que você deve “dar dinheiro à igreja”, como resultado de uma
pesquisa feita em uma “determinada comunidade cristã”, sem
especificar o lugar. A fonte também não é fornecida, constando
apenas a palavra “Extraído”, que ajuda muito, não é?
Algumas razões são óbvias e bíblicas. Mas algumas, precisamente seis, nos chamaram a atenção. Por isso as examinaremos mais de perto. Vou enunciá-las, e vocês me digam se são Verdadeiras ou Falsas (V ou F):
1. Devemos dar dinheiro à igreja “para merecer o Paraíso” (V ou F?)
“Na Bíblia, há 3.225 citações ao dinheiro e às questões financeiras”, mas em nenhum lugar se insinua que devemos contribuir “para merecer o paraíso”.
Primeiro, porque o paraíso não é merecido. Nem alugado. Nem vendido. Ele é aberto aos crentes, porque Jesus se tornou O Caminho para lá (João 14.6).
Segundo, porque se fosse merecido, não seria nossa mísera contribuição que iria comprar esse mérito.
2. Devemos dar dinheiro à igreja porque “isto ajuda a ter também muito dinheiro” (V ou F?)
Esta resposta está mais em sintonia com a chamada teologia da prosperidade. É a ideia de que negociar com Deus é o melhor negócio. De fato, é melhor investir em Deus do que em qualquer outro projeto. Mas o importante aqui é a motivação. Devemos contribuir porque a Palavra de Deus assim recomenda, e não porque poderemos nos tornar milionários com isso. Contribuir com segundas intenções foge ao plano de Deus para a contribuição.
Griffin Muncongo, do Congo, conta que em seu país certa vez um irmão entrou na justiça contra a igreja, porque a igreja teria prometido a ele bênçãos em troca do dízimo. Como nada obteve, exigiu o dízimo de volta.
Outra resposta dada, que é bem parecida com esta, foi: Devemos dar dinheiro à igreja porque “dar não faz você ficar pobre, faz você ficar rico”.
3. Devemos dar dinheiro à igreja “porque no próximo ano eles podem convocar você para a campanha administrativa”(V ou F?)
Confesso que não entendi bem o que quer dizer esta resposta. Provavelmente seja uma alusão a eleição de diretoria na igreja. Se este entendimento estiver correto, o que estão afirmando é que você deve contribuir porque assim, quando houver eleição para os cargos na igreja, você será lembrado e aproveitado. Como se o dízimo fosse um pagamento pela aquisição de um espaço na estrutura de poder na igreja local. É quase certo que essa foi também a motivação de Ananias e Safira (Atos 5) ao contribuir para a igreja em Jerusalém. Viram que Barnabé vendeu sua propriedade, trouxe o produto da venda e entregou à igreja. Com toda a certeza a igreja deve ter ficado muito alegre. Ananias e Safira viram essa alegria no rosto das pessoas e pensaram que eles também poderiam se aproveitar dessa situação para se inserirem no núcleo de poder da igreja. Foi um passo decisivo... para a tragédia. “Deus não se deixa escarnecer” (Gálatas 6.7).
4. Devemos dar dinheiro à igreja porque “você tem o que você paga” (V ou F?)
Uma outra resposta foi “para pagar pelos livros de hinos que ficam à frente dos bancos”. Esta resposta sugere que a pesquisa foi feita numa comunidade norte-americana, pois é lá que os hinários são disponibilizados nos bancos à frente da pessoa, ao lado do porta-cálice.
A ideia de que “você tem o que você paga” é inegavelmente materialista e lança o Reino de Deus no terreno do comercialismo. Isso é linguagem de consumidor, não de crente.
5. Devemos dar dinheiro à igreja “para ajudar a pagar o aluguel pelo espaço que você ocupa na terra de Deus” (V ou F?)
Então, dízimo é pagamento de aluguel? Aluguel pelo espaço que você ocupa na terra, talvez? Muito esquisito!
6. Devemos dar dinheiro à igreja porque “dinheiro não pode comprar felicidade, mas pode comprar esperança” (V ou F?)
Ah é? Desde quando dinheiro compra esperança? Por que Judas não comprou então, já que ficou com o bolso cheio depois de vender Jesus?
Conclusão — A orientação a respeito do dízimo está na Bíblia. Se nos afastarmos da Palavra, teremos uma religião equivocada, e não seremos melhores que os pagãos supersticiosos.
E o que é que a Bíblia ensina sobre isso?
É o que veremos no próximo estudo.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
Algumas razões são óbvias e bíblicas. Mas algumas, precisamente seis, nos chamaram a atenção. Por isso as examinaremos mais de perto. Vou enunciá-las, e vocês me digam se são Verdadeiras ou Falsas (V ou F):
1. Devemos dar dinheiro à igreja “para merecer o Paraíso” (V ou F?)
“Na Bíblia, há 3.225 citações ao dinheiro e às questões financeiras”, mas em nenhum lugar se insinua que devemos contribuir “para merecer o paraíso”.
Primeiro, porque o paraíso não é merecido. Nem alugado. Nem vendido. Ele é aberto aos crentes, porque Jesus se tornou O Caminho para lá (João 14.6).
Segundo, porque se fosse merecido, não seria nossa mísera contribuição que iria comprar esse mérito.
2. Devemos dar dinheiro à igreja porque “isto ajuda a ter também muito dinheiro” (V ou F?)
Esta resposta está mais em sintonia com a chamada teologia da prosperidade. É a ideia de que negociar com Deus é o melhor negócio. De fato, é melhor investir em Deus do que em qualquer outro projeto. Mas o importante aqui é a motivação. Devemos contribuir porque a Palavra de Deus assim recomenda, e não porque poderemos nos tornar milionários com isso. Contribuir com segundas intenções foge ao plano de Deus para a contribuição.
Griffin Muncongo, do Congo, conta que em seu país certa vez um irmão entrou na justiça contra a igreja, porque a igreja teria prometido a ele bênçãos em troca do dízimo. Como nada obteve, exigiu o dízimo de volta.
Outra resposta dada, que é bem parecida com esta, foi: Devemos dar dinheiro à igreja porque “dar não faz você ficar pobre, faz você ficar rico”.
3. Devemos dar dinheiro à igreja “porque no próximo ano eles podem convocar você para a campanha administrativa”(V ou F?)
Confesso que não entendi bem o que quer dizer esta resposta. Provavelmente seja uma alusão a eleição de diretoria na igreja. Se este entendimento estiver correto, o que estão afirmando é que você deve contribuir porque assim, quando houver eleição para os cargos na igreja, você será lembrado e aproveitado. Como se o dízimo fosse um pagamento pela aquisição de um espaço na estrutura de poder na igreja local. É quase certo que essa foi também a motivação de Ananias e Safira (Atos 5) ao contribuir para a igreja em Jerusalém. Viram que Barnabé vendeu sua propriedade, trouxe o produto da venda e entregou à igreja. Com toda a certeza a igreja deve ter ficado muito alegre. Ananias e Safira viram essa alegria no rosto das pessoas e pensaram que eles também poderiam se aproveitar dessa situação para se inserirem no núcleo de poder da igreja. Foi um passo decisivo... para a tragédia. “Deus não se deixa escarnecer” (Gálatas 6.7).
4. Devemos dar dinheiro à igreja porque “você tem o que você paga” (V ou F?)
Uma outra resposta foi “para pagar pelos livros de hinos que ficam à frente dos bancos”. Esta resposta sugere que a pesquisa foi feita numa comunidade norte-americana, pois é lá que os hinários são disponibilizados nos bancos à frente da pessoa, ao lado do porta-cálice.
A ideia de que “você tem o que você paga” é inegavelmente materialista e lança o Reino de Deus no terreno do comercialismo. Isso é linguagem de consumidor, não de crente.
5. Devemos dar dinheiro à igreja “para ajudar a pagar o aluguel pelo espaço que você ocupa na terra de Deus” (V ou F?)
Então, dízimo é pagamento de aluguel? Aluguel pelo espaço que você ocupa na terra, talvez? Muito esquisito!
6. Devemos dar dinheiro à igreja porque “dinheiro não pode comprar felicidade, mas pode comprar esperança” (V ou F?)
Ah é? Desde quando dinheiro compra esperança? Por que Judas não comprou então, já que ficou com o bolso cheio depois de vender Jesus?
Conclusão — A orientação a respeito do dízimo está na Bíblia. Se nos afastarmos da Palavra, teremos uma religião equivocada, e não seremos melhores que os pagãos supersticiosos.
E o que é que a Bíblia ensina sobre isso?
É o que veremos no próximo estudo.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Cada
um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou
por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria”
(2Coríntios 9.7).
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Estudo 30 - João Soares da Fonseca
ASSIM SE SUSTENTA A OBRA DE DEUS (II)
O Dízimo Pertence Ao Senhor - Levítico 27.32
“No
tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar
debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR”
(Corrigida Fiel).
“...o
dízimo pertence ao Senhor”
(NTLH).
A
partir do texto de Levítico, quero pensar nalgumas verdades sobre
esta palavra, que para alguns é sinônimo de bênção, para outros,
de maldição: dízimo.
1. Dízimo é um ato de fidelidade
A preocupação pastoral com os não dizimistas, contrariando ao que muita gente pensa, não é de fundo financeiro; é, antes, uma questão espiritual. Dízimo é fidelidade. Se ele é retido, é a infidelidade que está prevalecendo. Algumas pessoas me lembram aquele homem que afirmou que tinha feito um acordo financeiro com Deus: “Sempre que recebo algum dinheiro, atiro-o todo para o alto, diante do Senhor. O que ele quiser, ele pega. E o que cair no chão é meu”.
Como anedota, vale. A gente pode até tentar rir. Mas no fundo, infidelidade é coisa séria, é pecado e causa muitos males à obra do Senhor. Aliás, qualquer infidelidade traz consequências cruéis. Duvida? Então pergunte a uma esposa traída o que ela pensa ou, mais importante ainda, o que ela sente, ou sentiu, sabendo-se traída, vítima da infidelidade.
O contrário também é verdadeiro. A fidelidade é bela. Convidado a contribuir para a construção do tabernáculo, o povo de Deus, ainda no deserto, começou a trazer ofertas.
Observemos que do sustento do povo, Deus cuidava, mandando maná diariamente. Mas do sustento da obra de Deus, cuidava o povo. “Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais, porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava” (Êxodo 36.6,7 ACF).
T. C. Bagby, o filho do fundador desta igreja, foi também um excelente pregador. Em O Jornal Batista (de 13-03-1941), ele escreveu um artigo, cujo resumo passo para os irmãos:
1. Dízimo é um ato de fidelidade
A preocupação pastoral com os não dizimistas, contrariando ao que muita gente pensa, não é de fundo financeiro; é, antes, uma questão espiritual. Dízimo é fidelidade. Se ele é retido, é a infidelidade que está prevalecendo. Algumas pessoas me lembram aquele homem que afirmou que tinha feito um acordo financeiro com Deus: “Sempre que recebo algum dinheiro, atiro-o todo para o alto, diante do Senhor. O que ele quiser, ele pega. E o que cair no chão é meu”.
Como anedota, vale. A gente pode até tentar rir. Mas no fundo, infidelidade é coisa séria, é pecado e causa muitos males à obra do Senhor. Aliás, qualquer infidelidade traz consequências cruéis. Duvida? Então pergunte a uma esposa traída o que ela pensa ou, mais importante ainda, o que ela sente, ou sentiu, sabendo-se traída, vítima da infidelidade.
O contrário também é verdadeiro. A fidelidade é bela. Convidado a contribuir para a construção do tabernáculo, o povo de Deus, ainda no deserto, começou a trazer ofertas.
Observemos que do sustento do povo, Deus cuidava, mandando maná diariamente. Mas do sustento da obra de Deus, cuidava o povo. “Então mandou Moisés que proclamassem por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer mais, porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava” (Êxodo 36.6,7 ACF).
T. C. Bagby, o filho do fundador desta igreja, foi também um excelente pregador. Em O Jornal Batista (de 13-03-1941), ele escreveu um artigo, cujo resumo passo para os irmãos:
Há
5 tipos de contribuintes: 1. Os que contribuem de quando em quando
(é o tipo que Reis Pereira chamava de “contribuinte bissexto”,
como se desse algo para o Senhor apenas no dia 29 de fevereiro); 2.
Os que contribuem MENOS do que o dízimo, mas dão com alguma
regularidade; 3. Os que contribuem fielmente; 4. Os que contribuem
com MAIS do que o dízimo; 5. Os que contribuem com TUDO.
Apenas
acrescentaria mais um item: Os que contribuem com... NADA.
Diferentemente dos israelitas, já que tantas ofertas levaram a
Moisés, que foram proibidos de trazer mais, “e ainda sobejava”
(Êxodo 36.7).
2. Dízimo é ato da consciência
Por que será que o Senhor instituiu o dízimo? A resposta mais resumida está em Malaquias: “...para que haja mantimento na minha casa” (Malaquias 3.10b). Claro, quando não há dízimo, também não há ministérios. A igreja fecha as portas.
• Foi justamente para evitar que o povo de Deus saísse de pires na mão pelas esquinas da vida, como mendigos dignos de pena...
• Foi para evitar que o povo de Deus ficasse telefonando a esmo e à ventura para os incrédulos, aborrecendo-os com solicitações de dinheiro...
• Foi justamente para evitar que o povo de Deus cometesse a injustiça de explorar os cofres do governo que o Senhor instituiu o dízimo.
Tenho uma pergunta pra você: O que é que a nossa igreja está fazendo com o dinheiro que você não dá? Então, se esta é uma pergunta ridícula, desçamos ao terreno do sensato: o que é que esta igreja deixa de fazer quando eu deixo de contribuir?
Quero analisar alguns argumentos falaciosos que defendem práticas prejudiciais ao progresso da igreja local. Há uma tendência presente em alguns queridos irmãos que é preciso também esclarecer para evitar:
2.1. Não entregarei o dízimo, porque eu sou pastor; e já vivo mesmo para o ministério; além do mais, se dos dízimos vem o meu salário, então eu não precisaria contribuir.
Certo?
2. Dízimo é ato da consciência
Por que será que o Senhor instituiu o dízimo? A resposta mais resumida está em Malaquias: “...para que haja mantimento na minha casa” (Malaquias 3.10b). Claro, quando não há dízimo, também não há ministérios. A igreja fecha as portas.
• Foi justamente para evitar que o povo de Deus saísse de pires na mão pelas esquinas da vida, como mendigos dignos de pena...
• Foi para evitar que o povo de Deus ficasse telefonando a esmo e à ventura para os incrédulos, aborrecendo-os com solicitações de dinheiro...
• Foi justamente para evitar que o povo de Deus cometesse a injustiça de explorar os cofres do governo que o Senhor instituiu o dízimo.
Tenho uma pergunta pra você: O que é que a nossa igreja está fazendo com o dinheiro que você não dá? Então, se esta é uma pergunta ridícula, desçamos ao terreno do sensato: o que é que esta igreja deixa de fazer quando eu deixo de contribuir?
Quero analisar alguns argumentos falaciosos que defendem práticas prejudiciais ao progresso da igreja local. Há uma tendência presente em alguns queridos irmãos que é preciso também esclarecer para evitar:
2.1. Não entregarei o dízimo, porque eu sou pastor; e já vivo mesmo para o ministério; além do mais, se dos dízimos vem o meu salário, então eu não precisaria contribuir.
Certo?
ERRADO!
O dízimo pertence ao Senhor.
2.2. Tenho uns parentes pobres no interior, e como esta igreja é grande e há muita gente para contribuir, então eu vou destinar a eles o meu dízimo. Afinal, não estaria eu também fazendo o bem e ajudando a quem precisa? Certo?
ERRADO.
O dízimo pertence ao Senhor. Além do mais, não é justo fazer
caridade com o dinheiro dos outros. O dízimo não é seu. O que se
deve fazer em casos assim é primeiro entregar o dízimo ao Senhor e
depois ajudar os necessitados. Ao entregar o dízimo, o crente está
sendo fiel. Ao ajudar os outros, está sendo generoso. Mas a
generosidade não pode substituir a fidelidade.
2.3. Meu primo é pastor de uma igreja financeiramente instável; estou pensando em mandar o dízimo para a igreja dele. Certo?
2.3. Meu primo é pastor de uma igreja financeiramente instável; estou pensando em mandar o dízimo para a igreja dele. Certo?
ERRADO.
Se todos na igreja resolverem fazer isso, ESTA igreja fechará as
portas. Primeiro, encerrará um por um os seus ministérios até que
tudo se encerre.
3. Dízimo é gratidão
Paulo diz: “...sede agradecidos” (Colossenses 3.15). Certa vez, Jesus foi abordado por 10 leprosos, que, mesmo de longe, pediam que ele tivesse misericórdia deles. Jesus os curou apenas com a sua palavra. Eles se foram. No caminho, no notaram que estavam livres da lepra. Nove continuaram seguindo na rota da ingratidão. Apenas um voltou para agradecer (Lucas 17.12-19). O quadro permanece o mesmo hoje: todos nós recebemos bênçãos diárias da mão de nosso Salvador e Senhor. Mas quantos se lembram de agradecer?
Quando alguém entrega ao Senhor o seu dízimo, está dizendo: “Eu te agradeço, Senhor, porque mesmo nada tendo eu, tu me enches a vida de bênçãos”.
4. Dízimo é vida
W. A. Criswell, quando pastor da Primeira Igreja Batista de Dallas, Texas, escreveu no boletim de sua igreja:
“...vocês
já ouviram alguém dizer: Minha igreja está sempre pedindo
dinheiro. Gostaria de pertencer a uma Igreja que nunca precisasse do
meu dinheiro”? Se alguém disse isso, sem dúvida não pensou bem.
Porque qualquer igreja que esteja viva precisa de dinheiro. Só as
igrejas mortas é que não apelam a seus membros pedindo sustento. Se
alguém acusar sua Igreja de estar sempre precisando de dinheiro e
pedindo dinheiro, considere isso um elogio. Convide tal pessoa a
regozijar-se com você porque ambos pertencem a uma Igreja viva, em
lugar de pertencer a uma organização morta, estagnada, da qual a
glória de Cristo já desapareceu”.
Para
a igreja se manter viva, ela precisa dos dízimos e ofertas. Quando o
povo de Israel foi mais consagrado, ao tempo de Davi, diz a Bíblia:
“E foram contados os levitas de trinta anos para cima; e foi o
número deles, segundo as suas cabeças, trinta e oito mil homens”
(1Crônicas 23.3). Note bem, “trinta e oito mil homens” vivendo
integralmente para o ministério do louvor, da administração do
templo, do culto...
Na outra ponta, quando o povo de Deus estava desarticulado, sem liderança, sem propósito, sem consagração de vida, o ministério não era sustentado.
Conclusão — Os evangelhos sinóticos registraram a pergunta-granada que os líderes religiosos tentaram plantar no colo de Jesus. Se era lícito (legal) ou não pagar-se o imposto ao Imperador romano. E Jesus responde com uma frase magistral: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22.21; Marcos 12.16 e Lucas 20.25).
Levítico diz que o dízimo (10%) pertence a Deus. Jesus diz que devemos dar a Deus o que é de Deus. Não resta, pois, outra conclusão senão entregar o dízimo a Deus. Façamos isso, e Deus cuidará do restante.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
Na outra ponta, quando o povo de Deus estava desarticulado, sem liderança, sem propósito, sem consagração de vida, o ministério não era sustentado.
Conclusão — Os evangelhos sinóticos registraram a pergunta-granada que os líderes religiosos tentaram plantar no colo de Jesus. Se era lícito (legal) ou não pagar-se o imposto ao Imperador romano. E Jesus responde com uma frase magistral: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22.21; Marcos 12.16 e Lucas 20.25).
Levítico diz que o dízimo (10%) pertence a Deus. Jesus diz que devemos dar a Deus o que é de Deus. Não resta, pois, outra conclusão senão entregar o dízimo a Deus. Façamos isso, e Deus cuidará do restante.
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“...Dai
pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”
(Mateus 22.21).
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Estudo 31 - João Soares da Fonseca
ASSIM SERÁ O FIM - Vários Textos
Tudo o que tem começo também terá um fim. Embora algumas pessoas acreditem e ensinem que a matéria seja eterna, a Palavra de Deus ensina que não; que a matéria teve início (a Criação), e, portanto, terá um fim (a Consumação). Como será o fim?
A agenda do FIM, segundo o Novo Testamento, constará dos seguintes itens (são três “R”):
1. O RETORNO de Cristo (o fim da história)
O Novo Testamento menciona a volta de Cristo 319 vezes, isto é, em cada 25 versículos, um fala da volta de Cristo. Não podendo examinar todos estes textos, vejamos o ensino principal de Jesus sobre isso: Mateus 24.29-31.
A expectativa da volta de Jesus levou inclusive algumas pessoas sérias a cometer a tolice de marcar datas para o retorno de Jesus:
• No início do século XX, Anna Hall, William Seymour ("See more"), e outros pentecostais, anunciaram que Jesus voltaria em 1906.
• As Testemunhas de Jeová já marcaram a volta de Cristo para 1914, 1918, 1925, 1941 e 1975. Em 1920, o líder, Rutherford, anunciou que os santos do Velho Testamento ressuscitariam no ano de 1925. Visando a hospedar Abraão, Isaque e Jacó, a seita chegou a comprar uma mansão em San Diego, na Califórnia.
• O pastor e escritor Hal Lindsey fixou outra data: 1988.
• O coreano Movimento Hyoo-go fixou em 1992.
• Harold Camping, presidente da Family Radio (EUA): 1994 e 21-05-2011.
• Aqui no Brasil, Walnice Milhomens, em 1990, pregando na Rede Bandeirantes, anunciou que faltavam apenas 17 anos para Jesus voltar, ela disse: “Deus me trouxe isso [esta revelação] no espírito agora em Israel, quando eu estava às margens do rio Jordão. Quando um profeta não souber falar, a mula vai falar, mas Deus não ficará sem voz na Terra”.
• O caso mais espetacular, porém, foi o de uma seita que marcou para Jesus voltar no dia 22-10-1844. William Miller, do Estado de Nova York, pregava que Jesus iria voltar justo nesse dia. Ouça a descrição do que aconteceu:
“Assim que amanheceu o dia 22-10-1844, uma sensação de medo e mau pressentimento caiu sobre a Nova Inglaterra. As pessoas se reuniram no topo dos montes e nas igrejas. Cessaram as atividades normais. Todos esperavam que o céu fosse abrir-se repentinamente e o mundo acabasse. Quando o dia foi passando, e nada acontecia, muitos crentes ficaram desiludidos. Nos anos seguintes houve considerável declínio do número de conversões. Os não crentes zombavam, e o período dos avivamentos acabou de repente. O episódio tornou-se famoso como O Grande Desapontamento (em vez de O Grande Arrebatamento)”.De Mateus 24, o verso mais importante é o 14, considerado o “verdadeiro sinal” para nos ajudar a identificar a proximidade do fim: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo em testemunho a todas as nações, então virá o fim”.
2. A RESSURREIÇÃO dos mortos (o fim da morte)
A Bíblia diz que este corpo um dia será ressuscitado ou transformado e subirá com Cristo:
"Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança. 14 Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele. 15 Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. 16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. 17 Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nu vens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. 18 Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (1Tessalonicenses 4.13-18).
Veja
os versos 13 e 18. Ensinam que os que rejeitam a Cristo têm pânico
diante da morte porque “não têm esperança” (v. 13). Já os
crentes podem se “consolar uns aos outros”.
O v. 14 diz que Jesus retornará à terra, trazendo consigo os crentes que estão com ele. Em seguida, Paulo fala dos que estiverem vivos quando Jesus voltar: “seremos arrebatados juntamente com eles” (os crentes que vieram com Cristo). Formaremos um grupo só e juntos habitaremos com o Senhor para sempre.
Não se pode esquecer que a Bíblia fala claramente de duas realidades distintas e eternas: o Céu e o Inferno (Lucas 16.19-31).
3. A RETRIBUIÇÃO final (o fim da injustiça)
O v. 14 diz que Jesus retornará à terra, trazendo consigo os crentes que estão com ele. Em seguida, Paulo fala dos que estiverem vivos quando Jesus voltar: “seremos arrebatados juntamente com eles” (os crentes que vieram com Cristo). Formaremos um grupo só e juntos habitaremos com o Senhor para sempre.
Não se pode esquecer que a Bíblia fala claramente de duas realidades distintas e eternas: o Céu e o Inferno (Lucas 16.19-31).
3. A RETRIBUIÇÃO final (o fim da injustiça)
A ideia de Deus fazendo uma avaliação final de nossas vidas está implícita em vários textos bíblicos. O tempo inteiro Jesus falou da vida futura. Ninguém foi mais claro que ele, ao falar do Julgamento Final. É o texto mais esclarecedor sobre o assunto: Mateus 25.31-41. De acordo com as palavras de Jesus nesse texto...
3.1. Haverá avaliação
“Cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14.12). “Pois é necessário que todos sejamos apresentados diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba retribuição pelo que fez por meio do corpo, de acordo com o que praticou, seja o bem, seja o mal” (2Coríntios 5.10).
3.2. Haverá separação (Mateus 25.32)
Mesmo que durante a vida bons e maus elementos se tenham misturado, no Dia do Juízo serão definitivamente separados (Apocalipse 20.11-13)
3.3. Haverá sentença eterna
Para os crentes em Cristo, salvação. Para os incrédulos, condenação.
Conclusão — Jesus voltará. Não tenha medo; só esteja preparado!
Durante a próxima semana, MEDITE E MEMORIZE:
“Vigiai,
pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor”
(Mateus 24.42).
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Estudo 32 -- João Soares da Fonseca
Assim é o discipulado (2Timóteo 2.1-2)
"Tu,
porém, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.
2 O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e aptos para também ensinarem a outros".
2 O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e aptos para também ensinarem a outros".
Há,
sem dúvida, inúmeros métodos de se comunicar a mensagem de Cristo:
através de cartas, cartões, telefonemas, mensagens eletrônicas
(e-mail, rede social, whatsapp etc.), jornal, rádio, TV, cultos em
igrejas, em tendas de circo, em ginásios cobertos, em estádios, em
reuniões ao ar-livre, folhetos... Mas nada, absolutamente nada,
supera o contato pessoal, a conversa olho-no-olho, face a face,
tête-à-tête.
Neste estudo, gostaria de desafiar você a pensar em discipulado. E é impossível falar de discipulado sem pensar primeiramente em ser discípulo.
1. Ser discípulo
Falar em discipulado para quem ainda não é discípulo é o mesmo que tentar descrever para um cego a beleza das cores do arco-íris. Paulo instrui Timóteo a se fortificar “na graça que há em Cristo Jesus” (v. 1). A palavra GRAÇA não está aí por acaso. Toda a experiência de caminhar com Deus se inicia com a graça. “Pela graça sois salvos”, diz a Bíblia (Efésios 2.8-9). A Bíblia claramente ensina que fora da graça não há salvação. É a graça que dispara o processo do relacionamento com Deus. É ela que me faz sentir tristeza pela minha condição espiritual de perdido e condenado e me impulsiona a buscar refúgio em Cristo.
Paul E. Little, em seu livrinho, Como Compartilhar a Sua Fé, esclarece que a religião cristã é um relacionamento entre duas pessoas: a pessoa do Criador e a pessoa da criatura. Portanto, é pessoal. Por isso Paulo diz: “Tu, porém, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”.
Além de pessoal, o relacionamento com Cristo pressupõe intimidade. É interessante que os discípulos foram inicialmente convidados por Jesus para a formação daquele grupo com uma expectativa: aprender verdades sobre Deus. Para quê? Para que os reuniu e treinou? A resposta óbvia seria: para que fossem e pregassem o evangelho a todo o mundo, ou seja, para que dessem continuação à obra que Jesus iniciou. Certo.
O evangelista Marcos, porém, nos oferece um pormenor que, em si, já encerra uma lição, que não deveríamos esquecer. Diz ele que Jesus “nomeou doze para que estivessem com ele” (Marcos 3.14). Antes de enviá-los ao mundo, Jesus os chamou “para que estivessem com ele”, isto é, pertinho dele, conversando com ele, não aprendendo à distância, ou via satélite, mas ali... do lado dele. Por isso, João abre sua primeira carta dizendo: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida” (1João 1.1). Isso é ser discípulo, é ser crente: é caminhar ao lado de Jesus. Você já está caminhando com Jesus?
Neste estudo, gostaria de desafiar você a pensar em discipulado. E é impossível falar de discipulado sem pensar primeiramente em ser discípulo.
1. Ser discípulo
Falar em discipulado para quem ainda não é discípulo é o mesmo que tentar descrever para um cego a beleza das cores do arco-íris. Paulo instrui Timóteo a se fortificar “na graça que há em Cristo Jesus” (v. 1). A palavra GRAÇA não está aí por acaso. Toda a experiência de caminhar com Deus se inicia com a graça. “Pela graça sois salvos”, diz a Bíblia (Efésios 2.8-9). A Bíblia claramente ensina que fora da graça não há salvação. É a graça que dispara o processo do relacionamento com Deus. É ela que me faz sentir tristeza pela minha condição espiritual de perdido e condenado e me impulsiona a buscar refúgio em Cristo.
Paul E. Little, em seu livrinho, Como Compartilhar a Sua Fé, esclarece que a religião cristã é um relacionamento entre duas pessoas: a pessoa do Criador e a pessoa da criatura. Portanto, é pessoal. Por isso Paulo diz: “Tu, porém, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus”.
Além de pessoal, o relacionamento com Cristo pressupõe intimidade. É interessante que os discípulos foram inicialmente convidados por Jesus para a formação daquele grupo com uma expectativa: aprender verdades sobre Deus. Para quê? Para que os reuniu e treinou? A resposta óbvia seria: para que fossem e pregassem o evangelho a todo o mundo, ou seja, para que dessem continuação à obra que Jesus iniciou. Certo.
O evangelista Marcos, porém, nos oferece um pormenor que, em si, já encerra uma lição, que não deveríamos esquecer. Diz ele que Jesus “nomeou doze para que estivessem com ele” (Marcos 3.14). Antes de enviá-los ao mundo, Jesus os chamou “para que estivessem com ele”, isto é, pertinho dele, conversando com ele, não aprendendo à distância, ou via satélite, mas ali... do lado dele. Por isso, João abre sua primeira carta dizendo: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida” (1João 1.1). Isso é ser discípulo, é ser crente: é caminhar ao lado de Jesus. Você já está caminhando com Jesus?
2. Fazer discípulos
Jesus, nosso exemplo em tudo, ministrou a palavra às multidões, sem dúvida. Mas ele escolheu 12 homens nos quais investiu tempo de qualidade, e aos quais ensinou coisas que a multidão ainda não estava pronta para aprender. Além dos 12, ele tinha o círculo mais fechado dos três: Pedro, Tiago e João, com quem ele passou ainda mais tempo.
Por que Jesus escolheu 12 homens, e não 1.200, para aprenderem com ele a serem cristãos? Claro que 1.200 é um número incomparavelmente superior. Dá muito mais visibilidade. Por que Jesus fez isso? É que ele já estava deixando claro o tipo de contato humano que ele considerava ideal. Uma mensagem na garrafa, jogada e abandonada ao mar, pode um dia ser achada e lida. Mas a eficácia desse método é quase nula, comparada com o poder do contato pessoal.
Como é que se faz discípulo? Conhecendo a pessoa. Conversando com a pessoa. Orando com ela. Sorrindo com as alegrias dela. Chorando com as tristezas dela. Observe que Paulo chama Timóteo de “meu filho”. Será que a gente chama todo mundo por aí de “meu filho”? Ou só as pessoas que conhecemos e a quem queremos bem?
Em seguida, Paulo dá a Timóteo o roteiro para o discipulado: “O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis...”.
O conteúdo do discipulado é “o que ouviste”. E o que será que Timóteo ouviu de Paulo? O que ele ouviu de Cristo. Por exemplo:
Se Jesus tivesse ensinado que Deus é a natureza, e não o Criador da natureza, Paulo o teria ensinado a Timóteo. Se Jesus tivesse ensinado que é possível ao homem salvar-se apenas sendo bonzinho, Paulo o teria ensinado a Timóteo. Se Jesus tivesse ensinado que o homem morre e depois volta numa segunda reencarnação, Paulo o teria ensinado a Timóteo. Se Jesus tivesse ensinado que não existe inferno, que inferno é aqui mesmo, Paulo o teria ensinado a Timóteo. Se Jesus tivesse ensinado que há vários caminhos para Deus, o cristianismo também ensinaria isso, e Paulo o teria ensinado a Timóteo. Fazer discípulo é ensinar uma pessoa a observar todas as coisas que Jesus ensinou.
No livro História dos Batistas no Brasil 1882-1982, Reis Pereira afirma que um dos primeiros missionários no Brasil, James Jackson Taylor (ou J. J. Taylor), em 1892 foi o pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, enquanto o pastor titular, William B. Bagby, estava em viagem de férias pela América. Taylor encontrou na igreja um jovem, convertido em 1890, chamado Francisco Fulgêncio Soren, ou F. F. Soren. Taylor, “percebendo as possibilidades do jovem (…), levou-o para sua casa a fim de ministrar-lhe os conhecimentos necessários para que se tornasse um pregador. Soren viveu na casa dos Taylor dez meses, de janeiro a outubro de 1893” (p. 46). J. J. Taylor estava praticando o discipulado. E o resultado é história, além de centenas de crentes que foram abençoados por intermédio dos 33 anos de ministério de F. F. Soren na Primeira Igreja.
A tarefa da igreja não está completa, SE faltar o ensino. Os escritores evangelistas registram mais o verbo "ensinar" que o verbo pregar. Ensinar aparece 61 vezes nos evangelhos, enquanto pregar aparece 29 vezes. A pregação pode ser usada para converter. Mas é o ensino que vai fazer o convertido crescer, permanecer e dar fruto. Li que “O aluno aprende aquilo que seu mestre ensina; mas o discípulo se torna aquilo que seu mestre é” (MORGAN, R. Stories, Illustrations and Quotes, p. 225). Estamos nós ensinando as pessoas de modo que elas se tornem parecidas com Jesus?
3. Multiplicar discípulos
Paulo diz: “O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e aptos para também ensinarem a outros”.
Esse ministério do contato pessoal é conhecido hoje como discipulado: alguém transmite a outrem o que aprendeu de um terceiro. Pelo fato de as igrejas falharem nisso é que temos hoje tanta superficialidade na experiência cristã, tanto fogo de palha e tão pouco compromisso.
Em seguida, vou tentar resumir, de modo prático, como funciona o discipulado.
Uma vez por semana, durante várias semanas, duas pessoas, preferivelmente do mesmo sexo, se reúnem para ler a Bíblia e discutir o conteúdo do que foi lido, aplicando-o às suas vidas. O contato pessoal ajuda a fortalecer os passos especialmente de quem está se iniciando na caminhada cristã. Além disso, essas duas pessoas vão se tornar amigas para o resto da vida, e uma será sempre apoio espiritual para a outra nas horas difíceis. Cada encontro se encerra com uma oração, feita ora pelo discipulador, ora pelo discipulando.
Qual o local, dia e hora dos encontros? Pode ser no trabalho de uma delas, na casa, ou ainda na igreja; em dia e hora que for melhor para os dois lados. Os estudos serão fornecidos pelo pastor, em forma de perguntas e respostas. Por quê? Porque segundo pesquisas, a mente humana retém melhor as coisas, na seguinte ordem: O que ouve (nível mais fraco), o que vê, o que faz e o que debate (nível mais forte).
O que acontece depois de concluído o discipulado? Aqui está a chave do sucesso deste ministério: o discipulando passa a discipulador. Ele se compromete a transferir tudo o que aprendeu para uma terceira pessoa. Por sua vez, o discipulador encontra um novo discipulando, e o processo se reinicia.
Qualquer crente desejoso de crescer e ver crescer o outro pode se voluntariar a ser um discipulador. Se tiver interesse em saber se você é um discipulador ou um discipulando, fale conosco.
Um transmite ao outro o que recebeu de alguém. E assim, se processa a multiplicação, idealizada por Jesus.
Conclusão – Seja você também daqui por diante um discipulador. (Mostrar o vídeo sobre o poder da multiplicação)
Jesus, nosso exemplo em tudo, ministrou a palavra às multidões, sem dúvida. Mas ele escolheu 12 homens nos quais investiu tempo de qualidade, e aos quais ensinou coisas que a multidão ainda não estava pronta para aprender. Além dos 12, ele tinha o círculo mais fechado dos três: Pedro, Tiago e João, com quem ele passou ainda mais tempo.
Por que Jesus escolheu 12 homens, e não 1.200, para aprenderem com ele a serem cristãos? Claro que 1.200 é um número incomparavelmente superior. Dá muito mais visibilidade. Por que Jesus fez isso? É que ele já estava deixando claro o tipo de contato humano que ele considerava ideal. Uma mensagem na garrafa, jogada e abandonada ao mar, pode um dia ser achada e lida. Mas a eficácia desse método é quase nula, comparada com o poder do contato pessoal.
Como é que se faz discípulo? Conhecendo a pessoa. Conversando com a pessoa. Orando com ela. Sorrindo com as alegrias dela. Chorando com as tristezas dela. Observe que Paulo chama Timóteo de “meu filho”. Será que a gente chama todo mundo por aí de “meu filho”? Ou só as pessoas que conhecemos e a quem queremos bem?
Em seguida, Paulo dá a Timóteo o roteiro para o discipulado: “O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis...”.
O conteúdo do discipulado é “o que ouviste”. E o que será que Timóteo ouviu de Paulo? O que ele ouviu de Cristo. Por exemplo:
Se Jesus tivesse ensinado que Deus é a natureza, e não o Criador da natureza, Paulo o teria ensinado a Timóteo. Se Jesus tivesse ensinado que é possível ao homem salvar-se apenas sendo bonzinho, Paulo o teria ensinado a Timóteo. Se Jesus tivesse ensinado que o homem morre e depois volta numa segunda reencarnação, Paulo o teria ensinado a Timóteo. Se Jesus tivesse ensinado que não existe inferno, que inferno é aqui mesmo, Paulo o teria ensinado a Timóteo. Se Jesus tivesse ensinado que há vários caminhos para Deus, o cristianismo também ensinaria isso, e Paulo o teria ensinado a Timóteo. Fazer discípulo é ensinar uma pessoa a observar todas as coisas que Jesus ensinou.
No livro História dos Batistas no Brasil 1882-1982, Reis Pereira afirma que um dos primeiros missionários no Brasil, James Jackson Taylor (ou J. J. Taylor), em 1892 foi o pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, enquanto o pastor titular, William B. Bagby, estava em viagem de férias pela América. Taylor encontrou na igreja um jovem, convertido em 1890, chamado Francisco Fulgêncio Soren, ou F. F. Soren. Taylor, “percebendo as possibilidades do jovem (…), levou-o para sua casa a fim de ministrar-lhe os conhecimentos necessários para que se tornasse um pregador. Soren viveu na casa dos Taylor dez meses, de janeiro a outubro de 1893” (p. 46). J. J. Taylor estava praticando o discipulado. E o resultado é história, além de centenas de crentes que foram abençoados por intermédio dos 33 anos de ministério de F. F. Soren na Primeira Igreja.
A tarefa da igreja não está completa, SE faltar o ensino. Os escritores evangelistas registram mais o verbo "ensinar" que o verbo pregar. Ensinar aparece 61 vezes nos evangelhos, enquanto pregar aparece 29 vezes. A pregação pode ser usada para converter. Mas é o ensino que vai fazer o convertido crescer, permanecer e dar fruto. Li que “O aluno aprende aquilo que seu mestre ensina; mas o discípulo se torna aquilo que seu mestre é” (MORGAN, R. Stories, Illustrations and Quotes, p. 225). Estamos nós ensinando as pessoas de modo que elas se tornem parecidas com Jesus?
3. Multiplicar discípulos
Paulo diz: “O que ouviste de mim, diante de muitas testemunhas, transmite a homens fiéis e aptos para também ensinarem a outros”.
Esse ministério do contato pessoal é conhecido hoje como discipulado: alguém transmite a outrem o que aprendeu de um terceiro. Pelo fato de as igrejas falharem nisso é que temos hoje tanta superficialidade na experiência cristã, tanto fogo de palha e tão pouco compromisso.
Em seguida, vou tentar resumir, de modo prático, como funciona o discipulado.
Uma vez por semana, durante várias semanas, duas pessoas, preferivelmente do mesmo sexo, se reúnem para ler a Bíblia e discutir o conteúdo do que foi lido, aplicando-o às suas vidas. O contato pessoal ajuda a fortalecer os passos especialmente de quem está se iniciando na caminhada cristã. Além disso, essas duas pessoas vão se tornar amigas para o resto da vida, e uma será sempre apoio espiritual para a outra nas horas difíceis. Cada encontro se encerra com uma oração, feita ora pelo discipulador, ora pelo discipulando.
Qual o local, dia e hora dos encontros? Pode ser no trabalho de uma delas, na casa, ou ainda na igreja; em dia e hora que for melhor para os dois lados. Os estudos serão fornecidos pelo pastor, em forma de perguntas e respostas. Por quê? Porque segundo pesquisas, a mente humana retém melhor as coisas, na seguinte ordem: O que ouve (nível mais fraco), o que vê, o que faz e o que debate (nível mais forte).
O que acontece depois de concluído o discipulado? Aqui está a chave do sucesso deste ministério: o discipulando passa a discipulador. Ele se compromete a transferir tudo o que aprendeu para uma terceira pessoa. Por sua vez, o discipulador encontra um novo discipulando, e o processo se reinicia.
Qualquer crente desejoso de crescer e ver crescer o outro pode se voluntariar a ser um discipulador. Se tiver interesse em saber se você é um discipulador ou um discipulando, fale conosco.
Um transmite ao outro o que recebeu de alguém. E assim, se processa a multiplicação, idealizada por Jesus.
Conclusão – Seja você também daqui por diante um discipulador. (Mostrar o vídeo sobre o poder da multiplicação)